terça-feira, 2 de novembro de 2010

DO NONO AO DECIMO TERCEIRO CAPITULO DO ROMANCE - água com bacuri -




NONO CAPITULO

ÁGUA COM BACURI

O sol já invadia as frechas da janela e os dois corpos ainda estavam ali
expostos nus sobre a cama.
O relógio acabou de bater as nove badaladas.
Flávinho abraçou e cheirou aquele outro corpo que encontrava-se a seu lado.
Edinho remexeu-se, espreguiçou-se arregalando os olhos e perguntando:
- Que horas são ?
- Nove horas, respondeu Flávinho.
Ele assustado, sentou-se na cama.
- Caraca, perdemos a hora, temos que ir embora e chegar cedo naquela
pousada.
- Acalme-se, vamos tomar café, vamos tomar  banho, vou te levar lá no
Reviver, se tiveres
tranqüilidade, tudo se resolverá em paz, disse Flávinho.
- Pode ser, atrasado ou não, ainda estamos aqui.
- E a sua noite, como é que foi ?
- Foi excelente, a muito eu não sabia o que era dormir em uma
tranqüilidade,
parecia que eu estava dopado.
- Eu também dormir bem.
- Eu sei que dormiste bem e, sei o quanto da sua felicidade, afinal
realizaste o seu sonho.
Flávinho disse sorridente:
- Realizamos o nosso sonho.
- Não é bem assim, você é que corria atras de mim. Na verdade estás
parecendo uma mulherzinha.
- Eu sou a sua mulherzinha, desde agora; respondeu Flávinho.
Entraram no banheiro acariciando-se, embaixo do chuveiro Edinho foi chupado
e foi ao orgasmo pela segunda vez e, desmaiando de prazer.
- Você acaba comigo desse jeito, cara;disse  Edinho.
- Não penso em acabar com você, o que quero é que sejamos feliz.
Flavinho saiu primeiro de debaixo do chuveiro, enxugou-se, perfumou-se e
vestiu-se.
Estava na porta de saída para ir ao Reviver, ele sacou uma nota de Cem Reais
e colocou no bolso do garoto.
- O que é isso, cara ? indagou Edinho recusando.
- É para você alimentar-se durante a sua viagem de volta.
- Não preciso disso, vou pensar que estas me comprando.
- Deixa de bobagem, repreendeu Flávinho enfiando a
cédula pela segunda vez
no bolso da calça do garoto.
Sairam da Teodora Barata, atravessaram a rua, entraram em um táxi e
seguiram rumo ao Reviver.
Ao chegar todas as pessoas estavam desesperadas com o sumiço de Edinho.
- Aonde você estava ? quis saber a diretora.
- Fui dormir na casa do meu tio. respondeu.
- Por que não avisou antes ?
- Esquecí e, por isso quero lhe pedir desculpas, sei que errei,
deveria ter-lhe avisado, mas prometo não mais acontecer.
- Você nos causou um
prejuízo enorme, éramos para termos partido
durante a madrugada, são quase dez horas da manhã e estamos aqui,
quando chegarmos em Arari, iremos a sua casa para que o seu pai,
repare-nos dos
prejuízos; disse a diretora.
Edinho arregalou os olhos assustado e contestou:
- Poderiam ter ido e me deixado para
trás, o meu pai não vai pagar
porra nenhuma. Se esta merda pára na minha porta eu quebro tudo dentro
dele, disse altamente nervoso e alterado.
- Exijo respeito menino, ralhou a diretora.
- Não vou sair daqui e não voltarei com vocês; disse sentando
emburrado ao meio fio da avenida.

Flávinho observava tudo do outro lado da rua com os braços cruzados.
Um alvoroço enorme.
- O que está acontecendo, Edinho ? indagou ele aproximando do garoto e
querendo entender.
- É essa mulher, que esta ameaçando ir lá em casa dizer ao pai que eu
dormir fora da pousada dela..
- Calma, ela não fará isso.
- Não sei,se acontecer eu tõ "fudido".
Flávinho procurou acalmar os
ânimos, misturou-se com os alunos e
procurou  a diretora.
- Minha senhora, o que aconteceu ? quis saber.
Calmamente ela contou o ocorrido, mostrou sua reprovação.
Exigiu que fosse
ressarcido, senão a família do menino pagaria as despesas.
Fávinho chamou Edinho, colocou a mão no ombro dele e ambos
aproximaram-se da diretora.
- Como vamos resolver isto ?
A diretora respondeu:
- Ele foi malcriado comigo e preciso de no mínimo um pedido de
desculpas, para começarmos a conversarmos e..........
Flávinho atalhou:
- Em nome de toda a nossa
familia lhe faço esse apelo de desculpas, eu
sou o parente que ele foi visitar e, não avisamos por ser muito tarde
e não queríamos
incomodar, por isso entendemos ser melhor ele ter
dormido na minha casa.
- E as despesas ? quis saber ela.
- Qual despesa, minha senhora ? indagou ele.
- Esse garoto fez agente
atrasar tudo. Vou fazer-lhe uma proposta; me
dê ao menos o da gasolina e toda esta confusão esta acabada e possamos
seguir o nosso retorno.
- Está tudo combinado, respondeu Flávinho.
E entraram em um acordo.
Daí em diante todos os estudantes começaram a entrar no
ônibus e
animaram-se pela viagem de retorno, acabado aquilo, agora era seguir
rumo de casa.
Com a certeza de não haver nenhum imprevisto, a tarde todos estariam
em suas
residências.
Quase todos os garotos
estavam sentado no ônibus, exceto Edinho que
voltou e foi-se despedir do amigo-amante, deu-lhe um abraço forte e
disse baixinho ao ouvido;
- Agente se cruza pelas esquinas de cada vida.
- Felicidades eternas, ficou  devendo o selinho, cobrou Flávinho.
- Da
próxima vez.
- Vou cobrar
hem.
- Deve cobrar sempre.
azedinho foi afastando-se calmamente do amigo em direção a escadaria do
ônibus, entrou e sentou-se em uma poltrona que estava para a janela e
ficou observando.
O motorista deu a partida, buzinou e foi saindo
vagamente, deixando
um rastro de fumaça até dobrar a primeira esquina.
Sozinho em São Luis, agora ele voltou para casa.
Abriu uma janela que dá acesso a uma area verde e, ficou a imaginar como lhe seria a vida daquele momento em diante envolvendo o seu relacionamento com aquele garoto, principalmente quando encontrassem em sua terra natal.
O
ônibus já havia atravessado o rio preguiça na altura da ponte dos Mosquitos, acomodado a uma poltrona Edinho recordava de tudo o que aconteceu na noite anterior. Observando as paisagens que passava de acordo com a velocidade do carro, somente ele e a sua consciência a desperta.
" Sei muito bem o que fiz e, precisava fazer aquilo com ele, senão não me deixaria dormir, mas sou ciente que ontem mesmo eu fiz mais uma pessoa feliz. Já passou do tempo de acabarmos com esse preconceito besta, sem rumo e sem nexo, que afunda a alma humana, as pessoas estão ai é para serem felizes, para viverem a sua vida e assim cada um ser dono dos seus atos e suas atitudes, sem que
alguém lhe torça o nariz, num falso moralismo que só existe da boca para fora."
Pensou bastante. Pensou muito mais coisas,até na sensualidade que encontrou no amigo-amante.
" Ele parece uma menininha, tem uma pele lisa, perfumada, o cheiro do seu cabelo é
embriagaste, eu deveria ter-me aproximado dele mais vezes.
Foi uma noite que não sairá da minha cabeça tão cedo. Fui feliz e fiquei leve ,sentir prazer com aquele cara, ele me conquistou, não sei o que fazer quando encontrá-lo, mas certamente não fugirei mais.
Jamais imaginei que ele fosse tão bem com a vida, nunca esperei que morasse só naquela cidade, para mim tudo é um grande barato, agora entendo que,por isso  na nossa cidade as "mina" paga maior "pau" para ele. Elas tem razão, é bonito, tem mesmo  é que gozar a vida, curtir o sol, a praia , o mar e
a brisa que invade a cidade a dentro.
Edinho espreguiçou-se na poltrona e, o amigo que sentava ao lado perguntou:
- Vocêgostou do passeio ?
Ele respondeu:
- Adorei.
E mostrou-se deslumbrado contando casos e mais casos e soltando enormes gargalhadas, enquanto organizava uma batucada no fundo do
ônibus.

Resolvendo seus afazeres particulares e, tentando colocar a vida em dias,
Flávinho escalava São Luis de um lado a outro.
Foi até a concessionária.
- Sou Flávio Mendes, disse na recepção apresentando documentos.
- Que desejas, interrogou alguém.
- Vim regularizar documentação do carro que paguei, fui avisado e estou
aqui.
A moça o fez entrar, serviu um
cafezinho e, sem perder muito tempo, depois
de entrar e sair de algumas salas, passou na recepção com papeladas e
risos nos lábios.
- Hoje foi rápido, comentou a moça da recepção.
- Verdade, era somente para
conferir o numero de algumas franquias.
- E o
carro, quando sai ? quis saber ela
- Creio que mais duas horas eles me liberam a chave.
- Qual carro escolheste ?
- Vou deixar-te curiosa, mas
escolhi um modelo esporte nacional,
afinal estou solteiro e preciso de um carro que no mínimo me ajude a
conquistar as pessoas.
- Boa sorte a sua.
Depois disso saiu e voltou para casa, a esperar o que havia combinado
com a empresa de veículos.


Enquanto isso em São Luis.......

Flávinho não apareceu durante o festival.

O dia inteiro ele corria ponta a ponta da cidade, para solucionar seus problemas.

Uma semana depois que Edinho voltou para Arari, a consecionária lhe entregou o veículo.

Um carro zero sem nenhum quilometro rodado, ainda cheirava a tinta fresca, um carro belo, os bancos todos de couro, completamente equipado, desde extintor até aparelho sonoro do mais moderno que existe. Tinha quatro portas, de imediato ele mandou colocar insufilme em todos os vidros e, com ele passou a rasgar as vias expressa da cidade.

Deixou de andar a pé.

Passava o tempo assim e não ligou para Edinho em Arari, nenhum telefonema sequer.

Flávinho dizia ao seu íntimo:

" Eu quero ficar sozinho.

Eu quero curtir a minha vida e o meu carro que adquirir com todo o meu esforço e muito suor.

Quero abaixar os vidros dele e sentir o vento na cara, espalhando os meus cabelos e assanhando a minha alma.

Quero subir as pontes e, descer as ladeiras desta cidade calmamente contemplando os seus casarões, suas calçadas altas e seus azulejos coloridos.

Quero fazer a minha mãe entrar nele e ,juntos desfilarmos pela nossa Arari afora, e assim lhe dá um pouco de prazer, ela que já traz no rosto, as marcas das rugas, que por si só, já traduz quantas primaveras ela carrega.

Hoje eu estou feliz.

Escolhi morar sozinho e Deus, com a minha aura e minha consciência de não fazer mal nenhum a ninguém.

Quero hoje somente a noite como companheira e, o travesseiro da minha cama como um fiel escudeiro das minhas lamentações. Tenho alma, músculos, sangue, ossos e sentimentos.

Terei a lua para clarear meus sonhos e o sol para aquecer minha dúvida, por isso "eu me amo".

Flávinho era narcisista.

Tudo o que adquiria era para investir em seu próprio corpo. Mas cuidava da vida com detalhes e sem fantasias, era um menino pé no chão.

Mesmo fixando residência no bairro do Monte Castelo, as vias retas do bairro do São Francisco era a sua predileção.

- Eu nasci para ser chique, fino e elegante, dizia sempre a quem quisesse ouvir.

E mais:

"Tenho que adorar a Deus e entregar-lhe a alma, para que o meu julgamento seja digno.

Sei que sou homossexual e, isso não é o fim do mundo, não tenho base para dizer se isso é doença ou opção de vida, mas nem por isso suicidarei-me.

Não me corromperei por isso e, nem tão pouco entregarei a minha alma ao diabo.

Eu também tenho uma família, um pai, uma mãe, meus irmãos e, um leque enorme de pessoas que me rodeiam e dizem gostar de mim.

Independente do que pensa o parente ou o vizinho, tenho que levar a minha vida da forma mais agradável possível.

Levo a vida sem ofender o meu amigo ou agredir o meu irmão.

Tenho que respeitar a mim para me fazer respeitar, sei que preciso fazer acontecer, por isso tenho que ser grande  e, a minha grandeza será marcado, pelo tamanho da bravura da minha alma."

Flávinho refletia tudo isso tranquilamente no avarandado da pousada Teodora Barata,namorando o pôr dos Sol.

Alegre, sorridente, educado, era o espelho da humildade e da preserverança.

Rapaz de pensamento positivo, não desistia jamais do que desejava, afinal é arariense e este povo não desiste jamais.

Um mês depois........

Passado esse tempo, a cidade de Arari é uma calmaria só.

Tudo é uma tranquilidade a vista.

Certa noite a família do seu Torres estava reunida em volta da mesa para o jantar e, Edinho falou:

- Quero contar uma coisa que aconteceu comigo, quando estava em São Luis.

- O que aconteceu filho ?

- Não é nada de outro mundo, é apenas um fato.

- Fala logo Edinho, eu estou curiosa, disse Ana Luiza, toda agitada.

Ele soltou os talheres sobre a mesa, olhou para o pai e disse:
- Encontrei o filho do Armando, quando agente estava na praia.

- E aí ? quis saber o velho.

- Ele se aproximou de mim pai e falou comigo e...

- E o que ? atalhou o velho que olhando sério continuou:- vai me dizer que você trocou palavras com ele ?

- Deixa o menino terminar a história dele, repreendeu a todos dona Carmém.

- Você quer apoiá-lo ? disse Torres.

Carmém tornou:

- Quero é ouvir a história inteira sem que você apavore o menino.

- Então conte tudo logo, Edinho; disse o velho.

- É isso pai, ele falou comigo, disse que não tinha raiva de mim e nem de ninguém aqui em casa, disse que quer fazer amizade com todos aqui em casa e, ainda me convidou para ir na casa dele em São Luis.

- E você foi filho ? quis saber a mãe.

- Não mãe, eu não fui. Afirmou Edinho.

- Fez muito bem completou o velho.

Ana Luiza, apenas mastigava ouvindo a conversa.

- Que acham disso ? tornou a perguntar Edinho.

- Eu não quero amizade com essa gente. Eles e a Lili Boca Mole, são pessoas que agente não pode confiar. São verdadeiras aves de rapinas. O pai daquele moleque me prejudicou muito, eu não quero encontrá-lo a minha frente nem pintado de " lilás azul carvão, cor de rosa choque".

- Nossa pai , que rigor! balbuciou Ana Luiza.

- É uma ordem Ana, é uma ordem a todos aqui. Eu me suicido ou mudo desta rua, se perceber que existe uma aproximação de vocês com essa família.

Todos calaram.

Fez-se um silêncio amedrontador.

Depois do silêncio avassalador que caiu ali, Carmém disse:

- Você está sendo radical.

- Eu não aceito mais um pito sobre esse assunto, vamos terminar o nosso jantar em paz,não me irritam mais.

Os meninos ficaram calados, mas assustados com comportamento do pai.

Edinho não mudou o seu comportamento habitual.

 Após o jantar ele  sentou-se na escadaria da casa.

Todos os dias ele pensava no amigo-amante, pensamentos estes que dividia com a saudade de Heloísa, que repentinamente sumiu da cidade de Arari e, ninguém lhe sabia dar notícias.

Ele ficou no reservado no seu íntimo e não a procurou mais, afinal tinha avisado quando viajou a São Luis que retornava em dois dias e, antes do final da semana.

Passou mais de dois meses...........

E certa vez caminhando rumo a beira do Rio Mearim ele refletiu:

" O que será que aconteceu comigo ?

Sumiu a Heloísa, o Flávinho não ligou um dia e, nem veio de São Luis e, estou a começar a sentir saudades dessas pessoas.
De que adianta sentar nos degraus desta escadaria ou pendura-me na janela da minha casa e, ficar contemplando apenas o vento ? Aquele rapaz foi dez comigo e, talvez por isso o transformei em uma mulher e tivemos uma noite feliz".

Todas as vezes que Edinho encontrava-se só, ele alimentava a imagem do amigo-amante.

Para a sua mente juvenil, aquele corpo era de uma mulher.
- Preciso encontrar, esse rapaz , imaginava vez ou outra Edinho.
Edinho levantou-se do sofá de onde estava sentado e, foi até a porta olhando na direção da oficina em que o seu pai trabalha e, viu o seu Torres todo lambuzado de oléo queimado, deitado debaixo de uma kombi vermelha, que vazava e deixava escorrer o detrito meio fio acima.
Dona Carmém, foi ao centro da cidade na feira do produtor fazer pesquisa de preços alimentares, coisa que fazia rotineiramente.
Sozinho Edinho fechou a porta e passou a chave.
A sua irmã Ana Luiza foi visitar uma amiga.
Ele entrou no banheiro, despiu-se todo e começou a acariciar a genitália.
Abriu o chuveiro e deixou a água escorrer a vontade, molhou-se todo , passou-se sabonete, ensopou-se.
Nesse vai e vem de mãos entre as pernas, o seu pênis endureceu e, ele deitando no chão do banheiro, fechou os olhos, pensou no amigo-amante, em suas nádegas arredondadas, no seu corpo liso e cheiroso, com aquele perfume que havia lhe penetrado narinas a dentro. Massageando-se gozou. Gozou bastante, mas o seu pênis permaneceu inchado, a glade envermelhou-se e, ele jogou água gelada sobre ela e, sacudindo o membro, viu escorrer as últimas gotas de espermas.
Saiu dali enrolado em uma toalha que lhe prendia até a cintura, abriu a porta e ficou sentado no sofá da sala procurando uma roupa para vestir-se.
No meio da rua uma gritaria só, era Lili Boca Mole:
- Puta que o pariu, eu não aguento mais, dizia ela em voz alta:- Todo dia eu lavo esta calçada e vem um diabo velho e, joga oléo queimado de carro aqui. Não sei quando essa merda vai parar Vou denunciar isso na promotoria pública, isso é um crime ambiental, exagerava.
Torres que ouvia tudo aquilo sob a kombi vermelha, prendeu a respiração e Lili continuava:
- Se a promotoria não dê um jeito nisso vou fazer um abaixo assinado, vou arrancar essa oficina velha daqui, isso é pra ser instalada é lá no meio do Cafezal e, não aqui no centro da cidade, isso é uma imudice,onde já se viu, as pessoas vem aqui para se fazerem bonitas e depara com isso,eu estou revoltada...gritava.
Ela não sabia que o velho estava debaixo da kombi.
E soltava a língua:
- Vou chamar o delegado e mostrar isto, e entrou salão a dentro.
A multidão crescia a cada vez mais, e algumas outras pessoas penduravam-se nas janelas imaginando que fosse briga de duas famílias, mas na verdade era apenas mais uma baixaria da manicure.
Muitas pessoas zombavam dela e, olhavam-se entre si anarquizados.
Sem que quase ninguém o percebesses, Torres calmamente sai-se de debaixo do carro, entrou na oficina e ligou para o velho Chico, comunicando que não abriria a oficina no período da tarde, coisa que de imediato o velho Chico agradeceu e se fez entender os motivos exposto pelo empregado.
Após desligar o telefone, ele pegou três cabos de borracha de correia, enrolou um contra os outros e, enfiou-lhe mão a dentro, cobrindo-o com uma esteira leve e, novamente deitou debaixo do carro.
Deitado ali, começou a mexer e a remexer em parafusos, na tentativa de estancar o oléo que aos poucos parecia ir-se estancando.
Mesmo assim ela não parava de falar:
- Vou entregar todos esses esporro mal dado a justiça. Vou mostrar a eles como eu tenho valor. Esses vagabundos estão pensando que são donos da rua ? esculhambava ela.
Crime ecológico,ela gritava:- isso tudo vai jorrar "mearim" abaixo e vai matar os peixes, envenenar cardumes de peixes, depois o povo fica doente e, ninguém sabe o que é e, as pessoas começam a morrer jogadas em pedras, lá naquela imudice de hospital.
Lili, estava em pé, na porta do salão.
Derepentemente semelhante a um condor que abafa a sua presa, o velho Torres saltou de sob  a  kombi, vôou no braço da manicure puxando-a, para o meio da rua e aplicando-lhes várias pancadas violentas.
Nas costas, nas pernas,na cara,em todas as partes do corpo ficou marcas violentas das pancadas que ele lhe proferia.
Ambos travaram uma feroz luta corporal, Lili caída e o velho a arrastou-a, puxando-a pela  por uma das pernas e assim desferia mais golpes de chibata sem dó e nem piedade. O homem estava enfurecido. A turma do acomoda avançou sobre  ele e a arrancou-a de suas garras.
Lili, ficou estendida no chão, gemendo de tanta dor e com o corpo cheio de hematomas.
Joaninha SabeTudo que compartilhava de toda a falácia, quando viu o velho atracado com a amiga, baixou rapidamente as portas do salão e fugiu semelhante a um raio que corta terra a dentro.
- Cadê a outra vagal  ? indagava ele enfurecido e fora de si, batendo na porta do salão, procurando a outra parceira que aquele momento estava  distante.
Ela fugira quando ouvia estalar fundo a chibata nas costela da amiga e certamente sabia que sobraria para ela.
- Esse louco vai me matar, dizia ela enquanto corria fugindo com os tamancos na mão.
O clima ficou tenso na rua BaLbino Azevedo Costa, uns riam, outros comentavam,  alguns se revoltaram com o velho e, outros apoiaram a atitude dele.
- Ela já era para ter levado uma surra a muito tempo, acho até que demorou, dizia uma velha gorda.
- Ele devia era ter matado ela. resmungava outra.
- Ele foi cruel, contestou uma senhora.
- Tem é que colocar ele em cana, berrou uma outra mulher revoltada com aquela cena.
- Mulher não se bate nem com uma flor, desabafou um homem como se fosse um poeta.
Enquanto alguns moradores socorriam  Lili, seu Torres fugia pelos fundos da oficina deixando ali um corpo desmaiado de tanta dor.
Aos poucos ela foi recuperando-se, uma vizinha deu-lhe água com açucar e um outro providenciou um carro que levou ao hospital, para fazer curativos e prestar-lhes socorro. Enquanto isso seu Torres enfiou-se terra a dentro. Seu paradeiro tornou-se desconhecido. Repentinamente a polícia cercou toda oficina e o casarão que ele mora, mas era tarde, já havia fugido. De Joaninha, ninguém mais tivera notícias, ela fugiu igual a uma bala solta em uma guerra, que se espalha para todos os lados.

- Uau...uauau...uauau...era o som do carro da polícia.

Toda aquela aglomeração abriu espaço para que a viatura passasse.

Derepente o carro pára e desce um policial que indaga um homem que encontra-se ali parado:

- O que foi que aconteceu, cidadão ?

- Não sei autoridade, estava aqui passando e vi esta aglomeração e resolvi parar; respondeu.

O mesmo policial indaga uma outra pessoa:

- O que esta havendo, aqui ?

- Não sei autoridade.

- Como não sabes, se estas aqui de pé ?

- Não moro aqui autoridade, respondeu.

- Que fazes aqui então ?

- Ía passando, vi este povão todo parado e resolvi vim ver o que era.Estou perdido igual a autoridade e, foi-se afastando calmamente.

O policial não se conteve e, encostando na mulher gorda indagou:

- O que acontece aqui minha senhora ?

- Não vi nada meu rei; respondeu ela.

- Que fazes aqui então ?

- Estou olhando você meu rei.

- Está me achando bonito, tia ?

- Bonito nada, quando eu era mocinha tinha vontade de ser policial feminina, disse a velha gorda dando gargalhadas, com a boca escancarada com apenas quatro dentes dois em cada parte da gengiva.

O policial então parou.

Atravessou a rua, subiu a escada e bateu  palmas, enquanto Edinho abria a porta.

- O que desejas, perguntou o garoto.

- Quero falar com o dono da casa.

- Não esta.

- Como não esta se moras aqui?

- Neste momento ele não está, ele trabalha ali, disse o garoto novamente apontando para o outro lado da rua, mostrando o local em que o pai trabalha.

- Sua mãe por favor ?

- Também não está.

- Se eu entrar aí e, encontrar o seu pai, vai sobrar para todo mundo, inclusive para você, disse a autoridade policial.

Edinho ouviu e devolveu:

- Até aonde eu saiba o senhor só poderá entrar na minha casa se tiver um mandato judicial, caso contrario se caracterizará invasão domiciliar.

O policial olhou demoradamente para ele e respondeu :

- Fique certo que voltaremos aqui e invadiremos a sua casa.

Ele desceu os degraus, entrou na viatura e ligando a sirene  saiu em alta velocidade na direção ao hospital, sob o olhar da multidão.

- Quero que vá ao hospital e ouça o que tenha a dizer a dona Lili, havia ordenado o delegado.

A viatura estava estacionada no hospital, o policial dirigiu-se a portaria, para verificar o livro de entrada de enfermos, que havia de constar ali o nome da moça torturada.

Já no interior do hospital, ele caminhava a passos lentos, quando vê uma mulher deitada sendo socorrida..

Uma enfermeira alivia-lhe as dores com oléo morno e alguns gases que passa pelo corpo, sobre as marcas vermelhas que ficaram cravadas devido as borrachadas.

- Quero uma palavra da enfeira; disse a autoridade policial dirigindo-se à funcionária.

Depois de cumprimentarem-se ele disse:

- Quero falar com a vítima.

A funcionária publica que chama-se Goreti, afastou-se de imediato.

O policial, toma um bloco de ocorr~encias e aproximando-se da maca pergunta:

- Como é o seu nome e o que aconteceu?

Demonstrando muita dificuldade em falar e em enxergar pois a ponta da chibata havia machucado um  do olhos, ela respondeu pausadamente:

- Meu nome é Lílian, mas todo mundo me conhece por Lili Boca Mole, a manicure.

- E o que ocorreu dona Lílian, para as coisas chegarem a este estado calamitoso ? indagou novamente o policial.

Ela olhou demoradamente para o policial e respondeu:

- Ele me agrediu apenas por que eu estava lavando a minha calçada, e ele não gostou.

- Somente por isso ? Tens certeza.

- Tenho; respondeu ela, virando-se na maca.

- A senhora conhece o agressor ?

- Infelizmente sim.

- Ele já havia lhe ameaçado antes ?

- Apenas uma vez só.

A autoridade policial anotava tudo e Lili, permanecia deitada e gemendo.

- Depois de amanhã, ou quando estiveres alta, compareça imediatamente a delegacia, recomendou ele, saindo corredor afora, deixando Lili de olhos marejados na maca.

Enquanto o policial distanciava-se, entra correndo quarto a dentro, ainda assustada, Joaninha Sabe Tudo.

- Como você está amiga ? indagou querendo abraçá-la.

- Estou viva, querida, felizmente viva, graças a Deus.

Joaninha estava aflita, assustada, desesperada, sem saber o que fazer.

- Ele pegou você Joaninha ? quis saber Lili.

- Não amiga, eu conseguir fugir, aquele homem estava furioso, eu vi você na mão dele, igual a um gavião quando agarra um pintinho, ele te agarrou, te atirou no chão com uma facilidade, que sinceramente pensei em encontrar-te aqui, morta.

Lili chorou copiosamente ouvindo a narrativa da amiga.

- Olha querida, agora chega. Acabou o tempo da visita, era novamente Goreti que falava e continuou:- ela vai ficar em observação até amanhã pela manhã e, você Joaninha vem buscar ela, é mais uma força para a sua amiga.

Joaninha balançou a cabeça afirmativamente e saiu corredor a fora apressadamente.

A violência com que o senhor Torres atacou a manicure foi comentários diversos em vários pontos da  cidade, uma notícia que dividiu as opiniões na sociedade, a final a justiça existe para ser exercida, mas nunca com as próprias mãos.

As mãos são membros sagrados, elas foram feitas para servir aos outros e estarem sempre limpas.

As mãos têem que estarem sempre limpas, elas jamais podem manchar-se de sangue humano.

As mãos não foram feitas para serem manchadas de sangue humano.


DECIMO PRIMEIRO CAPITULO

 

Edinho chegou em Arari.

Seu Torres foi espera-lo na estação rodoviária, ao vê-lo deu-lhe um abraço apertado dizendo:

- Eu estava morrendo de saudades de você, meu filho.

- E eu também meu pai, respondeu ele.

Seguiram rapidamente para casa ao encontro dos familiares e passando pelo sobrado, Lili estava a porta e ao vê-los gritou:

- Corre aqui Joaninha, tenho novidades a mostrar-te.

- O que aconteceu amiga ? disse Joaninha fazendo-se desentendida.

Aproximaram-se uma da outra e cochixaram:

- O filho do bode velho voltou.

- Qual será a novidade, heim amiga ?

- Ele passou dois dias na cidade deve ficar aí todo esticado por uns dias.

- Esse pessoal é assim, igual a macaco, nunca come mel e, quando como se lambuza.

Falaram ainda por um bom tempo e logo cada uma procurou seus afazeres.

A noite.........

A praça estava cheia, eram pessoas que iam e outras que vinham, a cidade já começa a animar-se por que é setembro e, mais uma festa  a aproxima-se: " é a popular festa da melancia", que tornou-se Estadualmente conhecida.

Nesta época, aparece gente de todos os cantos do Estado. Tem sorteio e premios ao fruto maior e mais pesado.

A praça do folclore como é conhecido aquele pedaço que fica atras da Rodoviária,até parece um formigueiro.

Tem barracas, bandas de forró e muito chopp.

Edinho ainda não encontrou a namorada desde que voltou da excursão. 

Está a espera dela.

Encontra quase todos os seus amigos, mas ninguém lhe fala de sua namorada.

Derepente ele afasta-se pensativo e senta em um banco:

" O que está acontecendo ?

Tenho estado com quase todos os meus colegas e até agora, não encontrei a minha namorada, até este momento nem sequer ligou ?

Por que acontece isso, se tenho tanto carinho por ela ?

Eu que sempre a coloquei em primeiro lugar, sobre todas as coisas, eu que sempre a valorizei, será que ela está querendo me abandonar ?

Sinto neste momento um vazio imenso, uma saudade profunda, queria esta com ela neste instante e poder dividir aqui o meu momento de alegria.

 Mas estou só.

Puxa, é de encabular esta situação. Mas prometo a mim e ao meu coração que não me entregarei à tristeza,  ao desespero, não jogarei a minha alma no vale da solidão e, nem deixar que abata sobre mim a morte dos meus sentimentos.

Se chorar agora, um dia possa ser que me arrependerei de ter chorado por ela, mas se quiser sorrir possa ser que me machucarei depois. Não sei o que é ser ou deixar de ser, não sei se estou certo ou ficarei louco, o que realmente sei é que estou só".

Abandonando aquele banco caminhou calmamente pela Avenida Dr. João da Silva Lima, com as mãos enfiadas ao bolso.

Durante o trajeto voltou a encontrar os mesmos amigos de sempre e, alguns perceberam a sua inquietação, a sua ansiedade e o seu desespero.

Durante todo o Festival da Melancia Edinho permaneceu sozinho, quase que solitário, não se interessou por nenhuma menina para ficar e, nem quis mais nehuma outra como namorada.

Estava ferido com saudades da amada Heloísa.

Fazia mais de três dia que o senhor Torres sumiu da cidade de Arari.

A cidade vivia uma enorme discórdia.

A família dele  ficou abaladissíma com o fato ocorrido.

Edinho chorava todos os dias, ele sentia muita falta do pai, por quem tinha um apego demasiado. Ele não sai de casa e transformou-se em um prisioneiro domiciliar volutário.

Estavam constantemente sobressaltados, pois durante essa ausência, a polícia esteve constantemente em sua casa.

Lili Boca Mole, recebeu alta hospitalar, estava aos poucos se recuperando, ainda assim a enfermeira colocou-se a disposição para socorrer-lhe no que entendesse que fosse necessário, mesmo que fosse para atender em domicílio.

Já se passaram mais de uma semana e Lili, não aparece em seu estabelecimento, apenas Joaninha revesa-se, no atendimento da clientela. Mesmo assim trabalha assustadíssima:

- Tenho medo que aquele desgraçado apareça e faça qualquer coisa comigo; repetia ela a qualquer cliente que ousasse comentar o ocorrido.

O clima era de medo.

Dona Carmém não colocava nem a ponta do nariz na porta

- Estou sofrendo muito; disse ela a uma vizinha que foi visitar-lhe.

- Não é para menos, eu sei o que a senhora está sentindo.

- O Torres cometeu uma enorme burrada, ele não tinha nada que dá uma surra daquela na mulher, deixasse ela falar o que quissesse.

- Foi uma coisa dura, dona Carmém; disse a vizinha.

- É verdade, eu não vi nada. Eu não estava, tinha ido a feira do produtor, comprar alguns alimentos, quando voltei já tinha acontecido essa tragédia, que no final, não é bom para ninguém.

A vizinha depois de um longo tempo conversando, correu à cozinha e foi preparar um chá, e sempre tentando confortar a outra, depois despediau-se e, dona Carmém ficou em casa apenas  na companhia do filho.

Agora é meia noite..................

a cidade está silenciosa, a lua brilha no céu e corre de um lado a outro do horizonte.

Um carro preto aproxima-se da delegacia, o policial de plantão coloca-se em posição de combate, a motorista dá farol alto e desliga o motor. Nisso o policial aproxima-se:

- Tenha calma, sou eu a doutora Tamea, vou apresentar ao senhor o número da minha OAB-MA e, quero negociar a apresentação do meu cliente.

- Então vamos entrar; respondeu o policial.

Com uma pasta a mão ambos entraram no distrito policial e, a autoridade de plantão perguntou:

- Quem é o seu cliente ?

- Senhor Torres, respondeu ela.

A autoridade policial párou, olhou para ela e tornou:

- Aonde ele está ?

- Isso mesmo, uma bela pergunta, mas estou aqui para negociar a sua apresentação, o meu cliente tem família nesta cidade, endereço fixo nesta cidade, trabalho e emprego nesta cidade, é nascido e criado nesta cidade e jamais houve algo que desonrre a  a sua conduta ou coloque em risco a segurança das pessoas desta cidade.

- A senhora quer comecializar o que, doutora ?

- Quero apenas garantias que o meu cliente venha aqui, apresente-se e, tenha todos os seus direitos preservados.

- Mas a senhora sabe aonde encontrar o senhor Torres ? quis saber o policial.

- Poderia dizer que isso faz parte da estratégia da defesa. É uma coisa de foro íntimo, neste momento eu me recuso a conversar com o senhor sobre isso, se acontecer de não tiver os direitos do meu cliente respeitado, inclusive sem aglomeração de pessoal a porta do distrito, por que tememos um linchamento contra o meu cliente.

O policial fez uma declaração, assinou e entregou a advogada.

- Quando a senhora apresenta o senhor Torres ? quis saber ele.

  • Em menos tempo que o senhor imagina, respondeu ela, retirando-se

  • A advogada entrou novamente no carro, ligou o motor e saiu em alta velocidade,ouvia-se apenas o rasgar dos pneus no asfalto gelado da nossa calma e romântica Arari.

Quarenta minutos depois.........

Ela volta a delegacia com o senhor Torres que vestia uma calça jeans verde petróleo, camisa bege manga longa, barba feita e cabelos com as pontas aparadas.

- Eis aqui autoridade, um homem do bem,um trabalhador que teve a honra atacada e, defendeu-se como pode dos ataques daquela mulher.

Torres sentou-se.Em frente a autoridade policial este não demonstrava nenhum tipo de medo ou ressentimento, e o policial perguntou:

- Diga-me senhor, o que acontedceu naquele dia entre vós e a senhora Lilian, que acabou em cenas lamentavéis, inclusive com a mulher hospitalizada ? Gostaria que o senhor narrasse todos os detalhes.

Senhor Torres arrumouse na cadeira, olhou para a advogada que disse:

- Narre tudo com todos os detalhes possíveis e sem medo. Fale só a verdade, tão somente a verdade, disse ela séria olhando para o  policial.

Depois de narrar a sua versão, ouviu da autoridade policial que enviaria aquela peça a promotoria.

- Doutora,quero avisar ao seu cliente que aguarde uma notificação desta distrito, com a data marcada para aqui se fazer presente, todavia ele não poderá deixar esta cidade.

A advogada disse virando-se a autoridade policial.

- Isso nós não iremos aceitar e nem assinar, o meu cliente não oferece perigo a sociedade, é um trabalhador e, se procederes assim hoje mesmo, entrarei com uma representaação no TJ, pois preciso garantias a este homem para ele vir e ir.

- Doutora eu....

Ela atalhou:

- É sagrado o direito de ir e vir, isso não negociaremos, o meu cliente jamais poderá ser condenado antes de julgado, disse ela falando firme e pausadamente.

O depoimento do senhor Torres varou a madrugada.Foi um depoimento aléwm de longo cansativo.

Agora são cinco horas da manhã...........

o galo havia cantado, quando a autoridade policial disse:

- Seu cliente aguarda em casa uma convocação para prestar  depoimentos assim que solicitado.

Ela disse:

- O meu cliente esteve e sempre estará a disposição da justiça desta cidade e, compárecerá quantas ela vezes ela  o convocar.

Todos despediram-se dali, seu Torres abraçou a advogada em sinal de agradecimento.

Entraram no carro e ele perguntou:

- Para onde vamos agora ?

- Vou entregar-lhe aos seus familiares, certamente estão todos aflitos e anciosos aguardando a sua presença.

Ele no banco de carona ía ensinando como chegar em sua casa.

- Páre aqui, doutora, disse ele quase que repentinamente.

- Mas que casa bonita homem, estás de parabéns.

Ele sorriu desconcertado.

Ela desceu do carro, subiu as escadaria a frente dele e tocou a campainha.

No interior da casa acendeu-se a lâmpada, dona Carmém levantou-se, colocou um vestido usado por cima da camisola, foi até os quartos dos meninos e avisou:

- Estão tocando a campainha aqui novamente, certamente é a policia atras do pai de vocês, levantem e venham comigo.

Os meninos levantaram e acompanharam a mãe até a porta, sempre atras dela protegendo-lhe as costas.

- Quem é ?  Perguntou ela.

- Eu, Tamea.

- Ta - me - a, soletrou amulher meio que nervosa.

- Sim, sou eu.

- O que desejas, doutora ? indagou sem que abrissse a porta.

- Falar com a senhora, ao vivo e a cores, olhando nos seus olhos.

Dois vizinhos observavaram quando o carro parou a porta do seu Torres, ficaram curiosos para saber o que estava acontecendo.

Dona Carmém abriu a porta receiosa, e apresentou-se a Tamea.

- Eu sou a esposa dele.

A advogada segurou-se pelo braço,sorriu e disse:

Vim trazer o seu marido de volta pra casa, ele está aqui, inteiro e vivo.

Ao vê-lo, os meninos não resistiram, pularam emcima dele, agarraram pelo pescoço, beijaram  e puxaram-se   tanto que rasgaram a camisa  que ele usava. O velho não aguentou-se de emoção e chorou abraçado aos filhos. Dona Carmém também desabou em légrimas.

A doutora Tamea, despediu-se da família e, prometeu voltar todas as vezes em que fosse solicitada a comparecer para lhe fazer companhia e, depois entrando em seu carrão sumiu na esquina seguinte da rua Balbino Azevedo Costa, via pública que homenageia seu tio em segundo grau. Foi-se deixando a certeza que naquela casa, agora reinava a alegria e o contentamento

Na casa do senhor Torres.

- Por onde o senhor andou, pai ? quis saber Ana Luiza

- Quem lhe apresentou aquela gata velho, brincou Edinho.

O velho sentou-se no sofá, tirou a camisa rasgada e comentou:

- Depois que deu uma surra do meu jeito naquela vagabunda, fui para Miranda do Norte, encontrei um amigo que conhecia essa advogada, ele me ofereceu ajuda, aceitei e, disse a ela apenas quê o que não queria era ser preso. Ela veio aqui e...

- Ele veio em Arari, pai ? Como é que ninguém viu ? indagou edinho curioso.

Ele comentou:

- Ela passou aqui filho era por volta de meia noite, negociou a minha apresentação, depois voltou e apresentou-me ao delegado de plantão, eu dei o meu depoimento e agora ela veio me trazer em casa, ela dizia-me sempre, que o desejo dela era me entregar não a policía, mas a minha família, ela disse que eu não tenho que ficar em cadeia, lugar de trabalhador é no local do trabalho de dia e, a noite ao lado da esposa e dos filhos.

- Ué, ela é boa pai, disse Ana Luiza.

- É do ramo filha, agora tenho que trabalhar para pagar ela.

- Foi caro em pai ?

- Não vai sair barato, na verdade ela será paga pelo meu amigo, agora terei que trabalhar para pagar ele.

Houve um silencio por uns instantes e, Carmém disse:

- Acho que não deverias ter feito aquilo, aquela mulher é doente, deveria ter relevado, veja bem, não estou te condenando, apenas reprovando a tua atitude.

- Eu sei... eu sei, você nunca foi a favor de mim em nada e, não seria agora que esperaria que apoiasse a minha atitude

- Não é bem assim, tornou a dizer ela.

- é bem assim com todos os "emes", e "esses" possiveis de se pronunciar, disse Torres muito sério e continuou:- da próxima eu dou uma surra nela e outra na Joaninha, para não perderem o rumo da vida.

Carmém calou-se e os filhos tomaram o partido do pai, fez isso para não haver bate boca e encomodar os vizinhos.

Depois que a advogada saiu e chamando a atenção com o seu carro luxuoso, chamou atenção de algumas pessoas que aproximaram-se da casa do senhor Torres.

A multidão ía aumentando e muitas delas, nem sabia o por que de está ali, com a cara para o sol.

Havia muitos comentários e murmurim e as nove horas da mnhã Joaninha Sabe tudo chegou para abrir o salão.

- Que aglomeração é essa foi perguntando ?

- É o Torres que chegou, informou alguém.

- O que ? indagou ela arregalando os olhos e, em uma fúria louca, baixou as portas do salão e partiu em uma correria dessenfreada.

- Dona Joaninha, o que é isso ? gritou uma pessoa

Ela não de atenção e invadiu-se rua acima.

Parou na delegacia quase colocando os bofes pela boca.

- Autoridade policial, o homem está em casa, prendam ele...prendam ele, gritava desesperada.

- Não podemos prendê-lo, dona Joaninha, respondeu.

- Como não pode ? Pode...pode e, pode.

- Calma dona Joaninha, pedia o policial.

- Prendam o homem, berrava ela .

- Calma minha senhora, calma.

- Calma o quê ?

Se não prenderem ele, tenho certeza agora que são todos corruptos, um monte de ladrões fardados, todos iguais a ele.

Ela estava esbaforida, ofegante e parecia engasgar-se com a própria saliva.

A autoridade policial explicou-lhe como funciona a lei e ela:

- Quer dizer que ele quase mata a minha amiga, se me agarra eu tava no saco,invade o nosso salão, arruma uma advogadazinha meia boca dessas de beira de estrada, se apresenta na calada da noite e não pode ser preso. O que é que há ?

- Ele será julgado, minha senhora.

Não se conformando, retorou-se da delegacia e foi direto para a casa da amiga.

Chegando lá, bateu palmas e Lili a atendeu no portão, ainda toda arrastando-se e mostrando os arranhões que ficou no braço, nas pernas, orelha e uma marca enorme sobre o seu olho direito.

- Enxergo muito pouco desta vista minha amiga, queixou-se.

- Temos que ir ao oftalmologista, enquanto é cedo.

- Vamos entrar Joaninha, vou fazer um cafezinho para agente esquentar o estomago.

- Espero sim, respondeu ela entrando casa a dentro.

- Quais as novidades, tens alguma ? quis saber Lili.

- Tenho uma que vás cair de costa.

- Conte logo, enquanto a água ferve, disse ela anciosa.

Joaninha já estava na cozinha ao lado da amiga quando disse:

- O bode velho apareceu.


DECIMO PRIMEIRO CAPITULO

 

Edinho chegou em Arari.

Seu Torres foi espera-lo na estação rodoviária, ao vê-lo deu-lhe um abraço apertado dizendo:

- Eu estava morrendo de saudades de você, meu filho.

- E eu também meu pai, respondeu ele.

Seguiram rapidamente para casa ao encontro dos familiares e passando pelo sobrado, Lili estava a porta e ao vê-los gritou:

- Corre aqui Joaninha, tenho novidades a mostrar-te.

- O que aconteceu amiga ? disse Joaninha fazendo-se desentendida.

Aproximaram-se uma da outra e cochixaram:

- O filho do bode velho voltou.

- Qual será a novidade, heim amiga ?

- Ele passou dois dias na cidade deve ficar aí todo esticado por uns dias.

- Esse pessoal é assim, igual a macaco, nunca come mel e, quando como se lambuza.

Falaram ainda por um bom tempo e logo cada uma procurou seus afazeres.

A noite.........

A praça estava cheia, eram pessoas que iam e outras que vinham, a cidade já começa a animar-se por que é setembro e, mais uma festa  a aproxima-se: " é a popular festa da melancia", que tornou-se Estadualmente conhecida.

Nesta época, aparece gente de todos os cantos do Estado. Tem sorteio e premios ao fruto maior e mais pesado.

A praça do folclore como é conhecido aquele pedaço que fica atras da Rodoviária,até parece um formigueiro.

Tem barracas, bandas de forró e muito chopp.

Edinho ainda não encontrou a namorada desde que voltou da excursão. 

Está a espera dela.

Encontra quase todos os seus amigos, mas ninguém lhe fala de sua namorada.

Derepente ele afasta-se pensativo e senta em um banco:

" O que está acontecendo ?

Tenho estado com quase todos os meus colegas e até agora, não encontrei a minha namorada, até este momento nem sequer ligou ?

Por que acontece isso, se tenho tanto carinho por ela ?

Eu que sempre a coloquei em primeiro lugar, sobre todas as coisas, eu que sempre a valorizei, será que ela está querendo me abandonar ?

Sinto neste momento um vazio imenso, uma saudade profunda, queria esta com ela neste instante e poder dividir aqui o meu momento de alegria.

 Mas estou só.

Puxa, é de encabular esta situação. Mas prometo a mim e ao meu coração que não me entregarei à tristeza,  ao desespero, não jogarei a minha alma no vale da solidão e, nem deixar que abata sobre mim a morte dos meus sentimentos.

Se chorar agora, um dia possa ser que me arrependerei de ter chorado por ela, mas se quiser sorrir possa ser que me machucarei depois. Não sei o que é ser ou deixar de ser, não sei se estou certo ou ficarei louco, o que realmente sei é que estou só".

Abandonando aquele banco caminhou calmamente pela Avenida Dr. João da Silva Lima, com as mãos enfiadas ao bolso.

Durante o trajeto voltou a encontrar os mesmos amigos de sempre e, alguns perceberam a sua inquietação, a sua ansiedade e o seu desespero.

Durante todo o Festival da Melancia Edinho permaneceu sozinho, quase que solitário, não se interessou por nenhuma menina para ficar e, nem quis mais nehuma outra como namorada.

Estava ferido com saudades da amada Heloísa.

Fazia mais de três dia que o senhor Torres sumiu da cidade de Arari.

A cidade vivia uma enorme discórdia.

A família dele  ficou abaladissíma com o fato ocorrido.

Edinho chorava todos os dias, ele sentia muita falta do pai, por quem tinha um apego demasiado. Ele não sai de casa e transformou-se em um prisioneiro domiciliar volutário.

Estavam constantemente sobressaltados, pois durante essa ausência, a polícia esteve constantemente em sua casa.

Lili Boca Mole, recebeu alta hospitalar, estava aos poucos se recuperando, ainda assim a enfermeira colocou-se a disposição para socorrer-lhe no que entendesse que fosse necessário, mesmo que fosse para atender em domicílio.

Já se passaram mais de uma semana e Lili, não aparece em seu estabelecimento, apenas Joaninha revesa-se, no atendimento da clientela. Mesmo assim trabalha assustadíssima:

- Tenho medo que aquele desgraçado apareça e faça qualquer coisa comigo; repetia ela a qualquer cliente que ousasse comentar o ocorrido.

O clima era de medo.

Dona Carmém não colocava nem a ponta do nariz na porta

- Estou sofrendo muito; disse ela a uma vizinha que foi visitar-lhe.

- Não é para menos, eu sei o que a senhora está sentindo.

- O Torres cometeu uma enorme burrada, ele não tinha nada que dá uma surra daquela na mulher, deixasse ela falar o que quissesse.

- Foi uma coisa dura, dona Carmém; disse a vizinha.

- É verdade, eu não vi nada. Eu não estava, tinha ido a feira do produtor, comprar alguns alimentos, quando voltei já tinha acontecido essa tragédia, que no final, não é bom para ninguém.

A vizinha depois de um longo tempo conversando, correu à cozinha e foi preparar um chá, e sempre tentando confortar a outra, depois despediau-se e, dona Carmém ficou em casa apenas  na companhia do filho.

Agora é meia noite..................

a cidade está silenciosa, a lua brilha no céu e corre de um lado a outro do horizonte.

Um carro preto aproxima-se da delegacia, o policial de plantão coloca-se em posição de combate, a motorista dá farol alto e desliga o motor. Nisso o policial aproxima-se:

- Tenha calma, sou eu a doutora Tamea, vou apresentar ao senhor o número da minha OAB-MA e, quero negociar a apresentação do meu cliente.

- Então vamos entrar; respondeu o policial.

Com uma pasta a mão ambos entraram no distrito policial e, a autoridade de plantão perguntou:

- Quem é o seu cliente ?

- Senhor Torres, respondeu ela.

A autoridade policial párou, olhou para ela e tornou:

- Aonde ele está ?

- Isso mesmo, uma bela pergunta, mas estou aqui para negociar a sua apresentação, o meu cliente tem família nesta cidade, endereço fixo nesta cidade, trabalho e emprego nesta cidade, é nascido e criado nesta cidade e jamais houve algo que desonrre a  a sua conduta ou coloque em risco a segurança das pessoas desta cidade.

- A senhora quer comecializar o que, doutora ?

- Quero apenas garantias que o meu cliente venha aqui, apresente-se e, tenha todos os seus direitos preservados.

- Mas a senhora sabe aonde encontrar o senhor Torres ? quis saber o policial.

- Poderia dizer que isso faz parte da estratégia da defesa. É uma coisa de foro íntimo, neste momento eu me recuso a conversar com o senhor sobre isso, se acontecer de não tiver os direitos do meu cliente respeitado, inclusive sem aglomeração de pessoal a porta do distrito, por que tememos um linchamento contra o meu cliente.

O policial fez uma declaração, assinou e entregou a advogada.

- Quando a senhora apresenta o senhor Torres ? quis saber ele.

  • Em menos tempo que o senhor imagina, respondeu ela, retirando-se

  • A advogada entrou novamente no carro, ligou o motor e saiu em alta velocidade,ouvia-se apenas o rasgar dos pneus no asfalto gelado da nossa calma e romântica Arari.

Quarenta minutos depois.........

Ela volta a delegacia com o senhor Torres que vestia uma calça jeans verde petróleo, camisa bege manga longa, barba feita e cabelos com as pontas aparadas.

- Eis aqui autoridade, um homem do bem,um trabalhador que teve a honra atacada e, defendeu-se como pode dos ataques daquela mulher.

Torres sentou-se.Em frente a autoridade policial este não demonstrava nenhum tipo de medo ou ressentimento, e o policial perguntou:

- Diga-me senhor, o que acontedceu naquele dia entre vós e a senhora Lilian, que acabou em cenas lamentavéis, inclusive com a mulher hospitalizada ? Gostaria que o senhor narrasse todos os detalhes.

Senhor Torres arrumouse na cadeira, olhou para a advogada que disse:

- Narre tudo com todos os detalhes possíveis e sem medo. Fale só a verdade, tão somente a verdade, disse ela séria olhando para o  policial.

Depois de narrar a sua versão, ouviu da autoridade policial que enviaria aquela peça a promotoria.

- Doutora,quero avisar ao seu cliente que aguarde uma notificação desta distrito, com a data marcada para aqui se fazer presente, todavia ele não poderá deixar esta cidade.

A advogada disse virando-se a autoridade policial.

- Isso nós não iremos aceitar e nem assinar, o meu cliente não oferece perigo a sociedade, é um trabalhador e, se procederes assim hoje mesmo, entrarei com uma representaação no TJ, pois preciso garantias a este homem para ele vir e ir.

- Doutora eu....

Ela atalhou:

- É sagrado o direito de ir e vir, isso não negociaremos, o meu cliente jamais poderá ser condenado antes de julgado, disse ela falando firme e pausadamente.

O depoimento do senhor Torres varou a madrugada.Foi um depoimento aléwm de longo cansativo.

Agora são cinco horas da manhã...........

o galo havia cantado, quando a autoridade policial disse:

- Seu cliente aguarda em casa uma convocação para prestar  depoimentos assim que solicitado.

Ela disse:

- O meu cliente esteve e sempre estará a disposição da justiça desta cidade e, compárecerá quantas ela vezes ela  o convocar.

Todos despediram-se dali, seu Torres abraçou a advogada em sinal de agradecimento.

Entraram no carro e ele perguntou:

- Para onde vamos agora ?

- Vou entregar-lhe aos seus familiares, certamente estão todos aflitos e anciosos aguardando a sua presença.

Ele no banco de carona ía ensinando como chegar em sua casa.

- Páre aqui, doutora, disse ele quase que repentinamente.

- Mas que casa bonita homem, estás de parabéns.

Ele sorriu desconcertado.

Ela desceu do carro, subiu as escadaria a frente dele e tocou a campainha.

No interior da casa acendeu-se a lâmpada, dona Carmém levantou-se, colocou um vestido usado por cima da camisola, foi até os quartos dos meninos e avisou:

- Estão tocando a campainha aqui novamente, certamente é a policia atras do pai de vocês, levantem e venham comigo.

Os meninos levantaram e acompanharam a mãe até a porta, sempre atras dela protegendo-lhe as costas.

- Quem é ?  Perguntou ela.

- Eu, Tamea.

- Ta - me - a, soletrou amulher meio que nervosa.

- Sim, sou eu.

- O que desejas, doutora ? indagou sem que abrissse a porta.

- Falar com a senhora, ao vivo e a cores, olhando nos seus olhos.

Dois vizinhos observavaram quando o carro parou a porta do seu Torres, ficaram curiosos para saber o que estava acontecendo.

Dona Carmém abriu a porta receiosa, e apresentou-se a Tamea.

- Eu sou a esposa dele.

A advogada segurou-se pelo braço,sorriu e disse:

Vim trazer o seu marido de volta pra casa, ele está aqui, inteiro e vivo.

Ao vê-lo, os meninos não resistiram, pularam emcima dele, agarraram pelo pescoço, beijaram  e puxaram-se   tanto que rasgaram a camisa  que ele usava. O velho não aguentou-se de emoção e chorou abraçado aos filhos. Dona Carmém também desabou em légrimas.

A doutora Tamea, despediu-se da família e, prometeu voltar todas as vezes em que fosse solicitada a comparecer para lhe fazer companhia e, depois entrando em seu carrão sumiu na esquina seguinte da rua Balbino Azevedo Costa, via pública que homenageia seu tio em segundo grau. Foi-se deixando a certeza que naquela casa, agora reinava a alegria e o contentamento

Na casa do senhor Torres.

- Por onde o senhor andou, pai ? quis saber Ana Luiza

- Quem lhe apresentou aquela gata velho, brincou Edinho.

O velho sentou-se no sofá, tirou a camisa rasgada e comentou:

- Depois que deu uma surra do meu jeito naquela vagabunda, fui para Miranda do Norte, encontrei um amigo que conhecia essa advogada, ele me ofereceu ajuda, aceitei e, disse a ela apenas quê o que não queria era ser preso. Ela veio aqui e...

- Ele veio em Arari, pai ? Como é que ninguém viu ? indagou edinho curioso.

Ele comentou:

- Ela passou aqui filho era por volta de meia noite, negociou a minha apresentação, depois voltou e apresentou-me ao delegado de plantão, eu dei o meu depoimento e agora ela veio me trazer em casa, ela dizia-me sempre, que o desejo dela era me entregar não a policía, mas a minha família, ela disse que eu não tenho que ficar em cadeia, lugar de trabalhador é no local do trabalho de dia e, a noite ao lado da esposa e dos filhos.

- Ué, ela é boa pai, disse Ana Luiza.

- É do ramo filha, agora tenho que trabalhar para pagar ela.

- Foi caro em pai ?

- Não vai sair barato, na verdade ela será paga pelo meu amigo, agora terei que trabalhar para pagar ele.

Houve um silencio por uns instantes e, Carmém disse:

- Acho que não deverias ter feito aquilo, aquela mulher é doente, deveria ter relevado, veja bem, não estou te condenando, apenas reprovando a tua atitude.

- Eu sei... eu sei, você nunca foi a favor de mim em nada e, não seria agora que esperaria que apoiasse a minha atitude

- Não é bem assim, tornou a dizer ela.

- é bem assim com todos os "emes", e "esses" possiveis de se pronunciar, disse Torres muito sério e continuou:- da próxima eu dou uma surra nela e outra na Joaninha, para não perderem o rumo da vida.

Carmém calou-se e os filhos tomaram o partido do pai, fez isso para não haver bate boca e encomodar os vizinhos.

Depois que a advogada saiu e chamando a atenção com o seu carro luxuoso, chamou atenção de algumas pessoas que aproximaram-se da casa do senhor Torres.

A multidão ía aumentando e muitas delas, nem sabia o por que de está ali, com a cara para o sol.

Havia muitos comentários e murmurim e as nove horas da mnhã Joaninha Sabe tudo chegou para abrir o salão.

- Que aglomeração é essa foi perguntando ?

- É o Torres que chegou, informou alguém.

- O que ? indagou ela arregalando os olhos e, em uma fúria louca, baixou as portas do salão e partiu em uma correria dessenfreada.

- Dona Joaninha, o que é isso ? gritou uma pessoa

Ela não de atenção e invadiu-se rua acima.

Parou na delegacia quase colocando os bofes pela boca.

- Autoridade policial, o homem está em casa, prendam ele...prendam ele, gritava desesperada.

- Não podemos prendê-lo, dona Joaninha, respondeu.

- Como não pode ? Pode...pode e, pode.

- Calma dona Joaninha, pedia o policial.

- Prendam o homem, berrava ela .

- Calma minha senhora, calma.

- Calma o quê ?

Se não prenderem ele, tenho certeza agora que são todos corruptos, um monte de ladrões fardados, todos iguais a ele.

Ela estava esbaforida, ofegante e parecia engasgar-se com a própria saliva.

A autoridade policial explicou-lhe como funciona a lei e ela:

- Quer dizer que ele quase mata a minha amiga, se me agarra eu tava no saco,invade o nosso salão, arruma uma advogadazinha meia boca dessas de beira de estrada, se apresenta na calada da noite e não pode ser preso. O que é que há ?

- Ele será julgado, minha senhora.

Não se conformando, retorou-se da delegacia e foi direto para a casa da amiga.

Chegando lá, bateu palmas e Lili a atendeu no portão, ainda toda arrastando-se e mostrando os arranhões que ficou no braço, nas pernas, orelha e uma marca enorme sobre o seu olho direito.

- Enxergo muito pouco desta vista minha amiga, queixou-se.

- Temos que ir ao oftalmologista, enquanto é cedo.

- Vamos entrar Joaninha, vou fazer um cafezinho para agente esquentar o estomago.

- Espero sim, respondeu ela entrando casa a dentro.

- Quais as novidades, tens alguma ? quis saber Lili.

- Tenho uma que vás cair de costa.

- Conte logo, enquanto a água ferve, disse ela anciosa.

Joaninha já estava na cozinha ao lado da amiga quando disse:

  • O bode velho apareceu.


DECIMO TERCEIRO CAPITULO



Passaram-se mais de dois meses...

Eram mais de dez horas da manhã.

Edinho estava sentado à porta, quando o telefone na sala tocou.

Ele levantou-se e atendeu:

- Quem está falando ?

- Queria falar com Edinho, respondeu a voz do outro lado.

- Quem quer falar com ele.

- Edinho, sou eu.

- Eu quem ?

- Heloisa.

- O que ? exclamou ele admirado

- Aonde você está ?

- Em casa.

- Em casa; repetiu ele duvidando e continuou:- você me abandonou, eu cheguei e nem apareceu aqui, ninguém mem dá notícias de você.

- Eu também cheguei hoje, já se faz dois meses que viajei com a minha mãe. Só voltamos hoje.

- Não acredito que fizeste isto comigo.

- Eu não fiz nada, você foi a São Luis divertir-se e, eu fiquei aqui sozinha. Minha mãe viajou, eu quis ir e, ela levou-me, aonde errei ?

- Tá certo, quando agente se vê ?

- Hoje mesmo meu amor, eu também estou morrendo de saudades de você.

- Vamos marcar ?

- Você é que sabe.

- A tardezinha, na esquina da avenida

- Combinado; disse ele desligando o telefone. e ficou ali admirando o aparelho, como quem procurava alguma coisa que alguém havia lhe tirado.

A vida cotidiana do seu Torres estava normalizando-se nesses dois meses, apesar de contar com a manicure como vizinha pendurada no casarão.

Agora é tardezinha.........

Edinho sai de casa calmamente com as mãos ao bolso.

Sentou-se no lugar combinado e ficou esperando e sem muito demorara a menina apareceu.

Ao vê-la, levanta-se e corre em direção a ela e envolve-lhe aos braços, deixando uma marca enorme de chupada no pescoço, depois de chupar-lhes os lábios.

Um beijo demorado, um beijo com sabor de saudades.

- Por que fez isso comigo ? quis saber ele.

- Não seja bôbo, eu não fiz nada, já te expliquei.

- Não faça isso nunca mais, senão me zangarei com você.

Ela afastou-se dele e respondeu :

- Jamais você conseguirá controlar os meus passos, é bom que entenda desde já que somos apenas namorados, a gente se ama de verdade, é tudo muito lindo e maravilhoso, mas se entender que existe algum problema e, faz sentir-lhe desconfortável, é melhor agenter dá um tempo.

- O que você voltou de viagem querendo terminar comigo ? disse ele,alterando-se.

- Não é nada disso, tenho certeza que entendeu muito bem o que eu disse, não posso aceitar neste momento em que namoramos querer ficar ditando normas para mim, chego toda contente de uma viagemn e doida para te ver e, entendes que tem que me dá ordens ? Namorando você, sempre lhe respeitei, não existe um só amigo seu que fale bobagem de mim, então te pergunto, por que isso ?

Ele ficou cabisbaixo e não respondeu uma palavra. Sentaram-se lado a lado, contemplando a natureza e o pôr do Sol. Parece que naquele momento o casal carregou no clima.

Ela disse virando-se para ele:

- Vou para casa, e já estava de pé.

- Você vai mesmo ? indagou.

- Sim, quando chegar em casa me liga.

- Aguardaei e, beijou-lhe o rosto.

Ele ainda nem havia travessado a pista, quando um carro de cor vinho passa,

buzina e some repentinamente, os seus olhos apenas dançam na órbita a

procura do objeto perdido.

Heloísa voltou para casa e Edinho vagarosamente de passos lerdos também

caminhava em direção a sua.

Ao entrar em casa o telefone toca, era a namorada para saber se ele estava

mais calmo, ela dissera que queria falar mais, com ele , quando derepente a

linha caiu.

O telefone voltou a tocar e ele atendeu;

- Alô.

- Edinho !

- Quem fala? indagou ele entusiasmado.

- Sou eu Flávinho, estou em Arari e, quero lhe vê hoje.

Enquanto isso Heloísa tentava entrar em contato com o namorado e, não

conseguia por que a linha estava ocupada.

- Ué cara, quanto tempo ?

- Como faço para ver você ? quis saber Flávinho.

- Aonde estás ?

- Estou estacionado em um local reservado.

- Quando chegaste de viagem ?

- A poucos minutos atrás, passei por você no começo da avenida e, estavas

atravessando a rua.

- Aquele carro vinho era você ?

- Sim.

- Você me deixou pirado agora cara; disse Edinho entusiasmado.

- Virá ou não ? quis saber. casa, cara ?

- Agora não, somente na madruOgada.

- Dá-me um tempo, tenho que avisar o meu velho.

- Espere um pouco Edinho, eu quero lhe avisar que hoje eu quero dormir com você.

- Páre com isso.

- Acalme-se, vamos para Vitória do Mearim.

- Você enlouqueceu, disse Edinho.

- Estou louco mesmo cara, estou tão louco que fiz em uma hora de São

Luis aqui, somente para lhe ver.

- Deixe-me pensar Flávinho.

- Não. Eu não posso deixar você pensar, isso faz mal, a sua decisão

tem que ser agora.

- Você comprou o carro mesmo, heim ?

- Comprei mesmo, é para nós.

Edinho estava radiante de alegria e, Flávinho tornou:

- Você vem ou não vem, eu preciso saber, se não vieres avisa, que eu

volto para São Luis e, só me vê no ano que vem. eu troxe um presente

para você.

- Eu vou cara, eu vou.

- Então deixa eu te explicar. Você não vai entrar no carro comigo,

deixarei dez reais amarrado entre duas folhas de pião roxo, elas estão

bem na cabeça da ponte, dentro daquele vão que separa o terreno da

armação. Vá até lá e pegue o dinheiro que está dentro das folhas,

pegue o primeiro carro pequeno que passar e, vá ao meu encontro,

aguardo-te na entrada da cidade, próximo ao posto de gasolina.

- Por que em Vitória do Mearim ? quis saber Edinho.

- Por que agente nao pode levantar suspeita.a nossa cidade é muito

pequena, qualquer movimento por menor que seja, acaba deixando as

pessoas desconfiadas.

- Tens razão você, cara.

Do outro lado da linha Heloisa estava nervosa, a todo momento ela

tentava e a linha só dava sinal de ocupada, ela já dava sinal de

cansaço de tanto tentar.

Depois de um longo tempo ele desliga o aparelho e se dirige ao quarto

aonde estão seus pais e diz:

- Vou sair e devo demorar. Se acontecer de eu demorar, não precisam se

preocupar, eu estarei na companhia de um amigo.

- Cuidado filho com essas companhias, disse dona Carmém e o velho emendou:

- Leve a sua chave, eu não ficarei acordado, para abrir porta para ninguém.

O telefone voltou a tocar.

- Quem é ? indagou Edinho atendo.

- Eu, Heloísa.

- E aí amor, está tudo bem ? quis saber ele

- Está tudo luz, a mais de uma hora que tento falar com você e não consigo, o telefone só marca ocupado?

- É que eu estava falando com um amigo que agente não se v a muito tempo e, você sabe que conversa de homem demora mesmo.

- Quem é esse amigo, posso saber ?

- Poder você pode, mas não o conhece.

- Vamos sair hoje a noite ? convidou ela.

- Não posso vou dormir cedo, meu pai mandou eu fazer um serviço para ele e preciso levantar cedinho.

- Então não irás sair hoje ? tornou ela

- Hoje não mais amor, daqui apenas para a cama.

  • Então está bem amorzinho, amanhã agente vê se acaba se encontrando; e desligou a telefone


Hoje Lili Boca Mole, não abriu o salão, deixou Joaninha tomando conta e

viajou para a cidade de Santa Inês, no intuito de comprar uns apetrechos para

emperiquetar mais a sua casa de beleza.

Edinho arrumou-se todo, colocou a melhor roupa e o melhor sapato, saiu

caminhando ate chegar na ponte que passa sobre o Rio Mearim, encontrou o que

haviam combinado com o amante-amigo e, ficou esperando ali por uma

condução que lhe deixasse na vizinha cidade.

A um pouco mais de quarenta minutos que havia saido de casa o tele fone toca:

- Quem está falando ? perguntaram ao atendê-lo.

- Sou Heloísa e, quero falar com Edinho.

- Edson não está; respondeu o velho com a voz firme.

- O senhor sabe me dizer aonde ele foi ?

- Não sei não, filha; respsondeu ele.

- O senhor sabe me dizer se ele vai demorar

- Espere um pouco; e colocando o fone ao lado gritou:- alguém sabe dizer

aonde o Edson foi ?

- Não sei; respondeu dona Carmem.

O velho agora com o fone na orelha respondeu:

- Lembro que ele dissera que iria encontrar com um amigo dele, creio que vá

demorar, foi pelo menos isso que disse a mãe dele.

Ela respondeu nervosa:

- Seu filho é muito mentiroso, a pouco tempo atrás disse-me que não iria

sair de casa e, derepente ligo e o senhor fala que foi se encontrar com

amigos.

- O que você é pra ele, moça ?

- Namorada; respondeu secamente.

Torres lhes disse:

- Não sei o que combinaram, mas amanhã quando encontrá-lo, digo que

você ligou. Mas podes aparecer aqui se quiser....está bom ?

- Muito obrigada pela atenção e desculpe-me se excedir-me. Boa noite seu Torres.

- Boa noite Heloísa e, desligou.

Aquela altura Edinho já estava na cidade de Vitória do Mearim e,

avistou o carro estacionado no posto de gasolina.

- Pare ao lado daquele carro, disse ele apontando para o posto.

A van estacionou. Flávinho estava no interior do outro carro, ao

avistar o amigo apertou o botão automatico da porta e o vidro abaixou.

Ele abriu a porta ao lado e Edinho entrou, o ar condicionado estava

ligado, ergueram-se todos os vidros, a porta do carro se fechou, todos

os vidros estavm recoberto com insufilmes.

Antes de adentrar no carro de Flávinho, o amigo teve que contornar em

volta de uma outra van que abastecia no posto. Dentro do veículo que

abastecia estava Lili Boca Mole, que voltava da cidade de Santa Inês,

este véiculo sempre passa em Arari e faz baldiação do pessoal que vai

a São Luis a capital do Estado do Maranhão.

Ela viu o Edinho entrar no carro e reconheceu Flávinho, pois o mesmo

estava com o vidro do seu lado levemente aberto.

Ela olhou com dificuldade, mas reconhecendo as pessoas e percebeu

quando Edinho caminhava de um lado para o outro todo arrumado.

Vagarosamente ela puxou a cortina que protegia do vento e encolheu-se

para não ser vista pelo filho do seu agressor. Depois da surra que

levara, Lili passou a ser uma mulher traumatizada, ela tinha medo de

quase tudo, qualquer coisa que falavam ela ficava agitada, furiosa,

alarmada e muitas vezes a noite encomodou os vizinhos com seus gritos

e sobressaltos. Certos momentos ela tinha picos de desorientações.

Depois que Edinho entrou no carro, Flávinho saiu cantando pneu ruas a dentro.

Manobrou o carro rapidamente e derepente estava estacionado na garagem

de um Motel.

- Aonde vai me levar, cara ? indagou ele sorridente.

- Vou te mostar o azul felicidade do céu; respondeu Flávinho.

- então deve ser bom.

- Se fosse ruim, não teria saido da sua casa para me encontrar.

- Isso é verdade, mas vim por que estou com saudades de você, respondeu Edinho.

Com o carro estacionado, ambos olhando um para o outro e, sem perda

de tempo Flávinho alisou a perna do amigo-amante.

- Não esta me devendo alguma coisa, Edinho ? indagou o amante.

Edinho passou a mão na cabeça e respondeu:

- Não me recordo que esteja devendo alguma coisa a você.

- Tens certeza ?

- Sim; respondeu afirmativamente.

- E o selinho ? insistiu Flávinho.

Edinho recordou da promesdsa que fizera a dois meses atrás em São

Luis, deu um sorriso desconcertado, então colocou as mãos entre os

cabelos do amante-amigo, fechou os olhos e deixou seus lábios colarem

no do amigo por alguns segundos.

- Adorei velho, depois quero o bis.

Edinho não se fez de rogado e novamente colou os lábios no do

amigo-amante, sendo que desta vez com um tempo mais duradouro.

- O que posso fazer para provar que eu te amo de paixão e posso um

dia roubar você para mim? indagou Flávinho colocando as duas mãos ao

volante do carro.

- Páre com isso, estás ficando louco, cara; respondeu.

- Está aqui querido, isto pode ser seu, disse apontando para o carro.

Edinho ficou reluzente de felicidade e, mesmo sentado jogou-se o corpo

contra o do amante-amigo e deu-lhe um abraço apertando o seu corpo

fortemente contra o do amigo.

- Desse jeito você vai acabro comigo seu taradinho.

- Você disse que é meu amigo, respondeu Edinho carinhosamente.

Sempre pela garagem e tomando todos os cuidados, desceram do carro e

guiado por Flávinho chegaram a recepção do Motel, apresentaram-se com

documentos e enfiaram-se em uma suite.

- O que é isto, Flávinho ? indagou ele admirado.

- É uma suite, respondeu.

Edinho começou a andar pelos quatro cantos do quarto e parou diante de uma banheira dizendo:

- Posso entrar dentro desta bacia ?

- Pode sim. Isso é uma banheira, se quiseres agente pode ficar de molho dentro dela peladinhos, fará bem para a pele e para a alma.

Edinho sorriu e continuou:

- Você tem me levado a cada lugar encantador, jamais imaginei que a sua companhia seria tão satisfatória, a cada instante você me causa surpresa.

- Surpresa irei te fazer é mais tarde ,quando agente deitar-se ao lado um do outro, verás que farei entender o por que do céu ser o limite.

- O que você vai fazer comigo ? indagou ele meio que desconfiado.

- Por que estás desconfiado, por acaso não confias em mim ?

- Confio sim e, é por isso que estou aqui ao teu ladinho.

Depois Edinho caminhou até uma das janelas e perguntou:

- O que é aquele espelho de água ? indagou apontando.

- É o Rio Mearim, cara.

- Estamos de fundos para o rio, qualquer coisa é só atirar-se.

Edinho sentou em uma cadeira e Flávinho na cama, de frente um para o outro flávinho perguntou:

- Qual é a novidade que tens para mim, se tenho mais de dois meses que não venho a Arari ?

- Nenhuma; respondeu Edinho.

- Como nenhuma belo, e a festa da melancia, não conta ?

- Foi fraca, este ano deixou a desejar, o pessoal fala que faltou dinheiro, as atrações foram de pouca qualidade.

- Muita mulher te cercando ? quis saber.

- Que nada, fiquei sozinho.

- E a sua namorada ?

- Viajou, sumiu.

- Então estás só agora ?

- Ela já voltou.

- Isso é bom, pelo menos não fica com o pirulito na mão em Arari.

- É verdade.

- Quero ver como você vai dividir ela comigo.

- Dar-se um jeito, para tudo na vida tem jeito, até para a morte, Jesus Cristo a derrotou ressucitando e, assim venceu essa danada.

Flávinho sorriu novamente.

edinho levantou-se da cadeira, mexeu na cama, no som, ligou e desligou o aparelho de televisor, parecia esta meio que impaciente. Tirou os sapatos, as meias e arrancou a camisa e ficou nu da cintura para cima.

Flávinho estava vestido com bermuda, camiseta regata e meias soquetes e tenis.

Com o corpo nu da cintura para cima estava apenas de bermuda.

- Estás a vontade em cara; disse Edinho.

- Sim, estou me sentindo em casa.

- Seu corpo está cheiro de marquinhas, parece que estavas na capital, apenas curtindp sol e mar.

- Temos que curtir a vida, senão ela curte agente, respondeu.

Sorrindo Edinho abaixou as calças e ficou somente de cueca.

Flávinho correu na direção dele, agarrou-lhe por trás

Agarrando-lhe por trás deu-lhe um cheiro no cangote dizendo:

- Estava com saudades, muita saudade.

- Não faça isso, tenho corcegas.

- Cheiroso em velho.

Edinho virou-se para Flávinho e disse:

- Cadê a toalha ?

- Pra que ?

- Vou tomar banho

- Irei primeiro, preciso de uma ducha legal, quero dá um relaxada antes de deitar com você.

- Agente não vai pedir nada para beber ?

- Peça você, Edinho.

Pelo interfone ele pediu uma cerveja e uma porção de queijos, o que lhes fora servido de imediato, pelo funcionário do Motel.

Flávinho entrou para debaixo do chuveiro. Lavou-se todo, enquanto que Edinho degustava os petiscos.

- Deixei para você, disse mostrando as iguarias.

- Não quero comer e nem beber nada, apenas descansar de verdade.

Enquanto Edinho caminhava para o chuveiro, flávinho passava creme no corpo, isso exalava um perfume extraordinário, aí ele deitou-se peladão de bruços sobre a cama. Por ter o corpo depilado, o que se via era uma pele queimada pelo sol e a marca da tanga que ele usa, como se ele estivesse ido a praia e ficado sob o sol por um longo período.

Baixou o som do ambiente e, sem trocar uma palavra sequer, ficou ali meditando por um bom tempo.

Edinho também pensava coisas do bem, saiu do banheiro peladão e põe-se a enxugar a frente do amante-amigo.

- A cada dia te vejo mais bonito.

- São os teus olhos apaixonados, respondeu Edinho.

- Acha isso mesmo ?

- Você está bonito também, todo depilado, está parecendo uma mulher; respondeu carinhosamente.

Flávinho apenas sorriu e ergueu as sobracelhas.

Edinho foi encostando perto dele, a sua região pubiana tinha poucos pêlo, por que havia aparado com uma tesoura. Apesar dos 16 anos, parecia um homem super dotado e desenvolvido. Edinho não é um rapaz franzino, tem uma musculatura forte e bem dividida sobre a parafernália esquelética.

A cada momento ele se aproximava mais, tudo sem pressa e lentamente, por que tão derepent Flávinho ergueu o rosto e, o moleque estava com o penis durinho, quase em sua boca.

- O que é isso, Edinho, indagou ele surpreso.

- Quero enfiar na sua boca e, depois lhe comer; respondeunEdinho baixo e de forma carinhosa.

Flávinho levantou-se de vez, abraçou o amante-amigo, acariciou-lhe o rosto, fez-lhe um afago na orela e convidou:

- Vamos deitar.

- Apague a lâmpada.

- Não querido, hoje vai ser com a lâmpada acessa.

Ele sentou-se e encostou o corpo contra o espelho da cama, ficou de frente para o amigo alizando-lhes as pernas, desceu as mãos pelas coxas do garoto e atacou-lhes o penis que pulou duro como fosse um pedaço de pedra.

Deixou a língua deslizar por entre as pernas do garoto que suspirou de tesão.

- Vou enfiar-lhe a rola no seu rabo, Flávinho.

- Você é que sabe, menino.

- Faça um boquete gostoso, minha mulher, pediu.

Flávinho afagava-lhe o saco, deixava a língua dançar sobre a glade do penis do moleque, sentia o pulsar do membro entre os dedos. Acariciava o menino delicadamente, sem machucar-lhes os sentimento.

- Se continuar assim, eu gozo.

- Controle-se moleque, respondeu.

edinho abria as pernas e sussurava mansamente, agarrava os cabelos do amante-amigo e dizia:

- Vou querer subir cara, você vai acabar estourando a cabeça da minha rola, eu vou jogar tudo na sua boca.

- Não faça isso, e lambia as pernas e a região pubiana do moleque.

- Você é um tarado, me deixe gozar logo, tô quase chegando ao prazer....repetia.

Flávinho respirou fundo.

Edinho o agarrou por tá delicadamenrte, deitou-se sobre ele e, ouviu uma mistura de sussuro e gemido no gozo amigo.

- Agora é a minha vez, cara.

Esfregando-se alguns minutos, esporrou.

Tinha-se servido e feito mulher o amante-amigo pela segunda vez.ficou deitado ali sobre o corpo amante e por alguns segundos beijando o pescoço, também acariciava as orelhas com a língua.

- Você esta cada vez mais gostoso Edinho.

- Parece que você está me viciando, estou começando a gostar de você, eu nem sei o que pode acontecer..

- Pode acontecer de tudo, até de entrarmos de mãos dadas em uma igreja, sob uma valsa nupcial, com ela toda lotada e os convidados de pé nos aplaudindo.

- Você agora endoideceu de vez, disse Edinho.

Sairam dali e, foram rapidamente para debaixo do chuveiro, aonde caia sobre ambos uma abundância de água.

- Eu quero te abraçar moleque; disse Flávinho.

- Pode abraçar, eu sou todo seu.

A água caía morna da ducha, ele aproximou-se mais do moleque e, abraçando-lhe beijou-lhe a boca, acariciou-lhe os lábios, o rosto e cheirou-lhe outra vez a face.

Desceu com a língua pelo corpo todo do moleque e chupou-lhes os mamilos.

- Se fizeres isso eu gozo de novo, disse Edinho mais uma vez.

- Vou acabar com você de tanto gozar, respondeu segurando-lhe o penis.

Edinho passou a mão em suas nádegas e chupo-lhe a boca.

- Dá-me a boca, e enquanto Flávinho o atendia sentiu a língua do moleque penetrar-lhe boca a dentro, como se fosse invadir a sua garganta sedenta..

- Deixe-me respirar pelo menos, pediu.

E o chuveiro aberto jorrava água sem parar. Num ato de agilidade, Edinho toma Flávinho pelo abdomen e enfia-lhe o penis boca a dentro, este mamou tanto que o moleque sussurando profundamente gozou mais uma vez, carregando no olhar o brilho de um amor que não tinha nunca desenhado em sua mente juvenil.

O esporro manchou o chão e, ele desmaiou de cansaço sob a água que mesmo escorrendo por um cano,resurge do Mearim.

Flávinho limpou-se e agarrando-o, pelo braço o trouxe até a cama e o eixou ali peladinho e após enxugá-lo, envolveu-o, com uma toalha branca, onde estava bordado a imagem de um "deus" da mitologia grega. O "deus" do amor.

- Queres mesmo me matar ? balbuciou.

- Nada disso. Quero apenas beber você inteiro, transformar o seu corpo em um suco e, degustar-te lentamente, como se degusta um suco de água com bacuri.

- Você é um louco, disse ofegante.

- Isso eu já sei.

- Quem vai duvidadr de você , cara?

- Agora, vamos voltar para Arari.

- Negativo, vamos dormir juntos e aquecer os nossos corpos na madrugada.

- Cara, meu pai vai dá cria.

- Que nada, fala que dormiu na casa de um amigo.

- Eu jamais dormir fora de casa.

- Tudo na vida tem a primeira vez, até para quebrar o cabaço tem a primeira vez, você nunca tinha gozado, gozou pela primeira vez.

- Eu sei disso.

- Um dia querido, você terá que encarar não só o seu pai, mas toda a sociedade, por que vou te assumir.

- Me assumir ! exclamou ele arregalando os olhos que aquela altura ainda estavam vermelhos.

- Vou te roubar pra mim e te assumir.

Os dois garotos deitaram-se um do lado do outro nus, colaram as pernas entre pernas, esticaram-se os braços onde puderam-se tocar-se e desmaiaram, sem pensar no que poderia acontecer no amanhã, apenas sonhando que um dia as pessoas poderiam entender que duas pessoas do mesmo sexo podem ser amigos, amantes e respeitar os limites dos corpos.






Nenhum comentário:

Postar um comentário