terça-feira, 5 de outubro de 2010

VIGESSIMO QUARTO CAPITULO DE LUCIANNA




VIGESSIMO QUARTO CAPITULO DE LUCIANNA.


- Que café quente, Júlia ?  Comentou Ilvã tentando esconder o disfarce.
- É que foi feito no fogo patroa, respondeu a governanta
Erguendo-se da mesa Lucianna falou:
- Terei que sair, não posso demorar mais.
- O que desejaria falar, filha ? pe3rguntou ele.
- Fica para depois.
Ele arriou a xícara que tinha em mãos e tornou:
- Por que não agora ?
A menina não lhe deu mais nenhuma resposta, levantou-se da mesa, e saiu rua a fora, enquanto o velho mostrando irritação, indagava todos à mesa, o que havia acontecido, e as pessoas ali, permaneciam caladas.
Ele saiu para a casa da Milena, mas antes de chegar lá a encontrou e foi logo dizendo:
- Milena, estou triste e decepcionada.
- Decepcionada, com que e por que ? Perguntou a amiga.
- Descobrir que não sou filha legitima dos meus pais, e isso está me perturbando e me causando uma tristeza profunda, ai eu te pergunto, quem é o meu verdadeiro mano ?
- Não tenho bases; respondeu a amiga.
- Se eu te revelar, não acreditas, é o Luciano, o meu namorado o meu verdadeiro mano.
Assustada a amiga respondeu:
- Está querendo fazer graçola, não é Lucianna ?
- Te juro.
- Juras, de verdade ?
Milena, ficou perplexa diante do que ouvia e tornou:
- E agora ?
- Agora, o jeito é abandonar e aceitá-lo como mano.
- Eu não faria isso, se tu amas de verdade esse menino, por que largar agora o teu namorado, assim como pode ele ser teu irmão, pode muito bem ser conversa fiada das más línguas. Quanto a tua mãe, eu não sei o que passa pela cabeça dela, mas fica na tua, não se incomode com bobeira, se eu estivesse no teu lugar eu fazia era apressar imediatamente o meu casamento.
- Fazias, isso Milena ? perguntou ela.
- Claro, esse negocio de abandonar o homem que se ama, somente por que dizem que é meu irmão é bobeira pura, a sociedade não se incomodará com isso. Viva meu amor, eu sei que está procurando apoio dos amigos, mas viva intensamente, não entre em conflito, fuja com ele seja lá para onde for, não  ceda, essa historia poderá ser simplesmente um jogo de maldade das pessoas, para te afastar do teu amado, ou quem sabe se isso não é uma farsa armada pelos teus pais .
- Será Milena ?
- Sim, do jeito que o teu pai é um dos poucos milionários daqui, ele tem medo que arrume um herdeiro e tome as coisas dele, quem não quer ser teu amado, ele tem medo que se encoste em ti um herdeiro, certamente ele tem medo disso.
- Milena, o Luciano, me mostrou uma fotografia.
- Tua ? Perguntou a amiga.
- Pareceu, mas não tenho certeza, dizendo ele, que era quando eu era pequenina.
- Esqueça isso meu amor, a vida é para ser vivida, portanto viva o seu grande amor na vida. Por que está desesperada ? Case com ele. Tenho certeza que ele te ama, ou melhor os dois se ama e não podem fantasiar esse desti8no.
- Na verdade eu o amo, e essa conversa tenho certeza que não perturbará o nosso relacionamento, te prometo que vou convence-lo a casar comigo mesmo que seja contra a vontade dos meus pais e dos que dizem que somos irmãos.
- Lucianna , antes de tudo satisfaça os seus desejos, para depois satisfazer os outros.
- Ah, ía esquecendo de te avisar, o pai dele, também não me aceita.
- Ele é melhor que tu ?
- Não.
- Então.
- Cabeça dura como é o meu pai
- Não ligue para isso, no final darás a volta por cima e serás feliz.
- E o Alexandre ?
Antes que Milena respondesse qualquer coisa,surgiu repentinamente entre elas o Fernando, que alegre as cumprimentou com beijos falando:
- E Luciano, está sumido ?
- Não, é que agora ele parou de sair mais.
- Estão se preparando para o casamento ?
- Quem sabe, respondeu sorridente.
- E tu Milena, como está ? perguntou ele.
- Bem.
- Bem mesmo ?
- Sim, por que não ?
- E o rapaz ?
- Que rapaz ?
- O namorado ?
- Está bem ?
- Tu também, hein ?
- O que eu te fiz, cara ? Perguntou ela em tom áspero.
- Calma, não fique nervosa, estou apenas brincando contigo.
- Não quero brincadeiras contigo.
- O que ? Não entendi, e foi-se aproximando-se dela.
- Ensurdeceu, depois que voltou do Recife ?
- Ensurdecí por tua causa.
- Bobeira sua, seu bobalhão.
- Não me xingue por que ainda te amo.
- Pare com isso, Fernando.
E Lucianna falou:
- Por que brigam todas as vezes que se encontram ? Deixem os amores dos senhores se espalharem, e se unam também.
- Eu não quero mais nada com esse bicho, respondeu ela orgulhosamente.
Aproveitando a distração da Milena, Fernando avançou sobre ela, segurou firmemente  e a beijou forçadamente chupando-lhes os lábios, enquanto ela sacudia-se toda, querendo-lhes atingir o rosto com tapas. Ele segurou as maos dela dizendo:
- Não se bate no homem que agente ama, a muito te procuro e está sempre a fugir de mim, o que acontece ?  Não sabes que eu te amo ?  E pela segunda vez chupou-lhes os lábios, enquanto ela fechava os olhos e somente balançava o corpo calmamente assim como o vento, balança a roseira nas manhãs frescas de Setembro.
E Lucianna falou:
- Eu sabia que se amavam.
- Agora, tu vai mandar aquele moleque que arrumou apenas para me fazer pirraça, vazar, ir embora, ele não te merece, por que eu é que te amo, te adoro...te adoro e te adoro.
- Prometo que o despacharei, por que eu também te amo e nunca tive a coragem de te revelar, o meu orgulho sempre me sufoca, mas eu te amo.
E virando-se para Lucianna, Fernando comentou:
- Agora a realidade é a seguinte, tu casas com o Luciano e eu com a Milena e vivemos felizes.
Os três ainda trocavam idéia quando apareceu Alexandre e percebendo que a Milena ainda estavam abraçada com o o Fernando, disse:
- Que mulher és tu, tens compromisso comigo e está abraçada com esse cafageste ?
Nem deu tempo dele fechar a boca e Fernando desferiu-lhe um soco no rosto, e o menino caiu tonto, enquanto ele ficou lá estendido no chão os três fugiram  em direção diferente, e Alexandre estendido com o corpo ensangüentado.
Após muito tempo depois da confusão, Luciana saiu para a casa de Luciano e Fernando com a Milena desapareceram.
Chegando na casa de Luciano, ela encontra a velha Herminda a porta.
- Bom dia senhora, cumprimentou.
- Bom dia, respondeu a velha.
- Luciano, está ? Perguntou.
- Não.
- Aonde ele foi ?
- Não sei menina.
- Puxa, queria tanto falar com ele.
- Ele saiu, resmungou, outra vez a velha.
Luciano estava em casa e dentro do quarto, de lá ele escutou a namorada falara e reconheceu A voz por isso saiu à janela e respondeu:
- Estou aqui querida.
Ela virou-se para Herminda e falou:
- Como és invejosa. Adquiras com o teu suor aquilo que desejas. Faça como eu, lute pelo teu ideal, por uma sedução, por um deslumbro, por uma esplêndida realidade do teu amor e dos teus sentimentos, De que vale bajular os meus sentidos e os meus direitos, perante a sociedade ? Por que quer torturar os meus direito, só por que amo o menino que criaste ? Puxa, eu to é tu uma velha que tem idade para ser a minha mãe, nunca te falaram que a mentira não leva a pessoa a nenhum lugar. Por que me persegues, mulher ?
- Eu não te persigo, tu está é louca.
- Persegue sim, toda vez que eu venho aqui tensa sempre uma frescurinha para me dizer, tens que compreender que a u nica coisa que fizeste foi criar ele, por que quem o ama de verdade sou eu. E ele irá casar comigo, ele será o meu marido fique sabendo disso, e foi isso que eu vim ter avisar.
- Sai da minha porta sua gata borralheira.
Da janela Luciano ouvia toda a discussão e não dizia nada, e Lucianna respondia:
- Borralheira és tu, é melhor procurar um o teu lugar, cá entre nós não te cabe, vai enxugar os teus pratos ou plantar tomate no cimento e ver se dá batata, sabia ?
Depois de algum tempo ele veio ter com elas:
- Gente que feiúra, duas pessoas de bom grado nessa baixaria, parem com isso, isso é vulgar.
E Lucianna respondeu:
- Imaginas se uma pessoa te ataca, somente com a finalidade de querer te desmoralizar, é o suficiente que abandone essa pessoa, o tempo a ensinará, e a lei do tempo é a repreensão, eu acho que a língua tem de ser o controle do corpo e não o contrário do que importa termos cabelos lindos, crespos, belos, elegantes, fascinantes, encantando a tudo e a todos se a moral dessas pessoas estão abaixo do solo que toco os meus chinelos ? Assim é a personalidade dessa velha., sabia ?
- Cretina, exclamou Herminda e deu-lhes a costa.
Após Herminda se retirar ele disse carinhosamente:
- Ainda está nervosa ?
- Estou.
- Não fique assim, não te quero assim.
- Como não me queres assim se venho tratar contigo um assunto sério e encontro em minha frente essa porcaria de velha.
- Deixa disso, repreendeu ele e beijou-a, outra vez.
- Está bem, estou aqui para tratarmos de um caso sério, que vai fazer agente feliz demais.
- Que caso é, pode falar ?
- Antes de tudo quero avisar que Fernando e Milena voltaram e estão namorando.
- O que ? indagou ele alegremente arregalando os olhos e sorrindo, deixando transparecer um instante de alegria, era esse o desejo dele de ter os amigos juntos.
- Então assim como é belo ve-los unidos, te peço que façamos assim também, afinal por que tanto essa conversa de manos, deixa isso pra lá, esqueça isso e vamos partir para o nosso casamento, isso é que é fundamental no nosso relacionamento humano.
- Casamento ? Perguntou ele.
- Por que ficar nessa aí, temos de casar novo para quando chegar a velhice, termos filhos que cuide de nós.
- Mas, dois irmãos casando ?
- Luciano, eu não te aceito como irmão e sim como meu amante, te amo como se fosse uma pedra de brilhante que tenho e não deixo ninguém ver, e essa pedra eu tenho para dar ao homem  que casar comigo, por que nela está a sorte dele de ganhar o premio mais sofisticado do mundo, e se ele gostar de esportes e ver aquela pedra pequenina, e mesmo assim  casar comigo será um atleta consagrado, pode até se consagrar como se consagra os atletas olímpicos.
- Pedra misteriosa,hein.
- Eu te amo também e vou esquecer essa conversa de manos e vou me casar contigo.
- Era essa a resposta que eu esperava.
- Mas, e se os nossos paus não aceitarem ?
E ela indagou:
- Gostas de mim?
- Gosto, respondeu ele.
- Quando agente ama de verdade, agente não abandona as pessoas.
Esquecendo de tudo a mente dos dois apenas se voltavam para o casamento.
Luciano disse:
- Somente a mulher que eu amo, foi capaz de fazer eu mudar de idéia.
- Por que ?
- Por que antes de te ver eu não pensava nisso. então, temos 13 anos, possuímos a mesma idade, falam que somos irmãos, pelo menos os amores fica apenas debaixo de um mesmo teto, mas tem uma coisa os nossos padrinhos serão Fernando e Milena, concordas ?
- Concordo, e beijou-lhes a boca.
E após acertarem data, mes, dia, essa coisa que entra para a historia dos matrimônios, ela despediu-se dizendo:
- Convida o teu pai e todos os teus amigos e, voltou para casa.
Chegou em casa encontrou a família reunida e entrou cantando:

" Que queixas tenho eu
Se realizo em vida
O desejo louco de ter
Em mãos o ser que eu
Amei demais e jamais
Recusou o meu canto
E não encabulou-se quando
Pedir-lhe a mão e matrimônio.
Ele quis assim
Por que ama a mim E somente eu
O amo assim
E não cansarei
Por que amanhã ao lado dele
Me deitarei, depois de sair da igreja. "

- Que canto mais triste, menina Lucianna ?
- O que foi Julia, fica na tua.
E passou para o seu quarto e ficou a imaginar:
- É justo que seja atirado nos campos da vida as amizades e revoltas, principalmente quando se tem em mãos o homem que se ama, por que se formos buscar opiniões dos outros sabemos o que dá, por que sempre será mais fácil um homem corromper uma nação inteira do que o contrario. Sei que falta aplausos a qualquer um, principalmente quando a quem me refiro é uma pessoa privada como eu e que não querem deixar ter o direito  de amar. Pensando bem, todos tem direito a vida, até os gatunos eles merecem sim, serem recolhidos a selas, torturados nunca. Mas o que está em jogo é o meu casamento e o meu pai tem que ficar sabendo, ele tem que está consciente do que está acontecendo, por que a vida é a coisa mais seria que possuímos, é a vida que alimenta toda a nossa vaidade, todos os sentidos e sentimentos. eu ficar trancada neste quarto não vais resolver absolutamente nada, eu tenho que dizer que é exatamente para eles me ajudarem em minha festa, por que mais vale eu falar agora e casar com o homem que amo do ficar pra titia plantando batatas, ou esfregando cabeça de prego, pelas calçadas molhadas das cidades. Eu que uma expressão, um documento de amor é importante. Mas quando solitariamente obtemos um canto reservado somente para os dois, fico a pensar de como será o meu paraíso e do Luciano, quando estivermos em nossa afável lua de mel. Por que esse meu momento eu quero passar no sítio entre arvores, observando somente a campina rasteira beijando o chão. e quando o sol cochilar eu quero cair nos braços daquele meu amado, esfregando o meu corpo contra o dele. Quero ver os seus passos como contorno abrindo espaço para que eu possa passar, por que nada belo existe do viver. Belo, mesmo é curtir a floresta que delira quando observa dois corpos namorando, despecebidamente deixando tocar lábios contra lábios, por que é a formusura de homem. Por que como dizia o poeta; os olhos são dois focos de luzes que ascendem sem percebermos e apaga-se ao chocar-se um contra o outro quando se verem envolvidos em beleza.  E ao poeta, sempre pelas poesias, pelos teatros, pelos que colaboram com ele, contribuindo para o seu engradecimento. E agora que já tracei os meus planos, já são quase meio dia, e a mesa já está arrumada eu vou revelar o meu segredo a esse pessoal.
E saiu do quarto tranquilamente, sentando-se à mesa entre Quincas e a governanta e foi falando:
- Pai, quero lhe pedir uma colaboração, por que eu vou me casar.
- Arregalando os olhos num momento de súbito ele repetiu:
- Casar ?
- Sim, estou prostituída, e não sou mais nenhuma donzela, disse ela.
- Não, não posso aceitar isso, és muito nova.
- Deixa pai, eu sei o que estou fazendo.
Quincas não gostou de saber que tinha dentro de casa uma menina não donzela, ele não se conformou, passou um mes sem falar com a menina, mas depois falou com amigos, ouviu conselhos e aceitou colaborar.
Depois de muito tempo anunciou a festa e disse:
- Não te darei nenhum presente agora, somente dentro da igreja.
- Sim, aceito, respondeu ela.
Luciano ainda não consultou o pai,o que soube por boca de vizinhos e o deixava triste por que sabia que os dois eram irmãos, somente agora ele se circundava do abandono deixado pelos dias que se passava e faltava poucos dias para aquilo se realizar, para que eles vivessem lado a lado eternamente como se fossem pessoas de famílias diferentes.
Na cidade durante a semana do casamento era somente em que se falava, via-se os dois sempre de mãos dadas, exibiam-se em bares e botecos com alegria em noites nostálgicas de cantos e poesias.
Enquanto isso  Herminda chorava deliberadamente, como se estivesse perdido um ente queridi da família com a morte.
Ela não aceitava aquilo.
chegou a véspera do casamento, o dia estava agitado, o tempo em Arari era nublado, esquisito, para uma estação tropical.
Quincas chamou a filha e disse:
- Eu não vou te dar aliança para colocar no dedo por que prostituta não pode usar aliança entrando na igreja.
- O Luciano já comprou uma pai, obrigado pela sua.
Os bolos, os comes-e-bebes,não sairam dos fornos, o véu, a grinalda, o vestido branco como um pedaço de algodão, o verdadeiro vestido de noiva era todo instante exibido aos pais, e as meninas que tinha uma amizade mais próxima, quebrando uma tradição de que roupa de noiva não se mostra.


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