terça-feira, 5 de outubro de 2010

DÉCIMO QUINTO CAPITULO DO ROMANCE LUCIANNA



DÉCIMO QUINTO CAPITULO DE LUCIANNA.


Quinas deixando transmitir através do rosto a raiva que sentia;e com o olhar rústico sobre Luciano, forçando-o temê-lo.
Arrastando-o, em direção a um banco, falou áspero:
- Vou te mostrar patifão,como se trata vagabundo que fica a perturbar, uma menina de família.
E Luciano, respondeu:
- O que podes fazer comigo ? O melhor seria se amarrasse a fera que tens em casa, e me largar por favor, estás pensando o que ? Que eu sou o teu parceiro de botequim ? Ou sou parecido com alguma de suas prostitutas que conduz, aonde desejas ?
- Deixa de ser atrevido moleque desgraçado, respondeu-o nervoso.
Exibindo as suas condições físicas, livrou-se do velho e falou:
- Se ainda quiseres falar comigo, fale agora mexeriqueiro, não pense que estás a falar com um moleque da tua marca, agora me toca um dedinho para vedes o que acontecerá contigo, estás pensando o que, bisbilhoteiro ? Estás a e pensar que a tua riqueza te livrará de uma bala ? Ousadinho de uma figa, tem mais, seu cabra safado, eu estou querendo a tua filha, e quanto a ti, eu quero que morra. Vem me agarrando como se eu fosse qualquer um, deves agarrar assim a tua mulher ou a tua nega, entendeu ?
Quincas, aproximou-se mais de Luciano e, falou:
- Moleque, não fale assim, que sou capaz de tirar sangue da tua cara, e podes ir se queixar a quem bem entender e, mais até pelo amor de Deus, lhe peço que se afaste de minha filha e da minha frente.
- Quando tu chegou aqui, já me encontrou.
Nervoso, Luciano chorou de raiva, por não poder se vingar naquele momento do arrastão que o velho lhe dera .As pessoas que passava em volta observava tudo, deixando sobre as cenas que viam, enormes gargalhadas que geralmente somente ouvimos nos circos.
Vermelho como um pimentão, Quincas falou alto:
- Se algum dia mais, te encontrar em minha frente, enfio uma bala na tua cara,, podes saber que eu nada tenho a,perder,a  minha vida já está feita.
Com estilo debochado, Luciano respondeu:
- Quero é a tua filhinha e ser herdeiro da tua riqueza, usar aqueles colares, mais os dedos todos cheio de anel brilhante, valorizados em bilhões caretão.
Antes que ele fechasse a boca, Quincas jogou o braço contra o,rosto do garoto, mas não acertou, mas percebendo que o velho estava furioso e queria  acertá-lo, fugiu entre os curiosos.
E  ele comentou  furioso, virando-se para a multidão:
- Eu acabo com a vida desse moleque debochado, matar isso é o mesmo que matar um cachorro, essas prestes só servem para confundir a vida da gente.
Irritado, voltou para casa.
Após alguns segundos,voltou para casa e encontrando a esposa foi logo perguntando:
- Lucianna, já chegou ?
- Não, o que houve ?
Com a voz tremula respondeu:
- Ilvã, se alguma pessoa me conta, o que eu tive a oportunidade de ver, eu jamais acreditaria. /essa menina que nós criamos é uma sem vergonha, isso vai nos decepcionar, tu tinhas razão, quando disseste que deveríamos a entregar a uma delegacia, vai ser a minha vergonha, criei essa menina, com tanto gosto e agora ela apronta. Mentirosa, desmoralizada. ela está desmoralizada, se tu visse como ela estava pendurada na boca do moleque, juravas que era uma prostituta, mas só se ela não chegar hoje aqui, com ele eu não fiz nada, apenas o ameaçei, mas não vou fazer nada, ele é de menor e não quero ser incluso no Art. 129, do Código Penal, por agressão. Vou tirar uma vergonha de tamarinho, que vou machucá-la de verdade, jamais bati nela, mas hoje vou abri uma excessão, esquecerei todo o carinho que tenho por ela, afinal a Lei ficou foi para ser cumprida, e quem não obedece a Lei, tem o direito de ser castigado. E neste momento ela viola as normas e a Lei, entendeu ?
- Ilvã, respondeu:
- A mim, não me causa nenhuma surpresa, eu já esperava por isso,e prepara a cabeça para mais coisas, agora que começou, bem que avisei, meu velho, quando Deus não nos deu filho, é porque não merecíamos, queria que ficássemos sossegados. Agora, me responda, uma coisa, de quem o garoto é filho ?
- Sei lá, quem é o pai, daquela mau criatura.
- E para onde ela deve ter ido, agora?
- Eu, lá vou saber, deveria ter cortado ela toda na chibata, o tempo em que levei conversando com aquele moleque sem pai.
Procurando acalmá-lo, Ilvã falou:
- Quincas, não te desespera, te acalma, tranquiliza-te um pouco, faz de conta que não sabes absolutamente de nada, ai quando ele  a chegar, tu ages da maneira que melhor entender, eu não vou me meter em nada e, nem vou chegar perto. Faz de conta que eu não existo, pode surrar da tua parte e da minha.
- É isso mesmo que vou fazer.
E ela tornou:
- Mas, nós temos que descobrir quem é esse menino.
- Deve ser aquele que telefonou dizendo para ela pular a janela. .Deve ser o de sempre. E o pessoalzinho da marca dela.
- Quincas, a verdade é a seguinte, quando os de casa descobre alguma coisa, os da rua já estão velho de saber.
E quanto mais o velho falava, mais o tempo passava e a demora preocupava, por que eles queriam saber aonde ela tinha enfiado-se. Ilvã, nada dizia, limitando-se apenas a responder o que o marido perguntava. Minutos depois, tudo silenciou, apenas o som que vinha da televisão feria o silencio. Entre aquele casal, a angustia perturbava o presente, e o senso de bondade, que por muitos anos, circulou por ali.
Quincas estava sério, magoado, com a fisionomia toada pela coléra
- Quem bate ai ? Indagou ele.
Nenhuma pessoa respondeu, tudo voltou a silenciar, como se alguém estivesse fugido do local, mas depois voltaram a bater.
Levantando-se da poltrona ele abriu a porta e viu a filha sentada na calcada, e foi logo falando:
- Entre, quero conversar contigo.
Ela entrou e ficou ao lado de Ilvã.
- Afaste-se de perto de mim e vai lá para onde está o teu pai.
Olhando demoradamente para ela imaginou:
- Tão bonitinha a minha filha, a pele tão macia, querer eu machucá-la, serás uma crueldade muito grande que estarei cometendo, afinal de conta todo o ser humano tem o direito de errar, e dessa vez eu acho que dá para perdoar. Mas, será que valerá apenas eu torturar essa menina ? O que farei meu Deus ? Ela me enganou, eu sei disso, portanto merecerá um castigo para não enganar não mais nem eu e nem tão pouco a mãe dela. É verdade, ela não vai mais apanhar por que estava naquele namoro escandaloso com aquele linguarudo, mas sim, por que mentiu que iria para a casa da colega, temos que falar a verdade embora que essa verdade nos cause prejuízo, por que é mais fácil perdoar uma pessoa quer fala a verdade, do que o descaradamento, a falta de vergonha de um mentiroso ou uma mentirosa. não vou voltar atrás da minha decisão.
Depois do repudio da Ilvã a menina entrou para o quarto, pegou o sabonete, a toalha de banho os condicionadores de cabelo, passou para o banheiro, enquanto o velho apenas lhe olhava com o rabo de olho, fingindo não está prestando atenção em nada.
Depois de ter adentrado ao banheiro, falou às paredes:
- Graças a Deus que nada aconteceu com a minha sorte. Sabe de uma coisa, isso é assim mesmo, amanhã eu invento outra e fica assim, elas por elas. A vida será sempre assim, não adianta esquentar a cabeça. Eu sabia que esse velho não é a fera que eu tanto imaginei que fosse, na verdade ele deve compreender, que eu como mulher vou precisar de um homem, de umas pessoa para amar.
Enquanto ela iludia-se com o silencio do banheiro, Quincas fechou a porta do quarto, trancou a que dá para a rua Padre José da Cunha D' Eça, e falou:
- Vou surrar a Lucianna, por que ela me desobedeceu, e retirou-se para a cozinha, de onde voltou muito rapidamente com uma chibata em punho.
Cabisbaixa, Ilvã pareceu nada ter visto, deixando o esposo agir da maneira que entendesse.
Momentos depois ela aproximou-se da esposa e repetiu:
- Irei machucar essa moleca para ela me respeitar, será um modo de desabafar esta raiva que eu estou sentindo e, te prepara a qualquer momento pode me atacar um colapso.
Sem que mais dissesse uma palavra, sentou-se ao lado do televisor, e ficou obsevando que ela saiu do banheiro social, exibindo toda a beleza e estética, mas ao ver o pai exibindo o chicote, interrogou a si mesmo:
- Será que não vou me livrar dessa tortura ?
Ela ainda penteava os cabelos, quando ouviu a voz áspera do pai:
- Faça o favor de vim até aqui.
- Vou retirar-me daqui para não assistir a essa cena triste e, retirando-se para a cozinha, refugiou-se para não ver a peça que iria ser exibida no palco da crueldade, uma festa de cruéis e insensivéis, disse Ilvã.
Gaguejando ela respondeu:
- Aaaah, pai, não vai dizer que vai me bater.
- Cale-se já, senão sou capaz de te arrebentar toda, a minha ira é tamanha que sou capaz de fazer tu sumir do mundo, e não quero mais conversa, tu vai apenas me responder aquilo que eu te perguntar.
Ela ajoelhou e deixou as lágrimas cairem, enquanto ele indagava:
- Aonde, tu estavas ?
- O senhor me viu namorando, por que esta cena toda para me torturar ? respondeu ela.
- Mas, tu me pediu para namorar ?
- Não, e por acaso tu deixaria ?
Indignado, ninguém ouviu mais nada, parara, os ruidos, enquanto quincas irónico perguntava:
- Desde quando começaste a namorar aquele menino ?
- Não sei, não tenho lembranças, respondeu ela.
- Menina, tu achas que eu tenho necessidade de andar mentindo, por acaso eu não te vi, somente faltando colocar a roupa na cabeça dele, é mentira ?
Ela abaixou a cabeça e respondeu :
- Até aonde tu queres chegar ?
Euforico ele gritou:
- Cale-se, mentirosa.
Caluda, aflita com tanta zoada, ela colocou a mão sobre o rosto, enquanto ele dizia:
- Deixa esse rosto nu bandida, senão sou capaz de cortar-te o pescoço, eu tenho quase 40 anos de casado e, é a primeira vez que fico nervoso, a Ilvã tinha razão, quando dizia que deveríamos ter-te deixado aonde te encontramos.
- O que  ? Indagou ela furiosa.
- Não tenho resposta para as tuas interrogações, vou dizer que o que vou fazer contigo, tu és sabedora que um espinho quando vem pondo a pontinha de fora, por menor que ele seja, devemos quebra-lo, na realidade eu perdi toda a confiança que eu depositei em ti, tu agiste como se fosse  uma gentinha. Menina, duas coisas não se compra, educação e moral, vergonha agente adquire com a experiência de vida  que nos reserva, estou é tu se desmoralizando com aquele menino que não passa de um patifão. estou é tu deixar ele tocar nessa tua pele tão suave e sentir o teu aroma perfumado, e quando me lembro disso me dá uma vontade de...
ele ainda falava quando ela ajoelhada ergueu o rosto banhado em lágrimas e pediu;
- Pai, não me bate eu prometo não mentir mais.
revoltado ele soltou um ponta pé contra o busto da menina,que não resistindo a grosseria, caiu, enquanto ele bradava eufórico:
- Levante e continue de joelhos.
Com as mãos sobre os bustos, quase não conseguia levantar-se e, tomando pelo braço, puxou-lhe de vez e disse-lhe novamente:
- Tu, vas ficar de joelhos por que a nossa conversa ainda não terminou, entendeu ?
Com os olhos afogados em lágrimas e um estado psicológico aterrorizante, nem assim mesmo percendo a depressão da filha ele desistia.
E andando em volta dela, ele falou;
-Tu ainda não te livrou de outros castigos, ainda vai tomar mais quatro chibatadas, para que não menta mais para o pai, vai tomar mais banho e depois dormir.
Emocionalmente ela exclamou:
- Pai, não me bate mais pelo amor de Deus,parece que já estou toda arrebentada por dentro, por que me torturar tanto assim ?
Mas não houve pedido que fizesse ele voltar atrás, tomando-a, pelo braço deixou no corpo dela as marcas das quatro chibatadas, uma verdadeira tortura.
Após espancar a filha e perceber que o local estava totalmente molhado, pelo fato dela ter-se urinado, ele ordenou:
- Se tu não calar, te farei beber essa água.
Depois de alguns minutos ele fez ela sentar-se e, agora mais calmo ele disse:
- deixe de choro que tu não apanhou. isso é para quando tu quiseres fazer alguma coisa, me pedi, por que tu tens que ser responsável pelos teus atos, pensa  no que vou lhe dizer, satisfaz os meus gostos e não sofrerá tortura.
Enquanto ele falava, ela imaginava:
- Violento, marxista, está querendo provar a si mesmo, que é homem através da brutalidade, isso não pode nunca acontecer com um homem que se diz social e, constantemente está a condenar a arbitrariedade que os governos cometem.  como pode um sujo falar de um mau lavado. o meu pai está sendo injusto comigo.
percebendo que a menina não lhe respondia nada, correu pelos quatros cantos da sala e comentou, para que ela ouvisse:
- jamais pensei que esta minha filha, fosse me fazer uma vergonha tão grande como ela me fez, lá na praça, mas eu gosto dela, pai somente bate nos filhos quando realmente ele os ama, pai espanca filhos para livrá-lo do mal,embora eu saiba que espancamento não eduque nenhuma pessoa. eu, minha filha não gostaria de nunca mais te encontrar agarrada com aquele cafajeste que estavas a pouco,um sujeito que u tenho certeza que não tem nem aonde cair morto. Por que se algum dia eu, rever aquela cena que vi hoje na pracinha, ou eu extermino com a tua vida, ou tu acabas com a minha, a tua mãe tanto que gosta de ti, compra da mais cara vestimenta ao mais importante livro do Gonçalves Dias, para te presentear a fazes uma coisa dessas, por favor não faz isso com agente. Minha filha, quando lhe vi beijando aquele menino eu não aguentei e pensei comigo, é o fim da picada, mas podes crer não estou nem um pouco arrependido do que fiz contigo, e tem mais, já estou de paciência esgotada de está falando e tu, não me responder nada.
Com a fisionomia de um homem revoltado, ele olhava para ela e nada ela respondia, então ele tornou:
- Não vai me responder nada ? A tempo estou em um monologo ?
Chocada ela nada respondeu, estática limitou-se a chorar, como quem pedia através das lágrimas e do silencio  uma solução para a sua tortura.
Uma tortura que não pode-se mais aceitar em pleno século 20, aonde todas as gerações estão recitando modernidade e, outras coisas mais. Todoavia nem se pode comentar se aquilo foi um gesto de fragilidade mental, ou um comportamento que ele carregava, por que pensava em ser milionário.
Depois de um longo tempo, Ilvã saiu das cozinha e Lucianna, a indagou:
- Pai, posso ir para o meu quarto ?
- Primeiro limpe, esse seu mijado, ordenou ele com a voz brusca.
- Deixe que eu limpo, pediu Ilvã
Com a voz autoritária ele respondeu á esposa:
- Tu não senhora, eu mandei ela.
Após a limpeza dos tacos, tornou a indagar
- E agora, posso me retirar da sua frente ?
- Pode, respondeu ele sério.
Rapidamente ela refugiou-se no quarto e caminhou em direção à estante e, falou baixinho:
- Quanto mais tu me bater, mais eu me apaixono pelo Luciano, e podes ter certeza que ele será o herdeiro de tudo o que tu possues.
De pé, em frente á estante ela chorou amargamente e, tomando uma fotografia do menino, que a possuia enrrustida, falou contemplando-a.
- Meu amado, tens de saber da tortura que sofri, por que o meu pai não aceita eu amar, o homem o qual eu escolhi, a mim não importa se és pobre ou rico, feio ou bonito, o importante é que eu te  amo,peço a Deus que nos dê força para lutarmos contra este preconceito economico bobo, que acarreta a cabeça do meu pai, vai ter que saber que ele te detesta, o por que eu não sei,mas terás que saber , que se tiver coragem de fugir comigo eu fujo,deves saber que a vida só é ruim para quem tem medo de viver, jamais deveremos ter medo de encarar a vidas como ela é, por que deves saber que a vida não é somente um circulo de alegrias e felicidades, a nostalgia também faz parte desta argumentação que Deus, nos ensinou a chamar de vida. Fala retrato, me revela qual é o sentimento que está a circular agora na cabeça do Luciano,por que eu sofro tanto por causa dele ?  quando que iremos nos libertar apara termos uma vida, de liberdade, como todos possuem ?
Olhando demoradamente para o retrato do menino que apertavas-o, contra o peito pensou consigo:
- Quando se ama, não teme-se as torturas e, atirou-se na cama, para dormir.








Nenhum comentário:

Postar um comentário