terça-feira, 2 de novembro de 2010

SEGUNDO CAPITULO DO ROMANCE: ÁGUA COM BACURI





SEGUNDO CAPITULO

ÁGUA COM BACURI



Hoje é dia  23 de Setembro.
É uma data especial para a cidade. Faz- se 15 anos que foi construída a praça Samea Costa, uma obra de muito amor, ternura e carinho.
Para todos um local novo,um verdadeiro broto.
A Praça é o cartão postal da cidade. Bela, atraente, toda circulada de arvores e bandeirolas, seu jardim é todo florido por rosas perfumadas e, outras flores que na região é conhecida pelo nome de onze horas, por que nesse período do dia ao aquecer o sol sobre as folhas, elas se abrem e toda a praça fica colorida e perfumada.
Na praça também tem vários pés de manacás, são arvores grandes de especies diferentes que dão flores amarelas, azuis, outras que misturam vermelho com azul, apesar da nossa região se pautar apenas por duas estações do ano.
O inverno é marcado por uma quantidade enorme de chuvas, que vai de janeiro até o finalzinho de maio e, o verão que vai de junho até dezembro e, é marcado por  um Sol escaldante e um calor insuportável, que leva as pessoas a tomarem banho de  quatro a quatro  vezes ao dia para que possa refrescar-se.
Nesta Cidade que é virtual se comemora tudo.
Sempre há festas programadas, onde estoura-se fogos de artifícios que  estouram madrugada a fora e no céu, tais fogos desenha as mais diversas coreografias.
Vai ter festa na praça.
As meninas, os meninos todos estão alvoraçados, é bicicleta pra lá e pra cá, num sobe e desce infernal na Avenida principal, isso sem citar as motocicletas clandestinas e os carros que invadem a cidade e rasgam seus motores a mil, em uma irresponsabilidade sem fim.
Setembro  é um mês sobrecarregado em festa nesta cidade.
Existe o festejo religioso onde celebram a feste em homenagem a Bom Jesus dos Aflitos, uma  festança tradicional de sentimento secular. Nesta as pessoas acompanham a procissão e, desfilam descalços pagando suas promessas, seus sacrifícios e, como uma  serpente a procissão arrasta-se, passando pelas principais ruas centrais da cidade. O percurso varia muito e, depende das pessoas que estão organizando a mesma. A Igreja Católica de Arari, é regida por um conselho paroquial que discutes esses pormenores.
Existe ainda o famoso Festival da Melancia, uma festa que nasceu de uma birra entre a Igreja Católica local e um grupo de políticos, que entre tantas coisas, cada um quis na época, medir o tamanho de sua vaidade individual. Mas hoje, as vaidades superadas, a festa faz parte do calendário cultural da cidade.
A festa da melancia em Arari,como é um sucesso e charme total.
Encontra-se de tudo o que se pode imaginar, do Candelabro da Igreja à prostituição infantil, do mel de abelha a água com bacuri e, tudo isso sob o olhar negligente das autoridades locais, quer seja do Executivo, do Judiciário, a negligencia é grotesca. A final, todo mundo ver as irregularidades, todos sabem e, todos se fingem de mortos.
Ou são todos ingênuos, inocentes.........................
Ou são todos coniventes e irresponsáveis.
O Sol brilha forte, mas carrega consigo uma brisa suave, nesta manhã de Setembro.
Edinho arrumou-se, saiu de casa e caminha pela antiga Rua Grande, hoje..somente e tão somente a metade, por que a outra metade o Rio Mearim engoliu e ainda não apareceu um Prefeito que comprometido com os desejos do povo, quisesse restaurar a outra metade. Mas garanto que não seja por falta de verba e sim, por que o amor pela rua deixou de ser prioridade.
De repente......................
- Olá rapaz, quanto tempo !?
- Quanto tempo digo eu Cássio.
- Por onde andas Edinho, a muito não te vejo......a muito mesmo.
- Eu....eu estou sempre em Arari e você ?
- Eu estou em São  Luis.
- Chegaste quando ? perguntou Edinho
- Ontem a noite, respondeu
- Veio só curtir as gatas ?
- Verdade, respondeu sorridente
- Então  me conte quais as novidades na ilha.
- Tudo como antigamente, apenas pedras rolando nas vitrolas dos caras, muito regae mesmo.
Edinho colocou a mão no ombro de Cássio e disse:
- Bicho, você precisa ir lá em casa, você sumiu, eu até soube que vez por outra você aparece aqui nesta cidade mas não me visita. Não  esqueça que estudamos juntos,andávamos juntos quando tínhamos de 8 a 10 anos de idade, corremos muito de bicicleta, descemos muitas vezes em velocidade mil, aquela rampa da Ponte de Itapuã, e de repente depois que agente cresce e completa de 15 a 16 anos, parece que tudo muda e eu pergunto, e a amizade aonde vai?
Cássio sorriu e deu um abraço forte em Edinho, pois fazia muito tempo que não se encontravam.
- Quem é a gatinha que você esta agarrando agora ? quis saber Cássio.
- Qui nada, estou apenas com uma paquera aí, respondeu.
- Como ela chama....
- Heloísa
- Uaua, tem nome de deusa...
Edinho sorriu e perguntou:
- Por que não apareceu em junho no festival de Bumba meu boi, foi massa cara.
- Eu vim veio, vi você de longe.
- E não falou comigo ?
- Você passou rapidamente abraçado com uma garota.
- Era a Heloísa, comentou
- Uma gatinha que...................
- Não cobiça a minha mulher cara, lembras do que disse o padre, que é pecado desejar a mulher do amigo.
- Negativo, estou apenas elogiando aquele aviãozinho, disse Cássio sorridente
- Deverias ter falado comigo, estava morrendo de saudades de você, choramigão sempre  procuro por voe, quando encontro a sua mãe, ela sempre me fala, tá na cidade, vem dia tal.
- Eu vim meio na correria.
- E na festa ficou com quem ? quis saber Edinho
- Não agarrei linguem, encontrei  Márcio e ficamos conversando um tempão.
- Então voe ficou com o Márcio? disse Edinho soltando uma sonora gargalhada....e depois continuou:- Márcio é um moleque nota dez.
- Verdade cara, Marcinho é dos nossos, não muda, leva dura de todo mundo, mas não muda, então eu fiquei com ele e Flávio
- Que Flávio? quis saber
- Flávio pô, o filho do seu Armando, seu vizinho que mora em frente a tua casa, naquele sobrado.
- Sei quem é, ele é seu amigo? quis saber Edinho.
- É cara, ele é meu amigo,gente fina,inteligente, prestativo, bacana mesmo.
- Mano, eu detesto aquele cara.
- Por que, o que ele lhe fez? quis saber Cássio.
- Não gosto dele.
- Por que ?
- Mesmo
- Não falas com ele ?
- Não
- Amigo, procure conhecer a pessoa daquele menino
- Menino Cássio, ele é bem mais velho do que nós.
- Por isso mesmo, é uma pessoa afável,humana, fantástica, senão te ajudar pode ter certeza que jamais lhe atrapalhará.
Edinho parou, olhou demoradamente para Cássio e disse:
- Posso te fazer uma pergunta indecente ?
- Indecente não, mas você pode e deve me fazer qualquer pergunta, respondeu Cássio
-Vou perguntar, cara.
- Pergunte.
- É verdade que aquele cara é bacuri ?
- Bacuri...o que é bacuri ?
-Você não sabe o que é bacuri, amigo ?
- O que é bacuri Edinho ?
- Bacuri é viado, é bicha.
Cássio soltou uma sonora gargalhada e respondeu;
- Isso  é uma pura maldade das pessoas com  meu amigo . Ele é um cara inimaginável, aquilo é uma doçura de pessoa.
- Pára com isso Cássio.
- Você precisa conhecer as pessoas. precisa fazer amizade com ele, precisa enturmar-se.
Edinho sorriu timidamente, apertou a mão de Cássio e saiu na direção da praça que localiza-se em frente ao Centro Cultural,de frente para a Agencia Bancaria, a única da cidade.
Chegando ali sentou-se, o Cássio seguiu em direção contraria e virou a primeira rua a esquerda depois que se despediram e, logo seguiu um rumo ignorado.
Edinho estava sentado ali naquela praça quando aparece Ana Luiza a sua  irmã, que ao encontra-lo, perguntou:
- Que fazes aqui, mano ?
- Estou esperando uma amiga que combinamos de nos encontrar aqui no Centro Cultural e ainda não apareceu.
- Quem é ela ? quis saber curiosa
- Mistério mana, mistério, como dizia a outra
- Hum...hum...
- E você aonde vai querida,cuidado com gavião
- Não se preocupe, respondeu e logo continuou:- estou voltando para casa, eu vim pagar umas contas para o meu pai, já estou voltando.
- Alguem ligou ?
- Até eu sair de casa,não.
- Não me viu em querida, disse o irmão.
- Esta bem, respondeu ela.
Ana Luiza se despediu do irmão que ficara sentado na praça, com as pernas cruzadas uma sobre a outra.
De repente do outro lado da rua entra no Centro Cultural, Heloísa e Maria.
- Psiu...psiu...psiu, fez Edinho.
Ambas caminharam rapidamente sem olhar para trás ou para os lados e adentraram rapidamente no Centro Cultural e  dirigindo-se imediatamente a Biblioteca. Logo se dirigiram para o setor de Atulaidades, uma unidade da Biblioteca que é frequentada por pessoas idosas, que folheam livros, revistas e jornais do dia a dia procurando noticias e fatos novos e, as fofocas do cotidiano.
Ambas ainda sentavam e folheavam um jornal, quando derepentemente
- Bom dia para voces meninas..........
- Bom dia, respondeu Heloisa toda sorridente.
- Bom dia , repetiu ele.
- Não vá responder  Maria ? quis saber Heloisa
Maria continuou caluda e pensativa.
- Pra voce querida, mais que bom eu quero a sua felicidade, disse ele
Heloisa parou de folhear o jornal e  fitou demoradamente o namorado
- Agora deixe-me trabalhar, disse ela.
Ele saiu rapidamente e entrou na sala de videoteca.
Carinhosamente ela vira para a amiga e indaga:
- Por que voce não respondeu, quando Edinho nos cumprimentou ?
- Ih, coleguinha eu fiquei com vergonha.
- Vergonha  ?
- Sim, veja bem, as nossas familias não se falam, somos vizinhos e derepente eu fico de conversa fiada com esse menino e, o que o pessoal vai dizer para o meu pai ? Ele é muito bravo, voce não imagina.
- Deixe dessas bobagens Maria.
Elas ainda conversavam quando entram na sala Marcio, Flavinho  e Juliete.
- Maria, minha mãe pediu para voce não demorar, disse Flavinho ao avistar a irmã.
- Ta controlando a irmã heim, disse Marcio  sorrindo e olhando para Juliete.
- Nada disso, apenas um recado da nossa velha.
- Esta bem, respondeu Maria.
Marcio perguntou virando-se para Juliete.
- Hoje a noite, tem show na praça,ela completa 15 anos,voce vai ?
- Não sei, vou pensar.
- Pensar ? tornou ele.
- Sim, quem é o artista ?
- Nhen Rodrigues.
- É aquele......
- Isso mesmo, atalhou ele.
- Voce nem deixou eu falar e já foi me cortando.
- Voce ía falar o que ? Conheces Nhen ?
- Já ouvir falar, que tipo de musica ele toca mesmo
- MPB.baião, respondeu ele.
- Acho que vou.
Flavinho folheava uma revista e eles conversavam
- Será que presta ?
- Claro, respondeu ele.
- A que horas começa o show, Marcio ?
- Lá para as 22 horas.
- Nossa é muito tarde, tornou ela a dizer.
- Nhen, é um artista engajado na cultura popular, vai vir acompanhado da banda Pedaço de  Pau...tem essas coisas.
Da outra ponta da mesa Maria atalhou:
- Eu passei pela praça e eles ainda nem haviam montado o palco.
- Então isso começa é la pelas tres da manhã, disse juliete olhando para Marcio.
- Qui nada, palco eles armam cedo e rapidinho.
Heloisa e Maria acabaram o seus afazeres no Centro Cultural e foram embora.
Juliete soriu levemente.
Edinho saiu da videoteca e foi até o WC do Centro cultural. O corredor de dá acesso da videoteca aos WCs, é muito estreito, quer queira quer não as pessoas são obrigadas a se encontrarem.
Quase que simutaneamente Flavinho levanta do sua cadeira e avisa a Juliete:
- Ju....., estou indo ao WC e, levantou-se.
- Cuidado não vá cair no vaso sanitario, respondeu ela.
- fica calma, poerna; respondeu ele e saiu corredor a dentro.
Derepente, dão-se de cara um com o outro.

O olhar de ambos se chocaram. Edinho mais moço ficou paralisado. não disse uma palavra se quer e nem mexeu-se um músculo só do seu rosto.
Flavinho foi enfático:
- Quero falar com você.
- Qual é cara? respondeu perguntando.
- Eu quero falar com você Edinho, insistiu
- Meu nome é Edson.
- Mas todos só lhe chamam de Edinho.
- Eu não tenho nada a falar com você, eu na verdade detesto você, verdadeiramente eu detesto frutinha.
- Eu não sou frutinha, eu sou Flavinho.
- Flavinho para os teus nego.
- Por que você não fala comigo, porque você você não deixa eu dizer, que pelo menos sou humano e tão humano quanto você ?
Edinho olhou serio para Flavinho e retrucou;
- Eu detesto viadinho.
- Eu não sou viadinho, eu sou o seu vizinho de frente,eu sou aquele que um dia ainda posso te socorrer.
- Sai pra lá jacaré, o que diabo você quer comigo.
- Eu quero lhe desejar paz, harmonia na alma, luz para o teu espirito,eu quero te dizer que somos gente, que aquele que estendeu os braços em uma cruz, ele morreu por ti, por mim, por nós enfim, por tudo isto ele derramou o seu sangue.
- Só isso ? disse Edinho.
- Quero mais.
- Mais o que, cara?
- Quero dizer que você é muito lindo.
- Pára cara, senão eu te arrebento no ponta pé.
- Você não vai fazer isso comigo,você é uma pessoa pobra, carinhosa , educada e....
Edinho o interrompeu:
 - Olha aí, a sua família nem fala com a minha e, você vem com esse papo de bacuri, eu não tenho nenhum interesse em fazer amizade com você, com a sua mãe, com o seu irmão, com a sua irmã, com a sua raça, enfim me esquece  e vá para o inferno.
- Por que você é assim, Edinho ?
- Já te falei, meu nome é Edson, eu não sou bambi,não sou bacuri, sou macho, sou homem. Já nasci homem cara pálida.
- Nunca duvidei de você, querido.
- E não duvide mesmo, por que eu te arrebento.
- Você não pode me ameaçar, amanhã eu amanheço morto e ,como é que você vai se explicar?
- Morre cara, morre logo, disse Edinho asperadamente.
- Pare com isso, respondeu Flavinho carinhosamente segurando o braço de Edinho e continuou;- você é  lindo até quando fala áspero, eu sei que não iras me agredir, afinal não é este o seu estilo, podes ter certeza que mais hoje, mais amanhã, poderemos conversar mais. Deixe seu telefone comigo ou  o seu correio eletrônico.
- Que correio eletrônico que nada, meu telefone, está louco ?
- Deixe o da sua casa eu preciso dele.
- Vai morrer cara.
- Não vou não, eu esperei tanto por este momento aonde eu pudesse ouvir a sua voz e, tenho certeza que você no fundo, no fundo vai sentir que eu não sou a pessoa que imaginavas ser.
- Cara, para mim, você é uma merda.
Ele virou-se para Edinho e falou baixinho:
- Agora me deixe passar, preciso ir no WC, estou apertado.
Edinho respondeu sarcasticamente:
- Os dos bambis é daquele outro lado, aqui é somente para os homens,quem mija em pé tem que atravessar a rua.
Flavinho bateu  levemente no ombro de Edinho e passou rapidamente.
Edinho  voltou rápido, entrou na videoteca, entregou o seu cartão de controle e retirou-se em apressados passos largos
- Que ventania é essa? indagou Juliete, olhando para Márcio.
- Não sei.
- Esquisito, tornou ela.
- Edinho é assim, de veneta.
- Ele é lindo, parece um anjo, tornou ela.
- Pára Ju....., você acha que eu vou achar homem bonito? indagou Márcio.
- Que machismo esse seu, disse ela.
-Você conhece ele Márcio?
- Sim.
- É seu amigo ?
- Sim.
-Tem namorada ?
- Sim.
- É carinhoso ?
- Sim.
Juliete olhou raivosamente  para Márcio e puxando-o pelo braço disse;
- Ô cara, tudo o que lhe pergunto, você ironicamente me responde que sim?
- Sim.
- E você acha que eu estou gostando disso? indagou ele
- Não.
- Então seu bobinho?
- Por isso que eu respondo que sim, não sei o que você quer saber da vida do Edinho, ele é pobre, feio e bobo, é o famoso PFB, e você é a primeira pessoa que ouço dizer que ele é bonito, que eu saiba, ele é burrinho.
Juliete olhou sério para Márcio e disparou:
- Despeitado.

Alguns momentos depois Flavinho  reapareceu.
- Nossa, aonde estavas ? Você sumiu, disse Juliete surpresa.
Ele  sentou-se em uma mesa oposta a deles e calou-se.
- Flavinho comeu a língua, provocou Márcio.
- Estavas tão alegre e de repente o gato come a sua língua, repetiu  Juliete.
- Deixe-me quieto, pediu  Flavinho.
- Quem comeu o seu queijo, velho? indagou Márcio.
- Ninguém comeu nada, mas posso te afirmar amigo, que hoje é um dia diferenciado na minha vida, hoje o sol raiou para mim,
- Virou poeta esse menino, deve ter  encontrado a alma amada, zombou Márcio.
- Esse é o Flavinho que eu conheço, vibrou  Juliete soltando enormes gargalhadas.
- Eu não sou poeta, eu sou a própria poesia pura, escrita,recitada cravada, gravurada e toda esculhambada. assim diz o poeta maranhense José Maria Souza  Costa.
Juliete levantou-se da cadeira em que estava, puxou Márcio pelo braço e foi dizendo:
- Ele esta gostando de alguem ?
Flavinho engoliu em seco e ela tornou a provocar:
- Se você estiver gostando de alguem e for preciso de ajuda podes contar comigo e Márcio, afinal amigos é para essas coisas.
- Não amiguinha eu não estou gostando de nenhuma pessoa.
- Como não, se a sua face lhe condena,não dá para esconder.
- Isso é impressão sua.
- Flavinho eu te conheço.
- Pensa que conheces.
Juliete soltou o braço de Márcio, aproximou-se de  Flavinho e começou a alisar os cabelos dele, aí ela perguntou:
- E o show hoje velho?
- Não sei como será, mas irei, afinal eu faço parte da comissão que contratou o artista.
- Então isso significa que nós vamos.
- Evidentemente que sim.
Os três ficaram um longo tempo no Centro Cultural falando do show de Nhen Rodrigues.
Enquanto isso.............................
Edinho subia apressado as escadaria de sua casa e ao encontrar a irmã foi logo dizendo:
- Quero falar com você.
- Desembucha logo, disse ela.
- É sério, tornou ele.
Ela olhou demoradamente para o irão, foi ate a cozinha, tomou dois goles de água e retornou:
- O que é que há, meu mano amado.
- Sabes o filho do Armando..............
- Quem ? indagou ela curiosa
- O Flávio !?
- E daí ?
- Ele falou comigo.
- O que ele falou com você, repetiu ela assustada.
- Sim
- E você ?
- Eu não respondi nada.
Ana Luiza calou-se.
Vagarosamente ela saiu em direção ao quarto que dá  de frente para o casarão e começou a cantarolar.


" A minha alma canta alegre por que estou contente
E o rio desagua rumo ao mar por não ter somente
Uma sina que lhe mostre permanentemente
O mesmo brilho de um riso perene.
E mesmo assim eu caminho firmemente
Na direção dos ares da felicidade
Eu peço a Deus todos os dias compreensão
Para que eu possa olhar na mesma direção.
E assim a vida passa lentamente
De um lado a outro sem constrangimento
E eu peço a Deus todos os dias
Pra me livrar dos maus comportamentos."
Enquanto a irmã cantarolava em voz alta no quarto,o irmão sentou no sofá da sala,tirou o tênis e a camisa e ficara ali somente de bermuda, nu da cintura para cima. Rapidamente levantou-se foi-se ao bidê, lavou as mãos, passou agua no rosto e, voltou para o mesmo lugar.
Levou as mãos ao rosto pensativo
" Eu tenho apenas 16 anos e aquele rapaz 19, mas todas as pessoas com as quais falei até agora me disseram que ele é uma boa pessoa, que é bacana, que é descente, mas eu não gosto da família dele. Mas eu não tenho motivos para odiá-lo, até porque nunca me fizera mal nenhum. Até que eu poderia perdoa-lo, mas toda a família dele é mal conosco, isso me faz pensar que jamais seremos amigos, tenho certeza que o meu pai me matará se pelo menos adivinhar que temos amizade, certamente ao meu velho isso será uma traição e eu não servirei para trair nem o meu pai e nem a minha família inteira"
Edinho é um garoto antenado nas coisas, ele sabe muito bem distinguir as coisas boas das más, ele é do tipo sanguíneo(AB), isso significa ser um receptor universal,significa ter um bom instinto, mas o faz ser polemico, mas jamais uma pessoa que não goste de aventuras.
Por isso  sempre se achou um jovem deternimado
Ana Luiza canta tão afinadissimo que quase se confunde com uma cigarra. Ela é uma jovem exemplar desas que ao domingo vai à missa e faz parte do Coral na Igreja. É estudante, tem a pele morena, tem um bom rebolado quando anda e, sempre que promove-se concursos de beleza na cidade de Arari, ela é uma candidata serissíma a chegar em primeiro lugar.
Apesar de ser educada em um colégio católico, não significa que a garota seja uma beata, ela tem no olhar a mansidão das ovelhas selecionadas pelo pastor, mas a determinação e a segurança de alguem que também sabe o que quer na vida.
Pelo fato de ter apenas um irmão é natural que sinta ciumes dele, quando as pessoas o rodeia ou, se aproxima com mais intensidade.
Depois de um longo tempo ali no quarto, ela não se conteve e veio ate a porta e chamou:
- Edinho...Edinho...
- Estou aqui na sala, respondeu ele.
- Que conversa foi aquela que me falaste, sobre o filho do  vizinho ai de frente ?
- É tudo aquilo que ouvira.
- Será que eles querem fazer as pazes conosco ?
- Não sei.
- Pelo menos ele ergueu a primeira bandeira branca.
- Pode ser, eu só não sei com qual interesse.
- Bobagem,as vezes eu fico olhando o jeito dele  vestir-se, como penteia os cabelos, como anda, o estilo de comunicar-se com as pessoas, há momento que o acho um atrativo singular.
Edinho sorriu levemente.
- Por que riu? quis saber ela
- Você acha tudo isso mesmo, desse cara ?
- Claro que sim.
- Você acha que aquela figura tem jeito de homem serio, homem de verdade ?
- Eu acho que sim, além do mais ele é bonitinho.
Ana Luiza, entrou novamente para o quarto e Edinho saiu em direção a cozinha.
Nesse momento Lili Boca Mole, corre para  a porta do seu salão e com  um "mega fone", passa a berrar:
- Minhas amigas querida, hoje tem show na praça Samea Costa, venha pintar suas unhas, arrumar seus cabelos,fazer arranjos ornamentais, eu garanto que estando cheirosa e perfumada, jamais ficará sozinha nesta noite. Tenho unhas coloridas a preços  especiais, eu derrubo  a concorrencia com o menor preço da cidade.
Do outro lado, Joaninha Sabe Tudo, abre o radio em volume total, para atrapalhar que as pessoas entendam o que a concorrente  diz.
Derepente Lili, solta aquele mega fone e, pega uma mangueira e começa a erguichar, jogando água na calçada inteira.
- Bom dia dona Lili.
- Bom dia minha Flor, como é que a senhora esta ?
- Tô bem e a senhora como vai?
- Tô ótima dona Adalgiza, mas vou lhe pedir um favorzinho, de hoje em diante me  trate de voce,por que senhora é a mãe de Deus, disse Lili toda sorridente, deixando transparecer a sua vaidade.
- Esta bem querida, eu continuo na luta.
- E lá na rua da Barata,como estão as coisas? quis saber Lili curiosa.
- Tá bom, muita agitação,o pessoal só fala em show hoje, diz que vem um artista de São Luiz,então é só o que a meninada fala.
Dona Aldagiza fica ao lado, dando a impressão que quer adentrar no salão.
Lili perguntou:
- A senhora vai querer ainda falar comigo ?
- Sim...sim...eu vim ao seu salão.
Lili sorriu e tomando a dona Aldagiza pelo braço disse:
- Entre aqui, isto aqui é de voces, esta casa só existe por que existem pessoas como a senhora, senão não existiria razão dela existir.
- Eu sei...eu sei, respondeu dona Aldagiza.
- A senhora é uma pessoa maravilhosa
- Voce é maravilhosa, repetiu dona Aldagiza.
Ela ouviu aquilo e ficou envaidecida, puxou uma cadeira para a mulher, a fez sentar e foi preparar os apretechos para poder atender a cliente.
Verdadeiramente falando, Lili Boca mole é caprichosa.
Dona Aldagiza sentou, colocou a mão na bacia de água morna e, Lili perguntou:
- Me conte quais as novidades de lá.
- Nenhuma, tudo na mesma.
Lili, não tinha ajudante em seu salão, todo oserviço ela fazia só, por isso a maioria da sua clientela tinha que marcar horas antecipada. E naquele dia dona Aldagiza, era uma excessão.

Depois de muito passa e repassa, andando de um lado para o outro, Lili  fixou-se em frente  a dona Aldagiza e perguntou:
- É verdade que a mulher do Gaia, largou ele ?
- Não estou sabendo.
- Como não sabe minha querida ? Essa é a conversa que corre na redondeza.
- Ouvi, algo assim por cima, um pequeno, zun...zun..zun,quando eu estava na
fila da casa
lotérica, mas não sei o motivo,você sabe ?
- Olha, esta é somente para nós duas ,sem que as paredes nos ouça,ouvi um
comentário que a mulher dele foi pega no flagra, encima da cama com o filho
do seu Menezes, disse Lili.
- O que ? O filho do Menezes ? indagou a velha arregalando os olhos.
- Preste atenção, ouvi dizer, disse Lili
Dona Aldagiza, ficou calada por uns instante
prestando atenção nos gestos
da manicure,e
de repente perguntou:
- Quem lhe falou essa conversa?
- Olha dona Aldagiza,o
comentário que se faz, é que ele foi beber lá no bar
"Vale Encantado" e, quando retornou a casa, altas horas da madrugada, deu de
cara com os dois no maior mel com mamão.
- Então será por isso que ele viajou imediatamente para São Luis ? indagou a
velha.
- Hum, então faz sentido, aquela jabiraca tem cara de quem pula a  cerca, ela
não é séria, disse Lili.
- Ela é mesmo saidinha, respondeu a velha.
- Alegrizinha, dona  Aldagiza, disse Lili a gargalhadas longas.
Aldagiza olhando para Lili disse:
- Eu sempre falei para as minhas netas tomarem muito cuidado, com quem elas
andam.o povo aumenta mas não inventa, isso é um ditado popular
atualizadissimo.
- Eu também penso assim,disse Lili, pedindo licença a velha e indo até a
porta do salão olhar a rua, para observar se
alguém escutava a conversa das
duas.
- O que  
você ia falar Lilli?
Lili passou a mão no rosto como quem quer puxar assunto e disparou:
-  Ah sim, era isto, agora mesmo tenho ouvido uma conversa do filho do seu
Armando.
- Qual deles ? quis saber a velha.
- Do mais velho.
- Que tipo de conversa dona Lili ?
Lili ficou desconfiada e parou por uns segundo, depois levando a mão a boca
disse:
- Tenho ouvido alguns garotos aqui ao lado, sempre comentando que ele é
afeminado, que ele não gosta de mulher, essas coisas, mas não sei se é
verdade, estou passando adiante apenas aquilo que escuto, afinal eu não sou
surda.
- Será, mulher ? Ele é tão bonitinho, disse a velha.
- Ouvir dizer, respondeu Lili.
- Eles moram por aqui, disse a velha apontando e fazendo gestos.
- Sim, mora aqui no sobrado, lá em cima, do lado esquerdo de onde estamos
- Será verdade.
- Minha senhora eu nunca vi esse rapaz com nenhuma menina, tá sempre
acompanhado de
rapazinhos,sempre muito educadinho, e homem muito
educadinho é para agente desconfiar.
- Mas
você tem certeza disso que esta dizendo ?
- Não senhora, eu só ouvir dizer, estou comentando apenas com a
senhora, disse Lili, levantando os braços.
- O que será que acontece com esses rapazinhos que são tantos garotos
assim na nossa Arari ?
- Não sei lhe responder minha senhora, antigamente isso era coisa
rara, hoje eles perderam a vergonha de  está virando a mão, disse
Lili, imitando gestos homossexuais.
- Os pais dele, sabem disso ?
- Imagino que não, por que ranzinza como é o velho ele já teria jogado
os panos de
bunda dele, para o meio das rua.
- Nossa, que tristeza heim ?
- Deve ser doloroso,
você tem o danado de um filho, pensa que el vai
ser homem, e
de repente se depara com ele debaixo de outro homem.
- E a mãe como se sente ?
- Certamente se sentirá uma porra louca desprotegida e se culpando
pelo resto da vida.
Conversa daqui e dali e, o tempo passa rapidamente e, dona Aldagiza já
esta pronta, unhas feitas, cabelos arrumados, lábios cuidados.
Despediu-se de Lili e, fora embora para casa.
Lili, pegou o dinheiro do serviço que fizera e colocara no cós da calça, mesmo morando sozinha, ela não confiava em deixar o seu recebimento pelos cantos. Outras vezes
alguém já tentara invadir  tanto o seu salão quanto a sua casa.
Lili, é uma profissional excelente, mas tem uma
língua perigosa, ela adora comentar a vida das pessoas, ainda que não tenha motivos.
Ainda que tendo a Joaninha Sabe Tudo, como concorrente ,ambas se dão bem, vezes ou outras que acontece algum desentendimento, mas elas tem isso como normal. Até por que as vezes acontece de uma mandar cliente uma para a outra, quando estão sobrecarregadas.
Da porta do 
estabelecimento, Joaninha gritou:
- Lili, tenho uma nova para te contar.
- Já estou indo querida, respondeu ela.
- Venha logo, enquanto não tem cliente.
Ela correu em direção ao salão da amiga.
- Já estou aqui, ao vivo, colorida e
preto e branco amiguinha,pode falar, disse Lili escancarando em risos.
- Menina não sabes da boa, disse Joaninha.
- Conta logo mulher, disse Lili aflita.
- Não é que a mulher de Cazé, enfeitou a cabeça dele.
- De novo Joaninha ?
- Voce já sabia ?
- Essa é antiga, eu tenho uma novinha pra te revelar.
- Então conte logo.
- As ruas, os cantos, os rios, todos estão falando mal do filho do Armando.
- O que aconteceu ? Ele está tuberculoso ? indagou Joaninha assustada e com os olhos arregalados.
- Não, o que estão falando é muito pior.
- Conte logo mulher.
- Tão falando que ele é bacuri.
- O que? Aquele pedaço de tentação latina dá o rabo ? indagou Joaninha
boquiaberta.
- Ele mesmo, o Flavinho.
- Terá fundamento essa conversa, LIli ?
- Tenho ouvido o zum...zum...zumm............disse ele sorridente e continuou:- a velha Aldagiza esteve aqui e, disse que a cidade inteira sabe dessa história.
- Aquela velha disse isso?
- Afirmou isso com todas as letras que tem o alfabeto, e disse mais , que é só o que se fala na rua da barata.
Joaninha ficou em silencio.
Lili, voltou ao seu salão, tinha uma cliente para atender.
cabeleireira manicure ś assim, ela levanta conversa, inventa e distorce tudo, por isso as pessoas da rua e do bairro temem fazer saber qualquer coisa que sai da boca de LIli.
Flavinho saiu do Centro Cultural
despedindo-se de  Marcio e Julieta e voltou para casa. Vestia uma calça jeans, camisa de meia manga curta e chinelos de couro. Prendia os cabelos com uma tiara que se confundia com a cor dos seus cabelos e, tinha uma bolsa a tira colo  onde guardava os seus
apetrechos. Ele é uma pessoa vaidosa, usa um anel de ouro branco  cravado com uma pedra lilás e, um relógio social, de uma marca famosa preso numa pulseira de couro no braço direito.
Ele entra vagarosamente em casa chamando:
- Maria...Maria....
- Estou aqui meu mano.
- Estou precisando falar com
você.
- Diga logo, o que desejas .
- Vá a casa da Heloisa e , diga a ela que a Lalá, pediu o telefone da casa do
namorado dela, por que ele quer falar com o seu  Torres.
- Quem é Lalá?  quis saber Maria.
- Vá logo e não faça pergunta,
você não a conhece.
- E se a Heloisa perguntar, o que é que eu falo? quis saber ela.
Flavinho olhou serio para a irmã e ordenou:
- Você diz que Lalá é um cliente do Chico do carro e, quer falar com
aquela jararaca velha e, ponto. Pegue o numero do telefone, traga e não
entre em detalhes.
- Está bem.
- Quando vai fazer isso ?
- Agora mesmo; respondeu ela.
- Não comente este assunto com
ninguém, recomendou o irmão puxando do bolso uma nota de "um" real e dando a irmão como forma de pagamento. Maria entrou casa a dentro toda sorridente, com o dinheiro que recebeu, ali era a certeza que o sorvete a noite estava garantido. Heloisa sabia o numero de telefone da casa de Edinho, afinal nestes tempos modernos é a primeira que se oferece ao um grande a mor, é o numero do telefone até por que todo homem tem o hábito de controlar uma mulher bonita.
Flavinho traçava o seu plano e fazia o seu planejamento de como cercar o rapaz. Pensava muito, queria por que queria o filho do velho Torres. Sentia intimamente algo muito forte pelo garoto, todavia mantinha-se discreto, afinal a sociedade por mais moderna que diga ser, não aceita com passividade a homoafetividade. Isto é uma barreira enorme entre as familias esclarecidas, quanto mais em uma cidade pequena e
provinciana como Arari, onde quase todas as pessoas se dão por conhecer e encontram-se a cada momento.
Maria pegou a bicicleta, desceu escada abaixo e de cara encontrou
Lili, que foi indagando sem a menor discrição.
- Vai engrossar as pernas em Maria ?
- Vou ali, respondeu a garota
- Tá passeando muito em menina cuidado, pedra que muito anda não cria limo jamais, tome cuidado com essas coridas sem rumo e desesperadas, a  abelhinha da saudade pode lhe picar.

Maria nem ligou mais para a manicure, era normal Lili, colocar uma piada para ela sempre que a via sair de casa, afinal desde de bebê que a manicure a conhecia e a menina nem mais ligava  para as suas conversas fiada. Com a sua
cédula de um real em mãos o que mais ela queria, era chegar na casa da amiga e receber o numero do telefone.
Maria
pedalou a rua Balbino Azevedo Costa inteira, dobrou a
esquina na quarta quadra e, logo percebeu duas cadeiras de balanço na calçada da amiga, ficou animada era sinal de que havia gente em casa.
Encostou, apeou da bicicleta e bateu palmas:
- Já estou indo atender, respondeu uma voz do interior da  
residência.
Ela recuou e sentou-se no
selim da bicicleta.
- Quem é? tornou a perguntar a voz.
Ela aproximou-se de novo e respondeu baixinho:
- Sou eu a Maria, amiga da Heloisa.
- Pode adentrar ela está lá no quintal, pode ir  até lá, tornou a voz.
Maria foi entrando casa a dentro, chamando  pelo nome da amiga.
De repente a avó de Heloisa apareceu perguntando:
- O que  aconteceu?
- Quero falar com a Helô, minha senhora.
Ela ainda falava quando Heloisa apareceu do quintal e a interrogou:

- Que fazes aqui, quis saber?
- Vim falar com
você.
- Em que posso ajudar-te?
- Seu Lalá, pediu para eu pegar com
você o telefone da casa do seu Torres, o teu sogro, por que ele tem um carro..........
Heloisa a interrompeu:
- Quem é Lalá amiguinha ?
- É um senhor que mora no Bamburral, ele tem um
caminhão velho, como agente é de mal com eles, eu não vou bater na porta deles. Eu também jamais poderia ter dito ao velho que não poderia fazer esse favor, afinal é uma coisa tão simples.
- Eu não tenho, respondeu Heloisa.
- Puxa, pensei  que fosse ajudar o velho, disse Maria meio que desolada.
- Eu tenho o numero do celular do Edinho, a não ser que
você queira levar esse e, pedir para o velho ligar para ele e  ai, Edinho passará o telefone do pai dele.Mas não comente como conseguiu, por que nem o numero da residência eles colocam em lista telefônica, justamente para não ficarem incomodando a familia.
- Serve sim, eu levo e passo para ele ,o resto podes ficar sossegada eu
entendi todas as recomendações, mesmo elas sendo colocadas entre palavras.
- Anote aí, disse Heloisa que continuou:- 24092005, mas por favor.
- Fique calma, relaxe, como diz os adolescentes.
- Te adoro, disse Heloisa.
- Eu também, amiguinha.
Abraçaram-se, despediram-se e Maria retornou leve e lépida para  a companhia do seu irmão. Mas quando ela chegou em casa ele não estava,ela penas guardou o numero do telefone.
Agora já é noite.
As pessoas começam a caminhar em direção a praça Samea Aparecida Costa
e, tudo o que elas comentam é o show que acontecerá nesta noite.
Tudo arrumado: praça, palanque, muitas bandeiras e bandeirolas, sorteios com bingos,balões cortando o céu azul da nossa doce  e amada Arari, uma brisa
agradável, um clima propicio para uma grandiosa festa.
O locutor oficial da festa é o de sempre e competente Lourival, voz grave, timbre firme,
competência total exposta na cidade. Ele agradece a presença de todas as pessoas que estão na praça e das autoridades também e, ao final deseja  que todos tenham um noite de entretenimento e de muita alegria.
As 22 horas outra vez Lourival, mais animado que nunca retorna ao microfone.
- Senhoras e Senhores, garotas e garotos, vamos dá inicio a complementação da festa em comemoração ao aniversário desta praça. Estão aqui presentes pessoas
influentes e amigas, e mais que isso...enfim, estamos aqui todos nós sem ex cessão para nos confraternizar em mais esta  data festiva das muitas aqui presente no nosso calendário festivo cultural desta cidade.
E  Lourival, empolgante e empolgado continuou:
- Vou chamar ao palco neste momento, uma das pessoas
responsável por
esta alegria, o jovem representante dos estudantes arariense e, eu estou falando do Flavinho, este garoto de apenas 19 anos de idade, que é um exemplo de organização, compromisso, ação e de um carinho especial com o povo desta cidade. Neste momento a praça quase veio abaixo, foi um
deliro total das pessoas.
Flavinho tomando o microfone ainda sob
apalpo popular  exclamou, para que todos ouvissem:
- Arari...Arari, eu te amo demais, disse ele cheio de risos.
Neste instante mais assobios,gritaria, delírio total dos presentes e, ele outra vez:
- Boa noite minha Arari, eu vou sempre esta de coração aberto para te amar perenemente.
Mais aplausos, mais assovios, mais gritaria e, sorridente ele continuou:
- Boa noite a pessoa de "Samea Aparecida Costa", que nesta noite completa quinze anos, que juntos ,ainda que virtual emprestou o seu nome, a este longadouro tão belo, tão caprichado, tão atrativo e por que não dizer, um local  onde abriga agente tão
romântica e tão namoradeira.
Minha Samea eu preciso de
você e você de mim e, juntos precisaremos eternamente um do outro.
Se Deus quiser estaremos por muito e muitos anos aqui neste instante
cantando, dançando, e nos organizando como sociedade civil, para exigirmos mais respeito e muito mais amor pelas pessoas  e por todas as minorias e
excluídos.
Outra vez mais aplausos, mais delírios, gritos, assovios................
A banda PEDAÇO DE PAU, já estava no palco, aguardando apenas os agradecimentos e apresentação do Flavinho, por que ali no camarim
estava andando de um lado para o outro, passando
tranqüilidade a seus
companheiros e acompanhantes, aquele que tem conhecimento que a sua
apresentação nessa cidade se sobrecarrega de um
responsabilidade
enorme e, reza para a sua apresentação ser mais que perfeita.
A ansiedade é grande.
Flavinho esta elegantemente vestido e recita...........
" A minha ternura passa, mas a solidão não passa
Agente chama a vida perenemente de boa
E caminha lado a lado com o preconceito....
De cor, de raça, de sexo, de religião
Neste momento em que peço que todos dêem as mãos
Eu digo viva a vida e, dela seja um guardião."
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Bem meus amigos e minhas amigas, eu tenho o prazer e a honra de anunciar, para todos
vocês a mais pura elegância em arte: Nheeeeeeeeeeeeeeeeeeeen.......Rodrigues.


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