terça-feira, 5 de outubro de 2010

DECIMO SETIMO CAPITULO DE LUCIANNA



DECIMO SÉTIMO CAPITULO DE LUCIANNA



Enquanto ela alisava os cabelos a campainha tocou:
- Meu Pai do céu perdi  aulas hoje, o que será da minha vida agora, sei que está sendo o fim e parece que estou a ver novamente o Quincas espancar-me, como se eu fosse um  animal irracional. E agora ? Para onde irei, a Milena parece não está em casa, Fernando deve ter ido para o sítio com o pai dele ontem. O Luciano não apareceu, se o encontrasse iria visitar os pais dele, se é que ele tem.
Preocupado em ter perdido o horário de entrar na escola ela não retirava-se do lugar, preocupada se voltasse para casa e, comentasse o que teria acontecido. Folheava livros, cadernos, quando calmamente foi-se aproximando aquele moço moreno, esquelético, de olhos muito negros, baixo, de cabelos muito lisos, ao vê-lo ela levantou-se assustada.
- Oi Fernando.
- Como é que a Lucianna, perdeu o tempo de entrar na escola ?
- É que fiquei esperando por aquele irresponsável do Luciano e ele não apareceu.
- Encontrei, ele ali, respondeu o moço, apontando em uma direção
- Aonde ?
- Na porta da Milena.
- Nossa, ele deu furo hoje. E a Milena ?
- Esqueça Lucianna, ela me deu um fora, ouví dizer que ela estava namorando um  tal de Alexandre, mas não sei se é verdade.
- Quem falou isso, a você ?
- Ora quem ? O Jorge.
- Imaginei que o romance de vocês fossem eterno, jamais acreditei que acabaria logo,logo. Com aquele tipo romantico, jamais pensei aquele fosse me enganar, que amiga. mas, fale a verdade, tu ainda é apaixonado por ela.
- Que é isso, respondeu  ele sorridente.
- Fale a verdade, somos amigos,por que menti para mim, que acompanho o romance de vocês desde quando iniciou-se naquela maldita noite de tão inesperadas incertezas.
- Sim. Eu sou, ainda sou apaixonado por ela, não esqueço os cabelos compridos dela que eu afagava, nem aquelas mãos macias que escorregava pelo meu rosto, como se estivesse alizando todos os meus desejos.
- E se conversar com ela outra vez,tenho certeza que reatarão o namoro, quem ama, nunca esquece o seu amor, por mais tempo que passe, por mais distante que seja, por mais tempo que não se vejam, pode até casar com outro mas, esquecer, não esquece, quando se encontram se ver, e se falam e, são capazes  de lembrar de cenas, que imagina-se que o tempo apagou.
- Não é assim, Lucianna, respondeu ele.
- Me responda, então a Milena não veio a escola hoje, por que se viste ela conversando com o meu namorado é por que ela gaziou a escola, matou aula, mas me tire uma duvida, quem te falou mesmo, que ela está namorando com o Alexandre ?
- O Luciano me falou que ele andou dando em cima de te.
- Quando encontraste com o Luciano ?
- A momentos atrás quando eu passei na porta da  Milena, cheguei ontem a noite da cidade de Recife, quer saber de uma coisa, as férias não foram 90 dias como anunciaram nos jornais e sim, simplesmente 30.
- Sei que chegaste ontem, mas imaginei que estivesse ido para o sítio do seu pai.
- Não fui não, mesmo assim o que eu iria fazer naquele meio de mato ?
- Espere, tenho muita coisa a conversar contigo, por que estou achando muito estranho essa história da Milena, está namorando com o Alexandre.
- Lucianna, o seu namorado não mentirias para mim.
- Eu sei, mas o Alexandre é meio que gabola.
Enquanto eles teimavam, do lado de dentro da escola, Alexandre argumentava:
- Viste Germano,aquela vagabundadinha me chamar de todo nome, não disse nada, percebeste que nem dei bola para ela, mas me conformo mesmo com a Milena, ela é mais bela, aqueles olhos negros  que ela tem são mais comovente, aquela pele quase marrom, fascina e encanta quem a ver, portanto não estou arrependido de não ter agarrado a Lucianna.
Colocando a mão na cabeça como quem pensava qualquer coisa, Germano interrogou:
- Milena...Milena, que é essa Milena ?
- A filha do Nélson, que namorava aquele baixinho que foi passar as férias no Recife.
- Tomaste ela dele ?
Sorrindo como se estivesse cheio de razão, ele respondeu:
- Sabes bem que sou um herói para conquistar as mulheres, mas escreva aí, tu não morrerás sem que veja ela adormecida em meus braços.
- Será ?
-  Será é uma coisa, isto que estou a te falar é um compromisso comigo mesmo,entendeu ?  Quem ela pensa que é para se exibir tanto perante a mim, só por que ela tem aquele corpo fascinante, ela não sabe que depois que morre, tudo vira pó.
Parecendo está desligado do que o amigo falava, germano tinha o olhar no céu, mas logo fora despertado pelo amigo que indagou:
- Hei moço, está dormindo ?
- Não, estou apenas querendo lembrar, quem é essa Milena.
- Ué, tu estás é com o pensamento na minha namorada, rapaz, sai fora.
- Milena, Milena.
- É aquela que trabalhava la na farmácia " La Belle Vie"
- Agora sei quem é.
E espichou o braço ao colega como quem vai cumprimentá-lo, falou:
- Ela é um estouro de menina, muito mais bonita do que a Lucianna, é muito mais velha, tem mais o que pensar, estava pensando de ser uma outra pessoa, na verdade ela é muito mais bonita, podes acreditar.
- eu só namoro com mulher bonita, gabou-se.
- Sorte.
- Sorte nada, é o meu bom papo que levo, que as deixo amplamente embriagada, e nessas horas eu aproveito.
Germano riu e explicou:
- Sabia que ela é amiga da Lucianna ?
- Quem lhe falou?
- Já a encontrei juntas por várias vezes, lembra das festas no Arari-Club, em que veio tocar aquela banda carioca, naquele dia eu a vi sentada na mesma mesa em estava a Luciannna com os pais dela, e não poderia acreditar que os pais da Lucianna, iriam sentar na mesma mesa em que o Nélson comprou, sabendo ele que o Nélson é um pobretão.
- Pobretão é samba, um homem que possuem quase 200 cabeça de gado, é pobre, queria eu ter essas coisas todas.
- Mas, será o herdeiro dele.
- Não, casar não é comigo, estava querendo mesmo ser herdeiro era do Quincas, iria usar apenas anel de brilhante e colares de ouro, do mais fino ao mais garboso que existir na praça.
- Iria ser o dono  da São Bernardo.
- Não esqueça que pode acontecer ainda.
- Nada, ela não termina com o Luciano, nem a pau.
Germano indagou ainda:
- Desde quando vocês estão a namorar ?
- Desde o dia em que telefonamos para a casa da Lucianna, alias um dia depois do telefonema, acreditas ?
- Sim, mas faz quase um més e não tinha me falado nada.
- Nem lembrava, só te vejo ao lado da Lucianna, assim como teria oportunidade de te falar alguma coisa ? E tem mais a Lucianna, nunca pode saber disto, por que eu vou agarrá-la, custe o que custar.
- Ué, mas tu não já tem outra ?
- E daí, a proporção me dá direito de usar dez mulheres e eu só tenho nove.
- Não se preocupe que eu vou arrumar uma namorada para te.
- Sabes muito bem que aqui em Arari, não tem mulheres que me sirva, as meninas estão a fim de camaradas que possuem carros, motos e, eu não tenho nada disso, possuo apenas dois pés que ganhei graças a Deus.
- Bobeira Germano
- Bobeira nada, são poucas as meninas que conseguem levar um coloquio amoroso s a sério, agente fala uma coisa e elas respondem outra totalmente diferente.
- Mas a Milena, não é assim ela é uma exceção
- Não sei, tenho pouca intimidade com ela, namoras com ela a quase um més e nunca quiseste me apresentar, talvez com medo da traição ou para não fazermos amizade.
- Nada disso, és o único colega que sabes dos meus problemas em relação a namoro, se nada te falei antes foi por uma simples distração de sentidos, mas queira me desculpar, por gentileza.
sorrindo ele respondeu:
- Estás desculpado.
- Ainda és o meu melhor amigo.
-Será ?
- Não confias em mim ?
- e o que acontecerá se a Lucianna souber ? Indagou germano.
Ele pensou...pensou antes de responder:
- Sabes, eu e a milena, ainda não estamos verdadeiramente madurecidos,imagino que se ela souber, do jeito que ela possui uma profunda amizade com a minha menina, poderá por maldade fazer tudo ir por água abaixo.
- Então ela não te ama. ?
- Ama, claro que me ama, mas ainda está tudo no começo. ela é uma das poucas meninas que sabe levar um dialogo franco e aberto com a pessoa,assim que comecei a namora com ela, fez com que eu parasse e pensasse mais um pouco, e fez eu rever o meu comportamento com graçolas, brincadeiras infundadas, isso não me leva a nada, muito ao contrario somente iria me trazer dor de cabeça, muita gente nem iria gostar de mim. Por essa mudança de comportamento foi que ela aceitou-me. Por que me olhando bem, eu não sou tao feio como muitos imaginam, até eu mesmo reconheço, que o meu grande defeito são essas brincadeiras fora de hora e sem limites. Mas, deixa pra lá, o importante é eu sentir aqueles lábios finos, tocar contra os meus sem deixar manchas, me seduzindo muito mais que o clarão da lua na primavera, entendeu ?
- está apaixonado mesmo pela mulher, hein, Também não é para menos, tomaste ela do cara.
Com um riso leve no canto da boca, para desfaçar seus sentimentos, Germano tornou:
- Quando a fores apresentar aos seus pais, fazes uma churrascada.
- Nada disso se fará necessário, entendeu,
Enquanto os amigos zombavam da vida, Lucianna e Fernando envolviam-se em um delicioso dialogo, á porta do estabelecimento de ensino. Estava alegre por ter voltado das férias trabalhista, mas lamentava:
- Lucianna, jamais imaginei que a Milene estivesse uma personalidade medíocre, para ficar com um vagabundadinho daquele, ha momento que imagino que ela namora com aquele cara apenas para me fazer ciumes, talvez até imaginando que eu teria fugido com uma outra menina, quando na verdade estava era de ferias em Recife. Mas, a vida é assim mesmo, tenho apenas 17 anos e muitas coisas na vida ainda irão acontecer, a vida é dela, o corpo e os sentimentos são dela, ela que faça o que bem entender.
- Calma, meu amigo, não fiques assim.
- Estou calmo amiguinha, eu sempre estive calmo, amanhã é um outro dia e eu agarro outra, caso pior eu já passei e estou passando.
- Eu concordo, também tive momentos negros nesse meu namoro, os meus pais não aceitam eu namorar o Luciano, não me pergunte o por que , que não saberei ter dizer.
- Isso é assim mesmo, existe esses pais que são caretas.
- Então os meus são dessa formula.
eles estavam distraidamente conversando, quando repentinamente, Fernando interrompeu o dialogo dizendo:
- Veja só quem vem aí.
Virando rapidamente o olhar por cima do ombro, ela apenas sorriu ao ver Luciano que aproximava-se calmamente.
Ele aproximou-se e beijou-a no rosto, depois cumprimentou Fernando com um simples balançar de cabeça.
- E a "mina", perdeste fácil...fácil.
Cabisbaixo, Fernando respondeu depois de um período caldo:
- Caraca, ainda vem tirar sarro da minha cara, somente por que estás numa boa, e nem te toca que estou atravessando uma fase ruim?
- Não é nada disso, respondeu Luciano todo sorridente.
Recostando a cabeça no corpo de Luciano, Lucianna, disse:
- Amor, nem queira saber o que aconteceu ontem comigo, rodei como se fosse um peão, na mão do meu velho.
-  Ele te bateu ?
- Sim.
E virando-se para Fernando comento:
- Aquele velho é um cabeça dura, ele dias desses quis sair com gracinha aqui na praça comigo, mas como não sou de muita conversa tirei o time de campo.
- Correste ? indagou Fernando.
Soltando uma gargalhada exagerada ele respondeu :
- Claro, pra que tenho estas duas pernas boas e, bonitas por sinal ?
- Pra correr.
- Foi o que eu te expliquei meu amiguinho.
Como se não entendesse nada, Lucianna falou:
- Meu amigos, vamos procurar um local para agente sentar e levar um papo mais agradável.
- Vamos, respondeu Fernando.
Enquanto Luciano, interrogava.
- Tu não agarraste, nenhuma pernambucana, por lá ?
- Não.
- Marcou, hein ?
- Fui confiante demais no amor que eu possui pela Milena, e tu mesmo és testemunha do que ela fizera comigo, por mais que agente confia nas pessoas penso que elas não podem deter toda a nossa confiança.
E antes que Luciano respondesse alguma coisa, Lucianna atalhou:
- Agora eu vou ter uma babá, sabia ?
E os dois repetiram juntos
- Babá!?
- Sim , o velho lá em casa esta caducando e vai contratar um hoje, para me vigiar, eu vi anunciado.
- Mas, com esse tamanho tu precisas de babá, Lucianna, disse Fernando.
- É para vigiar se eu namoro com o Luciano
- Bobeira dele, respondeu Luciano.
E esfregando uma mão contra a outra ela comentou:
- Sabe, esse pessoal depois que passa dos 50, começa apensar um montão de bobeira, a cabeça deles giram toda ao contrario do rolou quando eles eram garotões, mas tu achas Fernando que eu estou esquentando com isso, nem a pontinha da orelha,
Calmamente Luciano respondeu:
- Se eu perceber que o teu pai está te pressionando demais eu vou te levar para morar comigo na minha casa, com certeza os meus pais anão te deixarão na rua e nem dirão nada.
E Fernando atalhou:
- Meu pais, tu não disseste a mim uma certa vez que a tua mãe já havia falecido ?
- Verdade, mas eu tenho uma outra mãe, a minha mãe adotiva, mas na verdade eu nem a chamo de mãe. Mas, o que ela faz comigo e para mim, é como se fosse a minha verdadeira mãe, o carinho que ela tem por mim, não tem mulher no mundo que tem e, nem jamais me fará esquecer dela, é ela a pessoa da minha total confianças.
- Como é o nome dela que tu nunca me falou ?
- Herminda, mas como um filho bonito que ela te, podem chamar de Nhá Minda.
Os dois que ouviam a conversa caíram na gargalhada.
- Por que estão sorrindo, zombando do nome da minha mãe, é natural esses vocativos, muito melhor do que Margarete Tatcher, a dama de ferro e das guerras, Dulce Figueredo, deusa da censura, nos dias negros, uma Elisabete, e coisa assim. Nhá Minda, repetiu ele e, depois continuou:
- É a pessoa mais formidável do mundo e Leonardo o mais compreensivo pai que possa existir, um velho  pacífico, educado e respeitador.
- Então tu estás com tudo, respondeu Fernando.
depois de permanecerem ali por mais de 3 horas na porta da escola, os três saíram em direção a Praça Lélis Santos, caminhando pela rua João Inácio Garcia, que ficaria atras da casa de Lucianna, o que permitiria que ela passasse sem que fosse percebida pelos pais.
- Aonde nós vamos, Luciano ? indagou ela.
- Vamos até a minha casa, quero te apresentar para a minha mãe adotiva, para tu aprender e quando quiseres ir lá em casa atras de mim, já sabe aonde é, de uma coisa podes ter certeza, a casinha lá não é aquele bangalô como a tua, é uma casebre de pessoas humildes, que sobrevivem do trabalho, e defendem um salário pequenino para não dizer mixuruca.
- Teu pai trabalha ainda no tear, Luciano ? Perguntou Fernando.
- Sim, todos os dias ele sai ás oito da noite.
- Em que bairro, ele trabalha ?
- Perimirim.
- Tão longe, disse ela.
- Ele vai de " bike ".
- Ele largou de concertar.
- Largou, ele alega que não dava lucros,muita gente dava furo, na hora de chegar com o tutu.
- É fogo, o brasileiro gosta de uma moleza.
- Quem não gosta ? Perguntou ela.
Em frente a praça Lélis Santos, ela perguntou:
- Ainda está longe, meu amor ?
- Não, e espichando braço explicou:- aqui é a praça, estão vendo, ali começa a rua Joaquim Ibraim Ferreira, é a casa de numero 06, está pertissímo.
Caminharam mais uns cinco minutos e logo chegaram na casa de Luciano.
Entrando casa a dentro o rapaz foi até o quintal e chamou pela velha, que lá de dentro respondeu, avisando que não demorava.
Momentos depois ela se apresenta diante dele com um avental passado sobre a barriga, e um pano amarrado na cabeça, que ao ve-los, desfaçou envergonhada:
- Oh, desculpe-me de entrar assim, imaginei que o meu filho estivesse sozinho.
- Que é isso, ninguém aqui está para repara nos seus trages, respondeu Fernando.
E ao lado da menina, Luciano disse:
- Nhá Minda, vou te apresentar o Fernando, uma amigo meu.
Apertando a mão do garoto, ela respondeu:
- ilho, a minha mão está suja, não repare, eu me chamo Herminda da Conceição Monteiro.
- Eu sou Fernando Paz.
- Esta é a minha namorada, Nhá Minda, disse Luciano.
Seria ela respondeu:
- Que seja bem vinda, como é o seu nome ?
- Lucianna Peres Martins.
E balançando a cabeça, ela olhou mais firme na menina e repetiu baixinho:
- Peres Martins.
- O que foi, Nhá Minda ? quis saber Luciano.
- Nada, respondeu e continuou a perguntar: - Martins também é a tua assinatura ?
- Mas, nada tem haver, respondeu a garota. quem sabe, hein filha.
Curiosa, ela tornou a indagar:
- Quantos anos tens ?
- Treze.
Séria Herminda comentou:
- Fazes treze anos que a Maria Clara, faleceu.
- quem é Maria clara, quis saber a menina.
- a mãe de duas crianças gêmeas, respondeu ela.
Os três se entreolharam apavorados entre si, como quem não tivessem entendo nada, depois caíram na gargalhada deixando a velha sem graça e envergonhada.
Ela balançava a cabeça concordando com a zombaria, quando Luciano disse:
- Calma Nhá Minda, é que ninguém entendeu o que falaste.
Seríssima ela avisou:
- Pra que entender agora, se mais tarde todos saberão, e vocês vão dizer, um dia a velha tentou falar a nós e não entendemos nada.
E os três fitaram o olhar na velha procurando entender alguma coisa. Depois ela sentou, olhou demoradamente para eles e chorou.


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