terça-feira, 5 de outubro de 2010

DÉCIMO TERCEIRO CAPITULO DO ROMANCE LUCIANNA


DÉCIMO TERCEIRO CAPITULO DE  LUCIANNA


Ambos choravam abraçados, quando Luciano entrou correndo casa  a dentro e, vendo-os naquele estado, parou e perguntou, assustado;
- O que está acontecendo ?
- Nada, responderam os dois simultaneamente.
- Ué, Nhá Minda, se nada aconteceu, por que está derramando lágrimas atoa ? Por que não deixas para chorar de alegria quando eu casar com a filha do aurífice ? Parece que a covardia está atacando o ser humano, que ele já chora até de lazer, é isso ?
- Casar, meu filho ? Indagou o pai.
- É o fim da picada, resmungou  dona Herminda.
- Que picada, Nhá Minda ?
- Nada menino, disse ela.
Assustado ele falou;
- Caraca, quem tem mesmo que sair desta casa sou eu, a vida do homem brasileiro já é uma desgraça, mesmo ele estando feliz, alegre, sorridente, tem sempre que indagar-se, mas um dia ainda vou perguntar a vocês, o por que de estarem chorando tanto. e se eu descobrir alguma coisa, que eu não goste, certamente colocarei a boca no trombone.
- É bobagem nossa, respondeu Herminda.
- Nhá Minda, a mentira tem as pernas bem curtinhas, por mais longe que ela imagina caminhar, sempre alguém a descobrirá, parece que sinto que estás tramando contra mim, não vive a dizer que eu sou o teu filho ?
- Sabe, Luci...
- É o seguinte, atalhou Leonardo e, de braços cruzados ordenou;
- Fala um de cada vez, pediu Luciano, colocando ordem naquele falatório.
Fazendo sentar-se ele disse ao filho:
- Meu querido, eu sou mais que um pai para te, sou seu amigo. Sabes bem, que todos os teus gostos eu tenho feito, agora chega o momento de fazeres os meus, estava eu aqui com a dona Herminda que passou a fazer  parte da nossa família, procurando um jeito de falar contigo sem que te ofendesse. Tu viste agente chorando, choramos por que não queremos te ofender filhinho, todavia pensamos que fará os nossos desejos, afinal és um menino sem mãe, e todo menino sem mãe, é especial e não merece jamais ser ofendido.
Sentado como quem estivesse perdido o bonde da história, Luciano ficou a olhar para a fisionomia do pai, sem saber o que responder, enquanto o velho tentava convencer o filho sem revelar qual era o segredo do choro.
- Meu amado, por que não desfaz esse namoro sem futuro, com a filha do Quincas ?
- Caraca, pai. Colocou todo esse elogio sobre a minha pessoa, para poder formular esse pedido ? Vou ser honesto, como sempre fui, aos dois, eu estou verdadeiramente apaixonado por aquela menina, estou gostando demais da filha do homem das jóias,tenho certeza que porei no pescoço o mais belo colar do mundo e no dedo o meu anel de ouro branco com duas pedras, EU  e ELA, vou causar inveja a todos aqueles que um dia quiseram namorar com ela e não conseguiram e calar a boca dos bocas abertas, fui claro ?
- Ele está virado da cabeça, disse Herminda, ainda em lágrimas.
- Ninguém esta virando a minha cabeça, agora que comecei a gostar de uma pessoa estão me proibindo, por que estão fazendo isso comigo ?  Será que existe algum mistério, em que não posso saber e nem querem me contar ?
- Calma, Luciano, não queremos te contrariara.
- Sim eu sei, estão apenas me tolhido o direito de escolher com quem eu possa namorar, eu confesso a vocês que eu amo ela, certamente se eu estivesse em outra família, estariam todos aplaudindo-me, afinal eu tive a sorte de namorar uma menina rica.
- Riqueza, não trás felicidade, disse dona Herminda.
- Sei, o que trás felicidade é a pobreza, a miséria, a burrice, o analfabetismo, as dívidas, as conversa fiada, a bisbilhotice, isso é que trás felicidade Nhá Minda ? Se miséria trouxesse felicidade o Brasil não estaria quase empenhados com os americanos, respondeu Luciano, meio tristonho e meio que exaltando-se.
- Menino, veja como tu falas, disse dona Herminda.
E Luciano argumentou:
- Mas estão querendo me proibir de tudo mesmo ? Se arrumo uma namorada é vagabunda, rica, preguiçosa, feia, etc, se falo qualquer coisa do regime militar, me repreendem, por que isso ? Será que ninguém sabe que o País passa por uma condição financeira dificil ? Por que querem me proibir de falar isso ? Ninguém consegue se esconder só Sol com a peneira.
- Pare menino, isso é subversão.
E ele respondeu:
- Subversão Nhá Minda é violar os direitos humanos, subversão é usar o dinheiro publico em gozo pessoal, subversão é o poder, está de barriga cheira, enquanto 70% dos menores estão marginalizados, e a bronca maior  é que a mesma peste que perturba  esses menores, teem ainda a coragem de ironizá-los, argumentando que são eles o futuro do amanhã. Fico a imaginar como será o amanhã, destas pessoas pobres e miseráveis ?
E Leonardo, olhando demoradamente para o filho tornou:
- Estás aprendendo isso, é com aquele velho desgraçado, não é ?
- Eu compreendo por que do jeito que eu não tenho mãe, poderia está entre aqueles abandonados e, somente agora eu começo a aperceber o por que de tanta gente marginalizada, tamanha loucura. Não é justo que esse poder militarista, continue a dizer que estamos a viver quase em uma democracia. E vou lhe avisar pai, não coloque o meu sogro nessas complicações suas.
- Complicações minhas ? Repetiu ele perguntando.
- é isso mesmo, estás querendo complicar tudo, estás incentivado pelas ideias xaropadas de Nhá Minda, a ela eu desculpo por ser muito velha e nem saber mais o que fala. E tu ?
- O que ? Atalhou dona  Herminda atalhando o assunto dos dois.
- Nada não, respondeu ele.
E ela continuou:
- Luciano, meu amado, não penses tu, que eu sofra de alguma amnésia, mesmo com esta idade eu sei perfeitamente o que faço.
- Sabe nada, respondeu ele desdenhando da velha.
- Menino !? Resmungou ela de olhos arregalados.
Leonardo, ouvia tudo tranquilamente e espantou-se quando o filho falou:
- Sorria, Leozão, estás triste, por que ?
- Como poderei sorrir meu filho, se desde cedo começa  a me decepcionar com esse namorico, tão caótico e tão radical.
- Caoticos, são os pensamentos reacionários que cercam a sua mente fria, principalmente a sua que é um homem idosos e vivido.
- Estás muito agressivo para comigo..
- Não estou agressivo não, respondeu ele sorridente e logo em seguida continuou:
- O que mais queria que lhe respondesse se foi essa a pergunta que me fizeste. ?
Dona Herminda, somente olhava séria para o menino que ela criou, e percebia que o seu comportamento estava mudado. Ele começava a mudar o seu comportamento familiar, deixando boquiaberto todos os que lhe conhecia.
Depois de um bom tempo exigiu que dona Herminda lhe servisse o almoço por que precisava ir ao Colégio. Depois de almoçar, saiu rapidamente, como quem teria um outro compromissos além dos estudos.
E caminhando vagamente pelas calçadas interrogava o próprio íntimo:
- Meu Deus do céu, que mistério existirá entre  eu e a Lucianna,que nem o meu pai e nem Nha Minda aprova esta namoro ? Qual segredo nos cerca ? O que será que aconteceu, se é que aconteceu alguma coisa, entre as nossas famílias, antes de termos nascidos ? Ou é um mal delirante ou é  apenas um preconceito bobo entre todos nós. Mas tudo isso passará, afinal, quando agente ama, tudo isso passa, o amor vence  barreiras e preconceitos, não há combate exterior que mate o amor. Por isso que sempre amarei aquela mulher, para que a nossa corrente amorosa, seja mais forte.
Chegando à porta da escola ele não encontrou a menina e sentou-se em cima dos livros.
Ficou ali a imaginar.
- Caraca, marcamos o nosso segundo encontro e ela deu furo, logo agora, o que não pensarei quando ela estiver com mais tempo de namoro comigo, ela não poderia atrasar, afinal de contas eu não faltei, estou aqui tranquilo, será que ela está temendo que os nossos colegas saibam, afinal se for por isso, o que teem eles haver ? Quantas vezes ela me perturbou silenciosamente na aula ?
Ele ainda delirava em pensamentos quando ela apareceu surpreendentemente, deixando-o, estático.
Após os beijinhos de rotina ele falou:
- Como demoraste, imaginei que não viria mais.
- Como poderia faltar meu amado, se teria de vim ao Colégio ? Ainda que estivesse-me sentindo mal, viria somente por tua causa, somente para ver esse teu rosto gracioso, afável, carinhoso. Saiba Luciano, que eu te amo.
Olhando firmemente nos olhos dela, ele respondeu:
- Também de amo demais, estou apaixonado por te, fiquei neste momento sozinho sem ti  e a minha cabeça já pensou mil coisas, na verdade começo a pensar que somos mais do que os mestres pensam que somos. Somos dois jovens, que mesclando as nossas qualidades, surge apenas um.
Ela respondeu sorridente:
- Está filosofando.
- Tudo o que  é verdade, passa a ser filosofia, disse ele.
E assim eles agarraram-se ali mesmo e beijaram-se densamente, quando repentinamente aparece Alexandre, que enxergando-os, assustou-os dizendo:
- Ué, parece que estão transformando a porta do Colégio em um cabaré, que falta der respeito!
E virando-se para ela disse:
- Estou é tu cara, uma menina rica, está nesse escândalo.
Virando-se para ele, ela respondeu:
- Deverias criar um pouco mais de vergonha e, deixar a minha vida em paz, do contrário vou me queixar ao papai, afinal eu me beijo com quem eu quiser, eu não estou dentro do Colégio, ou nem me importa saber aonde estou, eu não tenho que dá satisfação à terceiros, entendeu ? E sai de minha frente, do contrário irei ao orelhão e discarei 190 e, direi que estás violando a minha liberdade de vida.
- Que homenzinho ! murmurou Alexandre  fitando Luciano.
- Homenzinho de moral, respondeu ele.
- Tu és um safado, respondeu Alexandre fechando a mão como quem ameaçava o garoto e, através do seu silencio continuou: - Estou quase tirando sangue do teu nariz, só por causa de tua ousadia, é o seguinte chegado se ainda te ver perto dessa guri, te quebrarei todos os ossos da cara, te deixarei igual a uma xícara, aos pedaços, disse com o dedo em riste.
Luciano respondeu:
- Estas a dizer, então vou esperar, agora eu te peço, quando me bateres me deixe morto e, talvez quem sabe, seja agora, por que se fores homem de verdade e, se ao menos prezar essas calças que vestes, diga ao menos que eu sou  feio.
- Te acalma, senão te baterei, respondeu Alexandre.
- Bater coisa nenhuma seu pilantra, a menina nem te quer e vives a perseguir agente, enxerga-te por favor, reencontra o teu lugar, seu aventureiro de uma figa, bisbilhoteiro.
furioso, ele partiu para cima de Luciano com quem ia agredi-lo e Lucianna interveio dizendo:
- Se bateres nele, darei queixa na delegacia de policia.
- Estás ao lado dele, vagabundinha, safada...
- Na tua boca, quero ser tudo, menos a tua namorada.
Alexandre ficou enfurecido mais ainda, quando a viu pegar Luciano pelo braço e entrar no Colégio.
Ele ficou a resmungar:
- Ainda terei em meus braços sua víbora, todos nós sabemos que o orgulho da mulher acaba quando ela abre as pernas, ai então elas virão sapatos para todos os gostos e, será nesse momento que jogarei tudo na cara dela.Mulher tem que ser é simples perua, por que é a simplicidade a chave da civilização, moderna.
Já aproximava a hora de começar as aulas e ele entrou.
De longe, ele avistou Germano, que ao se aproximar, foi logo dizendo:
- Tu, heim?
- O que foi ?
- A menina.
- Tudo zero.
- É mesmo ?
- Claro.
- Ela disse, não.
- Disse, respondeu ele sério.
E Germano tornou:
- O que falaste para ela ?
- Aquilo que combinamos.
- Tem certeza ?
- Sim, qual a necessidade que tenho de andar mentindo, um homem novo e elegante como eu ?
- Responda, uma coisa, Alexandre.
- Caso eu saiba.
- Tu sabes.
- Então falas que não poderei perder tempo, de hoje em diante, todos os dias vou dá diretamente, em cima daquela moleca.
- Ela está, com Luciano ?
Ele passou a mão na cabeça e respondeu:
- Eles andam sempre juntos, mas descobrir que não são namorados, somente amiguinhos, digo isso, por que eu mesmo desconfio da masculinidade daquele cachorro, sem vergonha.
- O que é isso Alexandre, o Luciano é machão e, esse papo de amiguinhos, quem te falou mentiu, eles são namorados de verdade, ainda pouco, bem antes de eu entrar os encontrei beijando-se na praça, que amigos são esses que beijam-se constantemente, e ainda por cima, na boca ?
- Estás por fora, Germano, não sabes de nada...
- Eu quero mesmo é...
Germano nem acabara a frase, Alexandre o interrompeu;
- Lá estão outra vez, os lábios deles se unem apenas para me matar de ciumes, mas isso não vai ficar assim, eu vou tramar um meio de separar esses dois, essa menina tem que ser minha, se ela morresse agora, jamais deixaria interra-la, antes de exclamar para o mundo inteiro que eu a amo, dizia assim: " te amei tanto que  me abandonaste" agora se vá ó desgraçada, por que não se comove com os meus brados !
- Claro que é comovente, mas falaste em drama.
- Sim, uma traição para separa ela dele.
- Quer ajuda, do amigo ?
Ao perceber que o amigo, oferecia ajuda, quase ele desmaiou de prazer e, foi logo dizendo;
- A muito quero ajuda.
- Preste atenção, que vou lhe dá um dica,vamos lá, tomas a lista de telefone, pega o numero da casa do pai dela, e liga, e se alguém atender, falas que és o namorado da Lucianna, diz que está pedindo permissão par a namorar com ela de porta, por que já cansaste de esfregá-la pelas ruas e becos. Quando alguém perguntar quem é, dizes que é o Luciano, que mora na rua Joaquim Ibraim Ferreira, ainda assim, se continuares com interrogações, desliga o aparelho na cara, de quem atender e, deixa a porca torcer o rabo.
- Sabes que é uma boa ideia, Germano ?
- Sim.
- Vou ligar, já.
- Tu, que sabe.
E Germano tornou:
- Coloque um pano na boca do telefone, por que possa ser que alguma pessoa, um dia possa reconhecer a tua voz e, depois lhe reconhecer de verdade.
- Boa ideia, cara.
Olhando na direção em que ela estava, ela falou:
- Teu orgulho, logo cairá, por terra.
E Germano, que a tudo ouvia, desmanchou-se em gargalhadas.
Enquanto eles tramavam contra o casal de namorados, Luciano dizia baixinho ao ouvido de Lucianna:
- Minha amada, agora eu terei chance de namorar com mais afinco a natureza, os cantos apaixonados, ler com mais atenção as poesias, e perceber que a emoção de um amor é demais, tu me fazes dormir cantando. Por tu és eternamente o meu amor, a minha amiga, és o vento que sopras sobre a minha pele como fosse um monte esmeraldino, deixando sempre uma esperança para a valorização.
- Mas, como és romântico, disse ela.
- Não sou eu que falo e, sim os meus sentimentos de um homem eternamente apaixonado pela mulher que ele ama. Culpado disso é este céu Maranhense que inspira-me, por que Deus tinha guardado para revestir a mais fértil terra do solo mundial, e revestiu esta terra que deram o nome de Maranhão. Este chão planície, que namora os meus pés. E saiba que és o sonhos de todos os sonhos, nem o brilho das telenovelas são mais perfeitos que os dos teus olhos, nem o mais belo lírio do campo, tem o aroma tão suave quanto teu. Sabes que me seduz e faz eu falar coisas que jamais imaginei que seria capaz de dizer. Só espero que jamais haja briga entre nós dois, pois direi tudo outra vez, só que dessa vez, transformado em lágrimas, para eu o sofrimento seja menor ou maior, quem sabe. jamais te criticarei, mas me irritarei, por que um de nós dois estará errado, se brigarmos..
- És tudo para mim, e jamais poderei pensar em  deixar-te,por que realmente és o homem que amo. Mas se um dia eu te deixar, não chorarei, não por que as lágrimas  não resolva nada meu filho, mas por que não quero ensopar a tua alma.
E beijou-lhe o rosto.
- Então, o que fazes ? Perguntou ele.
Ela respondeu:
- Chego a te e falo que não dá mais,não suporto mais esse teu riso zombante, querendo me torturar, e que jamais fui culpada de alguma coisa, por que agente não pode de maneira alguma condenar a si própria.
- É nesse instante que chorarei por sentir-me solitário, embora alguém esteja ao meu lado, ainda que encontre mil pessoas rodeando-me dizendo que são seus amigos. A solidão me magoará, mas um dia eu darei a volta por cima. Porém acho muito bem, minha amada, a minha ultima gota de sangue, que é bobeira ficarmos planejando o final do nosso romance se ele vai cessar jamais, quero mesmo são esses olhos castanhos, que nem mesmo sem ósculos falirão. Quero é te afagar para matar o meu desejo, uma ânsia que a muito me persegue e jamais tive coragem de revelar a te Lucianna, ai de mim, se não fosse a Milena, eu jamais teria coragem.
- O que seria ? Indagou ela.
- O amor silencioso continuaria a reinar na minha alma.
- Culpado foi o teu sorriso que me deixou apaixonada, por isso que enfrentarei qualquer barra para não despedaçá-lo, por isso quero preservá-lo, assim como as aves de rapina preserva as suas garras para atacar o corvo. Quero mesmo é esta sempre envolvida contigo, sem feri o meu corpo jovem com as decepções, que tem muito atacado casais de namorados adolescentes.
- Tu, sabes disso ?
- Sim, as frustrações de muitos casamentos hoje em dia é derivado disso, da falta de entendimento dos namorados e, isso não irá acontecer entre agente.
E ambos sentaram-se e, calmamente ele atirou-a ao solo e passando sobre o corpo dela, beijava densamente, com todos os demais estudantes, olhando para eles.








      

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