terça-feira, 2 de novembro de 2010

TERCEIRO CAPITULO DO ROMANCE - água com bacuri -


TERCEIRO CAPITULO

ÁGUA COM BACURI



Neste momento deu-se uma comoção total.
A banda PEDAÇO DE PAU, regeu os primeiros acordes da musica JANELAS e o som da flauta tocou na alma dos presentes. E entre luzes azuis,vermelhas e muito neon, surge o artista negro  Nhen, estatura mediana, boina tricolor jamaicana na cabeça, nariz alongado e olhos brilhantes, tudo ao som de um swingue brilhante. O artista caminha em direção a banqueta, abraça o violão e solta a voz.


" Abrir o meu sorriso
Para expor as minhas telas
Os quadros que pintei
Como vara de codão....ó coisa bela....
Estradas dos sentidos
Por onde eu andei
Quando criança imaginei
Que se os sonhos fossem galerias
Eu poderia compor as emoções
E reluzir nas passarelas das emoções
E abrir uma vertente no seu coração
Quando a voz passar, como luzes, luas e velas
E o doce olhar da Samea, como fosse cantinelas
Quisera expor meus sonhos
Como traços a gosto dela
E terás cores e linhas, em todas as aquarelas.
As manhãs que vão chegar
Serão doces ou singelas
Teu sorriso vai entrar, pelas frestas das janelas
Eu vou expor teu rosto
Pelas ruas em enormes telas
E todos hão de ver
A minha cinderela............
.............................................


Palmas  ao final, assovios....

Obrigado e boa noite, Arari; disse o artista.
O artista tirou do pescoço um colar de rosas azuis que trazia pendurado e, disse virando-se para a PEDAÇO DE PAU:

  • Faça-me um LÁ menor.
    Ele caminha  até a ponta do palco, senta-se e  solta a voz:


  • " Se for pra confessar a plenitude da cidade
    Exposta a olho nu
    Terei de cortá-las com meus passos
    De Norte  a Sul
    E atravessar por sobre o Nema
    Uma vertente de águas turvas ou barrentas.
    Do lado de lá
    A trizidela e os manguezais
    Aningas pra fazer jangadas e flutuar.
    Ouvir os cantos das lavadeiras com suas tábuas de lavar
    Veleiros a deleitar-se no Mearim
    E nas curvas da  Rabela e no Barreiros
    As melancias enormes assim.
    Do lado de  cá
    Tem tambor de crioula pra dançar
    A mulata segura na beira da saia e, num pé só
    A noite inteira põe-se a rodar.
    Passos, Igrejas, terreiros de
    candomblé
    Tudo é belo, tudo é bonito,até morar aqui
    Plantar meu coração no Recanto Florido
    Ou sentar nas Bandeiras pra  morder caqui.
    Ai...ai...de mim...........
    Depois da pororoca, tem maré cheia.
    Degustar piaba assada na barragem a som de Nhen
    E ter fumo de corda pra mascar, ficar no maior zen
    Rezar nos festivais de Setembro
    Por que em junho tem boi bumbá.
    Só sei que não vai quem já partiu ou vai parir
    E não vai desfilar na minha escola de samba
    Por uma avenida chamada Arari."


  • ...............................
    Aplausos e, com uma voz afinadissíma, mais uma vez se dirigiu ao
    publico dizendo:
    - Eu também amo esta cidade e todos
    vocês juntos. Vou cantar mais uma e mandou;

    " Que as pessoas todas tenham paz
    Que as pessoas todas sejam amigas
    Que as pessoas
    todas alguma coisa façam
    Que as pessoas se amem perenemente.
    Que afaste do seu coração o ódio
    Que a alma não seja castigada com rancor
    Que tudo brilhe, acalme-se e, não o ócio
    E que tudo floresça até .....................o amor.
    Minha deusa
    alvoroçada e louca
    Realize os teus sonhos e teus desejos
    Emane em cada um de nós a esperança
    Para que reine sempre a tua bonança.
    Eu seguirei teu rumo diferente
    Pelas estradas desta vida.....como referencia
    Refletir no meu caminhar a minha vida e.....
    Saciar o meu desejo permanente."
    ......................................
    .........................................
    Obrigado, obrigado, acenou ele dizendo a multidão.
    - Bis! bis, volta, berra
    a platéia.
    Ali embaixo Edinho e Heloisa, estavam abraçados, dançando, divertindo-se.
    - Que show legal, Heloisa, disse ele
    admirado.
    - Muito bom, e
    você não queria ter vindo, respondeu ela.

  • É que quando você me convidou,ainda era o mês de junho, estava muito longe,respondeu ele.
    Ela virou-se para ele, beijou-lhe a boca, e disse- como o Flavinho estava elegante.
    - Sim eu vi, mas deixa ele pra lá e, vamos falar de nós dois.
    - Eu sei, respondeu ela.
    Ele abraçou a namorada fortemente contra o seu peito e disse:
    - Hoje eu quero comer
    você.
    - Não...não, é muito cedo, respondeu ela.
    E ele tornou:
    - Evidentemente que não, quero enfiar dentro de
    você toda a minha tesão, todo o meu prazer, tudo aquilo que tenho guardado desde o meu nasci. Quero jorrar todo o meu ardor,para poder te fazer feliz.Eternamente feliz.
    Ela ficou de frente para ele e, sentiu o
    pênis dele ereto, pulsando forte.
    - Eu vou-me entregar a
    você, mas preciso de tempo e de segurança.
    Ele a interrompeu imediatamente com um beijo na boca.
    - Eu sou a sua segurança, portanto não tenhais medo.
    - Eu não tenho medo, respondeu ela.
    - Então ? insistiu ele.
    - Não querido, ainda não é chegado o tempo, eu quero que
    você me leve de volta  para casa,estou querendo descansar, refletir, precisas entender que somos quase crianças, você tem apenas 16 anos e eu......quatorze.
    - Acho que
    você está com medo de eu não te assumir.
    - Jamais. Eu sei que
    você me ama,sei que me assumirás, sei que serei eternamente sua e você meu, mas temos que pensar mais ainda no nosso futuro.
    Ele olhou carinhosamente para ela.Que enfiando os dedos entre os cabelos dele, lambeu-lhe  a testa.
     Ele olhou demoradamente para o chão.
    - Não fiques triste, disse ela.
    - Não estou triste.
    Ela tomou ele pelo braço e, foram lentamente afastando-se da praça, misturando-se a multidão que se dispersava do show.
    Ele deixou ela na porta de casa, era madrugada e, o clarão do luar iluminava a nossa amada Arari.
    As pessoas no dia seguinte so falavam do show, do sucesso, da apresentação, da forma
    poética que como o artista enobreceu a cidade, o seu povo e a sua gente.
    A beleza da noite,o
    romantismo das pessoas, deixa nesta nossa gente, um sentimento ímpar de felicidade,de acolhida e de prazer.
    As pessoas estão constantemente amando-se,namorando-se e, abrindo a vida para uma prazerosa emoção.

  • - É que quando você me convidou,ainda era o mês de junho, estava muito longe,respondeu ele.
    Ela virou-se para ele, beijou-lhe a boca, e disse- como o Flavinho estava elegante.
    - Sim eu vi, mas deixa ele pra lá e, vamos falar de nós dois.
    - Eu sei, respondeu ela.
    Ele abraçou a namorada fortemente contra o seu peito e disse:
    - Hoje eu quero comer
    você.
    - Não...não, é muito cedo, respondeu ela.
    E ele tornou:
    - Evidentemente que não, quero enfiar dentro de
    você toda a minha tesão, todo o meu prazer, tudo aquilo que tenho guardado desde o meu nasci. Quero jorrar todo o meu ardor,para poder te fazer feliz.Eternamente feliz.
    Ela ficou de frente para ele e, sentiu o
    pênis dele ereto, pulsando forte.
    - Eu vou-me entregar a
    você, mas preciso de tempo e de segurança.
    Ele a interrompeu imediatamente com um beijo na boca.
    - Eu sou a sua segurança, portanto não tenhais medo.
    - Eu não tenho medo, respondeu ela.
    - Então ? insistiu ele.
    - Não querido, ainda não é chegado o tempo, eu quero que
    você me leve de volta  para casa,estou querendo descansar, refletir, precisas entender que somos quase crianças, você tem apenas 16 anos e eu......quatorze.
    - Acho que
    você está com medo de eu não te assumir.
    - Jamais. Eu sei que
    você me ama,sei que me assumirás, sei que serei eternamente sua e você meu, mas temos que pensar mais ainda no nosso futuro.
    Ele olhou carinhosamente para ela.Que enfiando os dedos entre os cabelos dele, lambeu-lhe  a testa.
     Ele olhou demoradamente para o chão.
    - Não fiques triste, disse ela.
    - Não estou triste.
    Ela tomou ele pelo braço e, foram lentamente afastando-se da praça, misturando-se a multidão que se dispersava do show.
    Ele deixou ela na porta de casa, era madrugada e, o clarão do luar iluminava a nossa amada Arari.
    As pessoas no dia seguinte so falavam do show, do sucesso, da apresentação, da forma
    poética que como o artista enobreceu a cidade, o seu povo e a sua gente.
    A beleza da noite,o
    romantismo das pessoas, deixa nesta nossa gente, um sentimento limpar de felicidade,de acolhida e de prazer.
    As pessoas estão constantemente amando-se,namorando-se e, abrindo a vida para uma prazerosa emoção.De um outro lado da Avenida, Flavinho reuniu alguns amigos em uma Lanchonete para beliscar alguma coisa, do que ainda restara da noite.
    Trouxera consigo o Marcio e sem querer arrastou Cassio, o seu velho amigo, colega e confidente de todas as horas vagas.
    Estava elegantemente vestido, como quem espera o sucesso na vida. Puxou uma cadeira, espichou as pernas e apoiando-se sobre uma delas perguntou:
    - O que
    vocês, acharam da festa, qual é a opinião de vocês ?
    - Excelente, responderam ambos, quase em coro.
    - E o show? quis saber.
    - Excelecente, repetiram.
    Ele virou-se, fez um sinal discreto para o
    garçom:
    - O que tem a esta hora, para agente lanchar?
    - Temos sanduba de pernil, com queijo, respondeu o
    garçom
    Ele pensou...pensou...pensou
    - Quero um ovo frio, mal passado com pão e, vocês ? Pediu indagando os colegas.
    - Nós queremos suco de bacuri com água gelada, respondeu Cassio.
    - E pra comer ? quis saber o garçon.
    - Queremos todos ovo frito, com pão, respondeu as gargalhadas.
    Ele anotou os pedidos e levou-os, a cozinha da lanchonete.
    - Ueba, a praça estava lotada, disse Marcio.
    - Verdade, afirmou Cassio.
    - Tinha mais gente de fora, do que na boiada.
    - Mas a maioria das pessoas eram daqui.
    - Tinha muito era velho, cortou Cassio.
    - Eu vi bastante conhecidos.
    De repente o
    garçom apareceu com os lanches e a rapaziada avançou sobre eles, devoramendo tudo muito rapidamente, naquela altura, depois do desgaste de uma festa, é até natural a a fome se abater sobre os jovens que perdem uma energia enorme com seus agitos juvenis.
    - Sabe, quem estava com tudo no show, Marcio ? indagou Cassio.
    - Não, respondeu ele.
    - O Edinho, respondeu.
    E Marcio continuou:
    - Teve um momento que eu pensei que ele fosse entrar dentro dela em plena praça, de tão agitada que estava a posição deles.
    - É assim que se faz cara, respondeu Marcio soltando uma sonora gargalhada.
    - Quantos anos aquela perninha tem ? quis saber Cassio.
    - Uns 13 a 14, mas isso pouco importa, quanto mais novinha, melhor o cheiro, é menos delatante e, do jeito que eles namoram não demorará muito tempo para juntarem os panos, e olhando para Flavinho indagou:-
    você que é vizinho dele, não entende assim?
    Flavinho respondeu pausadamente, colocando a mão na boca;
    - Eu não acho nada.
    Cassio levantou-se dizendo;
    - Estou com sono e já esta na hora
    da gente sair fora.
    macio atalhou:
    - Páre com isso que eu ainda vou ver se sobrou alguma gata sentada na praça, por que eu preciso chupar o beiço de
    alguém antes de dormir.
    - Marcio parece um tarado, disse Flavinho.

- Tarado nada  Flavinho, faz tempo que eu não chupo o beiço de uma "mina" e além do mais eu não sou de ferro, eu tenho sangue, ossos, alma e sentimentos. Também sonho com as minhas aventuras  e as minhas conquistas, eu quero uma mulher, mesmo que ela seja proibida para mim.
- Você falou-me dias atrás, que estava namorando uma garota lá no Santo
Antônio ? quis saber Flavinho.
- É, mas com aquela eu estava apenas ficando; respondeu.
- Por que não fica mais ?
Cássio atalhou:
- O pai dela deu uma panada nele com  a "catana" e ainda cortou o pneu da bicicleta dele.
- Isso você não me contou, não é Márcio ? indagou Flavinho a gargalhadas.
- E quem falou a você que coisa ruim agente tem que está comentando ?
Nesse momento todos deram uma sonora gargalhada.
- Eu também estou apaixonado, disse Flavinho.
- Por quem  ? quis saber Márcio.
- Não posso falar, respondeu ele.
- Como não pode ? indagou Márcio levantando-se  da cadeira e, continuou:- entre nós jamais houve segredo e, agora a senhor vem esconder o  nome dessa gata ?
Flavinho enfiou os dedos entre os cabelos, tirou a tiara que os prendia e sacudiu a cabeça de um lado para o outro, como se estivesse livrando-se de alguma coisa, deu um leve sorriso com o canto da boca, olhou demoradamente para Cássio e Márcio, que insistiram:
- Vai falar quem é a gatinha ?
- Reservo-me o direito de manter-me calado.
- Tem que falar sim, insistiu Márcio.
- Nem sob tortura, tornou ele.
- Então não confia mais em nós.
- Confio, mas primeiro vou conquistar a presa,ai depois eu contarei.
- Estamos ansiosos.
- Não existe nenhum motivo para nenhuma ansiedade,o mundo foi feito em sete dias, pode deixar que no dia do noivado, quando colocarei a aliança no dedo, enviarei um convite a cada um de vocês.
Cássio sorriu levemente.
Olhando para  Marcio, este tornou a sentar ao lado do amigo e fez
novamente sinal para o garçom.
- Traga-me um suco de manga.
Ele coçou a cabeça, abriu a boca,esfregou uma mão sobre a  outra e disse:
- Cássio, aonde está a sua irmã.
- Foi para casa depois do show.
Era madrugada, a lanchonete estava quase cheia e restavam poucas cadeiras vazias. O movimento aumentava a cada instante. As pessoas estavam animadas, o que é normal em Arari, onde geralmente as pessoas não dormem cedo e ,estão sempre a procura de uma batucada.
Flavinho se espreguiçou-se na cadeira e disse virando-se para Cássio:
- Creio que hoje uma luz pode brilhar para mim. Eu estou esperançoso.
Cássio franziu os lábios. Olhou muito em direção a porta de entrada, eles estavam sentados ao fundo da lanchonete, exprimiu um misto de preocupação e desejo.
Cássio é um garoto branco,de cabelos  preto-curto, tem os lábios delgado, tem fios de cabelo espalhados sob o lábio superior que está longe  de ser bigode, tem marcas de espinhas no rosto, tem os olhos negros e escreve com a mão esquerda, tem o nariz afilado, como a maioria dos garotos arariense de sua idade e  estuda em São Luis, capital do Estado. Tem uma afeição alegre, mas muita das vezes demonstra timidez, o que não quer dizer que não seja uma pessoa informada. Ele sabe muito bem quando as coisas estão acontecendo em sua volta, por isso as vezes matem um olhar de desconfiança.
Do outro lado da lanchonete em uma mesa sentou-se uma garota, ela pedira um suco natural de bacuri e degustava elegantemente. Ora por outra seus olhares encontraram-se e, os dois  depararam-se ao mesmo tempo. Há momentos em que  ambos se encaram, outra vez olham-se por baixo um para com o outro e,outras tantas vezes, apenas erguem as pestanas e sabem-se que existe uma linguagem  por sinais entre ambos.
Cássio, esta vestido em uma camisa manga longa branca, que esta fechada na parte de cima. A camisa tem pequenas listras
. Está tudo bem, tudo muito bonito,como sempre a madrugada traz consigo um friozinho maneiro que sopra do  Mearim, rumo a cidade, mesmo assim agente sabe que durante o dia a temperatura é altissíma. E somente muitos mergulhos no caudaloso Mearim para refrescar.
Edinho deixara Heloísa na porta da casa em que ela reside.
Na rua um silencio total, violado ora por outro apenas, pelos latidos dos muitos vira latas, que fazem da rua suas moradas.
Ele se despediu dela com um beijo, enquanto ela ficara na porta observando, ele subir rua acima, até sumir.
Depois disso ela entrou e foi direto para o quarto. Acendeu a lâmpada, abriu a janela  e ficou demoradamente olhando para o céu, como quem namorava as estrelas.
Pela sua cabecinha de adolescente passava muitos pensamentos. Demorou ali, mais de uma hora  em  pé.
A madrugada caminhava rumo ao romper da aurora e, o raiar de um novo dia.
Ela de pé à janela interrogava o seu interior:
O Edinho vem sentindo fortes atrações por mim. É verdade, ele quis transar comigo. Eu certamente não infingirei nesse erro, afinal somos jovenzinhos e aí mora o perigo, por que eu me pergunto meu Deus,qual o futuro que tem esse rapaz?
Edinho é muito jovem, sem emprego e, ainda sustentado pelos pais e, eu pobre e estudante, jamais poderei fazer uma coisa dessa e, para a minha família, certamente será  uma decepção total. Terei com ele uma conversa séria, podera até acontecer de magoa-lo,mas certamente ele entenderá. Por que e,  se depois da transa eu engravidar, quem assumirá ? E se eu engravidar e ele não me assumir ,como eu ficarei na cidade, tão.................................................. falada,comentada,desmoralizada, e depois....depois pode ser muito tarde. O Edinho é homem, ele cai aqui e, levanta ali, escorrega aqui e vai ali e, está tudo bem ou do mesmo jeito, comigo é tudo diferente, eu sou mulher, tenho que me preservar, o que tenho que fazer é, segurar-me e, mostrar a ele que eu sou mais firme"
Apesar de quatorze anos, Heloísa tem uma mente muito aguçada, extremamente atualizada e, desde pequena sabe o que quer na vida. Equilibradissima, afinal em sua família tem acontecido muitas coisas que marca o emocional  de muitos parentes e de seus primos, onde muitos mesmo vivendo no silencio, sabe-se que são garotas já prostituídas..
Depois de um longo tempo na janela,ela arrumou a cama e deitou-se.
Estava impaciente, não saberia como reagir diante de uma outra investida forte do namorado.
Deitada,adormeceu.
Estava cansada, afinal dançara bastante durante o show, sonhou com o namorado e as fantasias de toda adolescente, molhou-se toda e, delirou abraçada ao travesseiro.
Enquanto que............................
Edinho chegou em casa, sentou-se na escada e, ficou olhando para a lua
que passeava de um lado a outro por um céu azulado da minha doce e
amada  Arari. Como todo adolescente confundiu as rochosas montanhas
lunares, com São Jorge e, sorriu solitariamente de suas  peripécias.
Pensou em Heloísa, na cantada que deu nela e no convite que não fora aceito.
E pensava:
Essa mulher me deixa alucinado, tonto. Ela me deixa azucrinado e
doido. Ela faz o meu pênis inchar e na hora foge de tudo aquilo que
agente planeja. Será que ela duvida que o meu amor por ela é sem fim ?
Eu a quero tanto e  quero agora, sou capaz trazê-la aqui para casa e
assumi-la de vez... imaginava o garoto.
Na verdade agente não sabe se o que  Edinho pensa é verdadeiro, pode
ser apenas uma sensação incontrolável de um adolescente, que nunca teve um gozo junto a uma mulher.
De repente abriu-se a porta.
- O que você faz sentado aí, rapaz ?
- Cheguei agora e estou descansando um pouco.
- E por que não entrou logo ?
- Tô descansando, já respondi
- E a tua irmã, já veio ?
- Ela não foi ao show.
- Entra e vá para o seu quarto, já é tarde demais para está sentado na escadaria, ou você está esperando por alguém ?
- Não estou esperando por nenhuma pessoa.
- Vou deixar a porta somente encostada e não demore aí, você não sabe quem é o desmiolado que passa por aí a estas horas. Lembre-se que a chave está pendurada atrás da porta.
O diálogo era entre o seu Torres e Edinho o  filho, o velho sempre teve o hábito de controlar os passos dos filhos. isto é a preocupação de todo pai, pelos seus entes queridos.
Minutos depois.............................................
Edinho entrou na casa e, foi direto no quarto da irmã ,observar se ela estava mesmo ali e, estava, dormia tranquilamente, apesar de ser mais velha Ana Luiza tem um temperamento, menos agitado que o irmão. Ela é pacífica, não gosta de badalações, algazarras, festas, essas coisas que a adolescência não deixa passar em vão. Meiga, equilibrada, é uma jovem de voz doce, suave, conquista as pessoas pelo sorriso e degusta com o olhar. Traz na postura o segredo de conquistar as
amizades e, na sinceridade a certeza de fazer amigos para sempre. Não é uma jovem namoradeira, com  vinte e poucos anos teve apenas dois namorados, mas jamais levou alguém para apresentar ao seu Torres. Constantemente promete aos pais que só casa-se depois de formada e, está estabilizada na vida, não quer e jamais levará alguém para que os pais o sustente depois de casada. Com esses argumentos ela ganhou a confiança do casal.  Tem um carinho incomensurável pelo irmão e, por
isso entre ambos não existe segredo que resiste. Após encontrá-la em seus aposentos, Edinho retirou-se para o seu que fica ao lado contrario do dela, abriu a janela e viu um céu reluzente de estrelas, como não enxergava a muito tempo, depois voltou para a cama e sentou-se nela, tirou os calçados, depois a camisa e em seguida a calça, ficou apenas de cueca.

Sentado na cama, enfiou a mão entre a pele e a cueca e, ficou acariciando a região pubiana demoradamente. Pensou na namorada, a quem sempre desejou para que ambos perdessem a
virgindade juntos. Mas sem perder muito tempo adormeceu, estava cansado demais, além  de ser
alta madrugada. Apesar de uma agitação geral na lanchonete, Márcio  retirou-se a procura de
uma companhia, ele sabia que se ficasse ali não arrumaria nenhuma pessoa, pois ninguém ali estava desacompanhado.
Márcio é um jovem destemido, sem medos aparentes, não se deixa acovardar e costuma sempre dizer aos mais próximos:
- Eu sou assim, sem medo e sem rumo, um destemido nascido na terra de
Gonçalves Dias.
Cássio e Flávinho, saíram também da lanchonete e rumaram na direção da praça Samea Costa, foram conversar, até por que o amigo Cássio seguiria para São Luis e, certamente passaria um bom tempo sem encontrar-se.
Todos nós temos aquele amigo que nos ouve ou nos deixa ouvir,isso é salutar.
Os dois ficaram sentados na praça diante apenas do luar e de algumas poucas pessoas que insistem em não deixar Arari dormir, num sobe e desce de bicicletas.
- E aí amigão, o que acontece com você ? perguntou Cássio.
Flávinho olhou para o céu vagamente admirando a lua e respondeu:
- Comigo está tudo bem, nada acontece.
- Parece não está tudo bem e, você sabe que não está tudo bem. Conheço você a muito tempo e sei que as coisas não estão bem, sei quando está querendo as coisas.
Flávinho ficou de pé, colocou este sobre o banco, tirou e colocou a tiara
que prendia os cabelos rapidamente e disse:
- Não sei aonde você quer chegar.
- Não queira fingir as coisas para mim, até hoje nunca mentiste para mim, eu leio no teus olhos, um fracasso.
- Fra...cras..so, soletrou ele.
- Sim.
- Não é isso, é canssasso mesmo.
Cássio olhou firme para o amigo e tornou;
- Diga-me o que queres e certamente te ajudarei, antes de viajar a São Luis.
- Sei que podes ajudar-me e, sempre poderei contar contigo.
- Não duvidas de mim.
- Jamais, disse  Flávinho.
- Por que mentes ?
Cássio levantou-se, deu dois passos em direção ao amigo e agachou-se dizendo :
- Sabes que fomos praticamente criados juntos, sempre corri ao seu lado, todas as vezes em que a necessidade pediu e, sempre lhe disse que independente do que possa acontecer, seremos eternamente amigos.
- Amigos, repetiu Flávinho.
- Sim.
Flávinho disse:
- Quem vai querer ser meu amigo ? Todos os garotos da minha idade tem a sua namorada, vão a retiros, a piqueniques, para o diabo que o parta e, quem é que me convida ?
Quando convida é para se aproveitar de mim ou de minhas economias ou do meu talento.
- Eu sei o que és. Sei perfeitamente o que fazes, jamais te desprezarei, não quero nada seu. Exigo apenas a sua amizade, a sua lealdade, enfim, a capacidade que temos de lidar com pessoas civilizada. O resto, o que fazes com a sua vida particular, eu entendo que somente a você pertence e, a nenhuma pessoa deves explicações.
- Sei disso, eu trabalho e me sustento; respondeu.
Nesse momento Cássio, passou a mão na cabeça do amigo, e espalhou o cabelo dele inteiro.
- Não faça isso, pediu.
- Meu amigo, amanhã quando eu chegar em São Luis, sentirei saudades de você, Da sua amizade, do seu companheirismo, desse calor humano que você possui e, poucas pessoas percebe. Desa sua sabedoria que muitas pessoas sonha em ter, mas a preguiça não deixa. Saiba que todas as
pessoas aqui gosta de você.
- Todo mundo não, certamente que eu tenho os meus adversários e, eu sinto pesar daqueles que cambaleiam contra mim, mesmo que eu não os aflija ou nem sequer troque com eles uma palavra. As pessoas estão sempre de plantão esperando a atirar a primeira pedra. O que eles querem é achincalhar, avacalhar e desmoralizar as pessoas.
- Mas eu não sinto esse comportamento para com você aqui na cidade, ao contrário as pessoas  estão sempre elogiando você e, a sua conduta ilibada.
- Acorda amiguinho, quem é que vai tá pagando pau, para um homossexual ?
- Confesso que nunca vi ninguém comentar nada de você. As vezes agente coloca coisa na cabeça e, tudo não passa de uma grande fantasia.
- Será meu caro ?
- Tenho certeza do que falo.
- Está bem, mas você não vive aqui em Arari.
- Melhor ainda; respondeu Cássio.
Ainda falando, Cássio levantou-se, espreguiçou-se e disse;
- Já é tarde,  a madrugada já está indo embora, ainda tenho que viajar a capital.
- E quando você vem aqui, quis saber Flávinho.
- Vou demorar.
- Também passarei uns dias em São Luis, apresentarei-me no meu novo emprego, vou cuidar da vida e refrescar a cabeça.
Ambos apertaram-se as mãos.
Flávinho ainda deu um abraço carinhoso no amigo, quando quase que repentinamente passou em uma moto um amigo do Cássio, o apanhou, colocou na garupa da moto e sumiram.
Flávinho sozinho  escalou a Avenida Dr João da Silva Lima, na direção de sua residência.
Chegou em casa e tudo era um silêncio total. Todos dormiam. Entrou vagarosamente sem fazer barulho, acendeu uma vela, pegou o telefone e discou...23 09 2005..., deu sinal de chamada uma...duas...três vezes.
De repente do outro lado da linha alguém atendeu.



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