segunda-feira, 4 de outubro de 2010

SEXTO CAPITULO DO ROMANCE LUCIANNA





SEXTO CAPITULO DE LUCIANNA
 
 
A noite caía rapidamente e com ela a temperatura.
Cansado, Leonardo  entrou para o quarto, atirando-se sobre o leito o cadáver cansado e em seguida adormeceu. No mesmo quarto o filho também dormia, mas quase  derepente o menino chorou, mas entranho mesmo foi que, repetinamente ele calou-se e passou a olhar fixamente para o teto da casa.
Inocentemente sorria meigamente como se estivesse a ver alguma coisa naquela direção. Ora Luciano sorria, ora gesticulava com os bracinhos, outras ora mexia as perninhas, e colocava a língua para fora como quem procura a resposta de algum lugar de não chega jamais.
Mesmo com todos aqueles gestos infantis, o silêncio reinava no dormitório.
Meia noite
Nenhuma pessoa pode ver aquela mulher vestida de branco a desfilar por todos os lados da casa como quem estar a observar todos os detalhes os pequenos detalhes do lar. Com os longos cabelos, que de tão longos caíam sobre os olhos, ela escondia o rosto.
Muito impaciente ela chegava a orla da rede do filho ou em outros determinado momento, caminhava até a beira da camam do ex-esposo que dormia. Houve um determinado momento em que ela sentou-se à beira da cama e depois chorou deixando as lágrimas escorrer por entre os cabelos longos, que ensopara a rústica roupa de cama.
Por muito tempo ficou parada ali, depois caminhou na direção em que estava o filho e, bem rente a beira da rede disse:
- meu pequenino...meu garoto...meu amdo sinto pena, sinto muito pesar por não poder ajudar-te, nem eu e nem uma outra qualquer pessoa a não ser Deus e...possuo uma ampla certeza que falecí, mesmo contra a minha concepção mas aos poucos torno-me consciente, que já não pertenço a este mundo. Filho, se compreendesse um pouco destes golpes terriveis e doloridos, que sentí nos próprios punhos, sei que chorava lastimando-se, por ter perdido a mãe de uma forma dramática. Se soubesses o pavor que me dá o colorido do vermelho, compreenderia que a perda de sangue é, uma luta em vã contra os constrastes pessoais. Luciano...Luciano, meu pequenino Luciano,estou ferida por não poder viver neste mundo, que apesar de todos os maus projetos, ainda intitula-se de moderno. Um mundo de hoemns desvairados. Um mundo chamado de belo e maravilhoso, de formidável e fascinante como a lua que clareia o meu caminho e, deslumbra o meu destino. Sei que crescerá só, encantará a mim e ao seu  pai, mas sentirás a ausencia de irmãos e da irmã, que infelizmente fora despejada da casa pelo dedo ditador do teu pai, fator este que resultou em minha morte. Cresça filho, e aprenda a amar, isso mesmo: a amar a natureza, por que somente  nela poderemos depositar toda a nosa confiança e, ela jamais revelará a alguém, não existirá algo mais bela do que essa paisagem natural viva, que constantemente reveste  este mundo cruel e violento, marcado pór injustiças sociais, uma ponte que une oportunistas e incompetentes.
Luciano....meu pequeno Luciano, está natureza brilha  nos meus olhos, dessda mesma forma espero que reluza nos teus, mas jamais carregue a crueldade, como sempre fora o seu  pai. Seja um exemplo de pai, o seu jamai esteve preparado para ser pai, era muito verded quando casamos, era irresponsavel demais e agora torno-me consciente que nenhum homem, deveria jamais casar-se antes das vinte e cinco primaveras. Tu serás um garotão belo, elegante, e a sua beleza tenho certeza que deverá ser comparada coma a da lua, com as das águas dos mares, ou mesmo com o brilho de uma estrela de quinta grandeza, que clareia, queima e aquece os sentidos humanos. E, procure compreender meu filho, que a mulher é o mais belo e mais formoso fenomeno natural... sem defeito. Portanto, quando estiver a namorá-las, não esqueças das meiguice e nem de trata-las, como se as fossem  deusas. O nosso monólogo estás ótimo, mas sei que és muito novinho para passar horas e horas, acordado, principalmente neste momento à noite e, por ser uma formusura de beleza, é que a minha alma sente-se invejosa, quando derrama por esse sorriso doce, toda a luz para clarear a minha satisfação.
Deixando o filho, caminhou mais alguns passou e postou-se ao lado do corpo do ex-marido, que parecia mais morto do que acordado.
Passando-lhe a mão pelo rosto chamou:
- Leonardo.
rocando como se fosse um gato, nada escutou e, ela tornou a chamá-lo soletradamente:
- Le- o nar-do.
- Hummmmmmmm
- Não me conheces mais ? Perguntou ela.
Mesmo bêbado pelo sono ele respondeu:
- Tudo está abandonado.
Percebendo ele meio que zonzo, o espirito da mulher contunuava:
- Nada está abandonado, pois muito são os homens que poderão ser felizes sozinhos, com a longa vida que tive, alimentei bastante experiencia admirando as rosas dos jardins  vizinhos, para a elas revelar a mau vida que recebia dos teus punhos, erra a elas que desabafava os meus padecimentos, os meus sofrimentos e, as vezes de tanto ouví o meu penas, elas enrolavam e muchavam, por tanto saber do meu penar, em pagamento eu as atendia preservando-as e, aquecendo-as, e belas estão agora, principalmente por que não banham mais com as águas ardentes destes meus olhos e, sim com os delas, os das próprias rosas, os das flores, por isso sinto saudade, por que eram elas que afagavam os meus sentidos e os meus sentimentos. Com a minha passagem para este mundo do lado de cá, quem sabe poderá aprender a amar uma outra pessoa, por que dos dez anos em que juntos estivemos, nove foram de martírios, de desgraças e de muito desgostos. e ainda para satisfazer o seu ego de perdição, doou a minha filha amada para desconhecidos.
De olhos cerrrados, Leonardo simplesmente rolava de um lado para o outro da cama, sem ter a menor noção do que acontecia, na verdade tudo pareceia um sonho e, por isso ela tornou:
- Sabes que os nossos filhos são de uma formusura espetacular e, sabes que eles surgiram de mim, por isso que estou aqui como quem espera pelo raiar do sol, implorando que preserve a ética e a estética de uma mãe. Certamente os olhares dos meus filhos conquistarão quaisquer pessoas e, quase não encontrarão sinõnimos, para definirem os seus risos, deixando preso na garganta  a força dos elogios.
Derepente,  Leonardo deu pulo da cama assustado ,e pôs a gritar:
- Clarinha... Clarinha...Clarinha.
nenhuma voz escutou-se, tudo era um silêncio profundo.
- Luciano.
Pronunciou ele levantando-se e, correndo para beira da rede, aonde estava o filho o qual o encontrara acordado.
Não tendo com quem dialogar, tomou o garoto pelos braços e disse-lhe:
- Estavas sonhando com a tua,mãe.
Como o menino ainda não falava, ele obeijou e continuou:
- Não te assustes, sei que nadas compreendes, esta foi a maneira que encontrei para desabafar-me, sabe de uma coisa, meu amado, vai dormir com Deus e em paz, este sim, vai te ajudar.
E colocando pela segunda vez o menino na rede, pareceu está tranquilo e, nesse momento sentou-se mais uma vez na beirada da cama e tornou:
- Minha esposa amada, seria tu mesma, ou apenas um pesadelo ? Seria ela mesma, ou simplesmente um sonho ? Tenho certeza, que era a Maria Clara, falando comigo, eu a reconhecí...eu a ví... ela falou-me das flores, das rosas, doas campos e, por incrivel que possa parecer, tudo era verdade. Ela pediu que eu a amasse mais e, certamente sempre amarei, até por que ela é a mãe do meu  filho. Do meu filho ?  Ela disse que eu a tratei mal, isso não é verdade jamais.Mãe do meu filho.....
E levando a mão a cabeça, perguntou a si mesmo:
- Do meu filho ?
Era quase meia noite e meia, o silencio era imenso, poderia ouvir-se o menor ruído. Leonardo, amplamente desperado, deixava as lágrimas escorrer pelo rosto, escorrendo pelos cantos dos olhos, que feria-lhe a consciencia, como quem fere o inimigo na guerra...ou a muitas das guerras que a vida oferece.
Naquele momento ele trocou de roupa e seguiu em direção ao banheiro, tomou um banho de água fria e saiu para o quintal, que era enfeitada por uma copuda goiabeira, que durante o dia oferecia uma sombra agradavel e convidava sempre alguma pessoa para descansar á sua sombra. ali ele enxugara os cabelos com um lençol que lhe serviu de toalha, ergueu repentinamente a vista e, observou uma estrela no céu que brilhava mais que as outras e, por isso, exclamou contemplando-a:
- Por que não cabe a mim, escolher o gosto da cor ? A potencia do som, o brilhar das estrelas, a clareza do dia e as soluçoes dos problemas pessoais ? Por que somente a mim fora reservado tamanhos sofrimentos, como se este mundo não fosse feito pela mão de Deus ? Tanta incompetencia sobre esta terra, um excesso de miseráveis, um País pobre, um mundo de decepção. Mundo de guerra e de sangue, inumeros sãos os  torturados injustamente ou para lazer de muitos, incluir no cácere de uma cadeia chamada L. S. N., para traduzir como " Lei de Segurança Nacional ".
Êta meu Deus,tenha compaixão deste povo explorado pelo preconceito racial, empresarial ou estudantil. Sei que a minha mentalidade não é frágil, simplesmente este mundo começa a pender para a desmoralização. Infelizmente o mundo parece obsecado, ou o prórpio homem torna-se obsecado dentro do seu tempo, quando está a desenhar ou a fantasiar o seu próprio mundo. Sou jovem, pai de dois garotos, por isso o motivo de está preocupado, com o que acontece diariamente, na minha vida.
É verdade, sinto-me preocupapado em determinados momentos cvom o que passa-se comigo, com o mau olhar que muitos me fazem, é isso mesmo, no Brasil, quando os empregos não são em Brancos, em Estacionamentos Rodoviários, em Parques Industriais, enfim, quando o nosso ganha pão está na escala Empresarial em oitava categoria, por mais leal, por mais justos que seremos, todos nos encaram como se fossem verdadeiros bandoleiros, agora, poderemos desfrutar de empregos de primeira categoria e sermos, os mais bandoleiros  possíveis, que o País inteiro fica de pé, para nos saudar.
Momentos depois Leonardo voltou-se para o quarto e dormiu.
Mas não denoraria muito tempo para o nascimento do Sol, e as sete e meia da manhã, quando Herminda foi buscar , Luciano, Leonardo, lhes disse:
- Estou querendo muito falar com a senhora.
- Pode falar, qual é o mau que tanto lhe atormenta ? Indagou sorridente.
- Não é brinmcadeira não, dona  Hermínda.
- Também não estou para brincadeira, meu velho.
- Ontem a noite, eu sonhei com a Maria Clara, disse ele.
- O que ? Indagou outra vez a mulata assustada.
- Eu sonhei com ele, repetiu ele.
- Não te preocupes, isso são bobeiras, ou não passa de mais que um pesadelo. Agora lhe peço, não comentes isso com estranhos que pega mau.
- Dona Hermínda, lhe juro que sonhei, ela me ditou tantas paqlavras bonitas, que até  este momento estou emocionado, mas estou abat8ido por que ela fala constantemente que lhe dei uma péssima vida e, isso não é verdadeiro, a senhora sabe muito bem não é ?
A velha franziu a testa e espichou os lábios e, disse muito lentamente:
- Não sei de nada, pouco vinha até aqui, quando ela era viva.
- Então acreditas, que eu dava mau vida para a mnha esposa ?
- não sei, nãi sei. Não  emiteirei opinião, o senhor é que sabe ?
- É isso mesmo, disse ele.
- Se davas a ela, uma boa vida, o que é, que lhe pertubas, Leonardo ?
- tudo, ultimamente, tudo está me pertubando.
E ela tornou:
- Com excessão da morte da tua esposa, creio que não terás tanto problemas, então por que tamanho desespero ? Vai trabalhar, agora ?
- Sim.
- Pois vai firme e esqueça o acontecido, a vida segue.
- Da minha memória, não consigo tirar a impressão desse sonho. E passando a mão sobre a cabeça continuou: - somente agora, esses problemas vieram pertubar a minha concepção, êta destino ingrato esse meu.
- O que é isso, Léo ?
- Mas, como queres que eu reaja, doana Hermínda ?
- Preocupações ou procupação.
- Outra vez, quer repetir a mesma história ?
- Que queres que eu faça ?
Sorrindo e, como quem procurava espantar o mau humor do amigo, ela contou:
- Bem, estou cansada de lhe exemplificar tudo com os meus problemas, mas acontece que muitas das vezes se fazem necessário narra-los. Temos que compreender que gozamos de todos os direitos de vivermos em contraste e, não em dramatizá-los, entendeu ? Estudei pouco meu filho, naquele tempo agente se preocupava  mais  com a cama e a cozinha para quando casar, do que com a leitura, mas o nosso professor de Língua Portuguesa pediu que lessemos o livro Passaporte para o Futuro, de Luis Miravitlles, um sociólogo, que afirmava que o cerebro do ser humano pesa em torno de 1.200 kg, isto é, para um individuo de 1.70m, como é o seu caso. Portanto não se desespere moço, muita coisa tens para imaginar e, continua o autor, qualquer animal poderá imitar a linguagem humana, mas podes ter ampla certeza, que nem tudo surpreende ou surpreende.
- Mas nem todos os seres humanos possuem a memória, fértil, herminda.
- Está bem, Leonardo...está bem.
- Tudo isso dona Herminda, são estátistica da ciência, penso que na realidade a vida é tudo o que nela há. Temos como observar que todo ser humano possui um bom senso, mas às vezes não usa e, se analizarmos cada palavra que ouvimos no dia a dia, percebemos que o mundo é uma verdadeira versão de divergência.
- Por que falas, assim ?
E sorrindo respondeu:
- Por que são muitas as pessoas que veem ao mundo apenas para discordar de tudo.
- Não estou entendo nada, Léo, disse Herminda.
Com o olhar de quem estaria esperando, a certeza que existe uma realidade por trás das pol~emicas, que divide a sociedade, respondeu voltando para a cozinha, como se houvesse esquecido de alguma coisa.
- A senhora nunca compreende nada, sendo assim tenho ampla certeza, que jamais morará em um predio residencial.
- Por que,  Léo ?
- Por que nunca terás a chance de ver os condôminos comentando a vida dos outros.
Franzindo a testa ela indagou sorridente;
- E quer dizer que em Condominio, as pessoas teem tempo de falar da vida, uma das outras ?
- É tanta fofoca, que se a senhora imaginasse, daria mil risos.
- É mesmo ? indagou outra vez balançando a cabeça.
e com um sorriso zombante, Leonardo, afirmou:
- Dona Herminda, quando adentrares em um prédio residencial, e encontrares dois comdôminos falando baixinho, quase um ao ouvido do outro, prepare-se, ou estão falando mal do zelador, ou do porteiro, ou do faxineiro ou do síndico.
- Como sabes disso ?
Outra vez ela sacudiu a cabeça dizendo:
- Conhecemos o comportamento do povo que mora empuleirado em condômínio.
- Isso, não justifica nada, disse tornou ela a dizer.
- Por que duvidas de mim, minha senhora, quando ainda muito moço eu fui funcionário de um condominio, logo sei do que estou falando.
- Tu via essas coisas ?
- Esse era o lazer de muitos moradores, desempregados e desocupados.
A velha então pediu que ele fosse buscar o filho que estava no quarto. Logo em seguida, ao pegar o menino, passou pela cozinha, foi até o quarto outra vez e foi-se virando-se e dizendo para a velha:
- Talvez, lá pelas onze e meia estarei de volta.
Ele já havia montado na bicicleta, quando ela lhe  perguntou:
- E o batizado, do seu filho ?
- Será no segundo domingo de seteembro, respondeu ele.
- Já tem os padrinhos ?
- Sim.
- Quem,são ?
Ele demorou um pouco para respsonder, mas em seguida disse:
- São duas personalidades importantes.
- Posso saber ?
- Sim, claro que pode, o padrinho é o padre e a madrinha é a dona Arlete.
- Arlete ? Repetiu a velha arregalando os olhos.
- O que foi dona Hermínda ?
Depois de uns minutos pensando ela disse:
- A Maria Clara, nâo gostava da Arlete, sabes disso, ela tinha ciúmes de vocês.
- Mas, quem eu poderia convidar ?
Hermínda, colocou a mão no queixo e respondeu:
- Deveria ter convidado o Ambrósio e a Tarcila.
- Mas agora é tarde, já falei com eles, restanos somente agradecer a gentileza dos nossos convidados.
Depois de um bom tempo conversando com a velha, deixou o filho com ela e saiu sorridente, para o emprego que aos poucos parecia está a fracassar.
No dia seguinte, uma chuva  miúda caía sobre Arari, deixando-a coberta por um lamaçal sem dó. Mesmo sobre tais contrastes naturais Leonardo precisaria sair, mas como estava atacado por um resfriado.
Intranquilo ele entrava e saaía portas adentro sempre passando pelo mesmo espaço.
Depois de muito tempo foi até a janela que dá para a casa da vizinha e chamou:
- Dona Hermínda.
Ninguém apareceu, ouviu distante uma voz estranha que perguntava:
- O que é que te pertubas ?
Leonardo silencoi por uns segundos, como quem reconhecera aquele eco que lhe indagava, porém ele voltou-se para a pequena sala da casa e ficou ali cabisbaixo.
Por muito tempo ficara ali analisando o0s fatos e alimentando as recordações.
- Meu Senhor, pór que a minha agonia faz o corpo padecer tanto, como se estivesse eu condenadoa pagar por algo que eu não cometí. A vida é isso mesmo, é lutar, combater, expor-se de verdade para conseguirmos os nossos ideais. Não adianta deixarem as lágrimas cairem, pois elas nada solucionam, de nada adianta confiar em estranhos por que vivemos em uma época em que cada um é por si e, as forças de Deus por todos. A vida é ter coragem e, se preparar para as consequencias que sempre hão de vir depois de tantos elogios. A vida, é deixar o corpo arrepair como quem está a pedir por liberdade. Não choro neste instante por que as águas ardentes que derramarão dos meus olhos, nunca satisfará  o meu ego. A vida é tudo, é romper com o preconceito, com as divisões sociais e, sempre entender que somos todos iguais perante o Grande.
A chuva miúda continuava e por uma segunda vez do mesmo local ele tornou a chamar por Hermínda. Dessa vez ela ouvira e veio de imediato atend~e-lo.
- Pronto, meu Senhor; disse toda sorridente ao enxergá-lo.
- Quero lhe pedí mais um favor.
Meigamente ela respondeu:
- Digas, o que desejas.
- Ficar, por mais algumas horas com o meu filho, até que eu retorne do emprego.
- Evidentemente que ficarei, esse menino eu já o considero o meu neto, pena que o André não seja mais vivo para brincar com ele, pois adorava crianças.
- Com quantos anos, ele morreu mesmo ? Quis saber Leonardo.
Ela  respondeu:
Com oitenta e seis, com mais de cinquenta anos em que vivemos juntos, lhe digo, não é por que ele morreu, mas te confesso que foi um pai para mim e nunca um esposo, tratou-me bem, respeitou-me sempre.
- Isso é importante...nem lhe falei que arranjei um novo emprego.
- Aonde ?
- No tear.
- Aonde fica ?
- No Perimirim, o gerente de lá é o Lindolfo Ramos.
- Quem sabe poderá dá certo.
Sério, ele respondeu:
- Vou recuperar o tempo perdido e que levei apenas ganahando mincharia, por muito tempo levei a vida alementando a minha familia apenas com ovo, já imaginou dona Hermínda, um homerm passar a semana inteira comendo ovo ? Sofrí isso, foi momentos de desgraças.
- Não fale assim Léo, não recorde esses momentos, certamento esse emprego lhe trará um outro pocionamento na vida e uma outra visão de mundo.
Percebendo que a chuva miúda havia cessado, ele foi até a porta, despediu-se da velha, montou na bicicleta e partiu animado como quem estava a desafiar a vida e ela olhando ele sumir acalentava  Luciano cantarolando  fazendo adormecer.
Com a mão nos punhos da rede, ela o sacudia cantando alto:


 " Águas que saltam,
águas que afagam
águas que ferem
e saltando mexem com o meu Ser.

Águas ardentes
que molham e remexem
deixando dormentes
os corpos que sentem.

Águas...água, é composto
uma química de gosto
que fere o meu rosto.

Águas que pulam
águas que mudam a estação
águas que fogem
e voltam para o chão.

Águas que escorrem no rosto
que mexem e remexem
com  a alma do Ser.

Águas que fazem de mima rocha
e batendo...batendo...batendo
se desmancha em tocha
que acende... nos mais
águas...águas...águas
águas, que também são lágrimas.

Águas...água é composto
quimica de gosto...no mais,
águas...águas...águas
águas são lágrimas e, muito mais." 


Quanto mais a vrelha cantarolava, mais o menino chorava, irritado e agoniado.
Naquele dia, Luciano, não demonstrava a calmaria de sempre, não parecia o menino sossegado que a verlha tanto conhecia. Foi preciso que a v4elha lhe desse uma mamadeira de água com açucar para que ele ficasse quieto.
- Luciano, tenha certeza que serás feliz, espero apenas que não faça drama quando souber que a sua mãe o abandonou cobardemente, que a fé esteja semprte contigo. Acredito que tudo fucará encoberto e nem as nuvens  que reveste a natureza será capaz de descobrí-las, nem esmo quando a tempestade, arrebentar os azuis do céu. Podes crê eternamente lhe considero como o meu netinho, por que a nossa amizade, parece que amadureceu.
Ela firmando um olhar meigo e delicado sobre a criança, saiu vagarosamente do quarto deixando-o, a sós. Caminhando em direção à sala, ela parecia ver a figura do menino em todos os cantos, uma emoção que lhe traria à memória as recordações do esposo, que falecera a uns sete a oito anos atrás.
contemplando um vaso que encontrava-se ao lado e em cuj havia uma planta ela disse:
- Revela-me alguma coisa, plantinha verde. Verde de esperança,  de amor, de tranquilidade, verde  de aventura, de bonança, verde como os sentidos e os sentimentos, que agora ao ter esta criança no meu cotidiano faz-me recordar do meu velho esposo André, um esposo exemplar, tanto que respeitava-me, como eu o respeitava. Fala, samambaia, por que o atrevimento do meu pensamento, faz-me imaginar determinadas coisas que a juventude de hoie o chamaria de maliciosas ? Ou quem sabe se os imbeciéis, não apelidavam de idiotas, bisbilhoteiras, que somente uma mulher sufocada pela saudade poderá imaginar. E a minha maior satisfação, é poder sempre acender uma velinha para lhes iluminar o sepulcro, daquele que quando vivo, sempre provou me amar. Eu recordo, André, não tinha preconceitos,  havia momentos em que alisava os seus cabelos que de tão lisos os meus dedos escorregavam, quando afagava, mas a vida é assim mesmo, prepara para a agente golpes tamanhos, que somente acreditamso, quando estamos a ver o resumo de um  padecimento. Mas, com certeza, em um dia no juizo fianl, encontrarei o meu esposo e certeza tenho que nos reconheceremos, por que éramos almas gêmas.
Leonardo, do outro lado da cidade, ainda combinava o preço do sal´rio, para poder ficar no tear. mas Lindolfo, o gerente, fazia outros planos e, as vezes com insegurança, indagava a si.
- Estará eu, empregado agora, de verdade ? Não vou esquentar a cabeça comisso, unirei as minhas forças com a vontade de Deus e, sairei para um das  várias lutas que o destino me oferece.
Quando retornou da gerencia, percebndo que Leonardo estava cabisbaixo, Lindolfo o indagou:
- O que te preocupas ? E deu-lhe um tapinha às costas.
- Nada, respondeu ele.
- Nada, mesmo ? Tornou.
- O seu rosto parece-me traduzir preocupações, podes confirmar, isso ?
- Balançando a cabeça e com um sorriso irônico ele respondeu:
- Seria a maior fragilidade de um homem  sentar-se covardemente para confessar-se a um outro homem, embora essas pessoas sejam amigas para comentar-se de suas vidas, portanto lhe faço entender que passo bem.
Lindolfo, não disse mais qualquer palavra e, olhando-o, demoradamente foi subindo as escadas que daria para o escritório e sentando-se em frente à sua secretaria disse-lhe:
- Sirva-me, um lícor de abacaxi ?
a moça ainda preparava-se para levantar-se, quando ele tornou:
- Não quero mais o lícor, passou-me repentinamente a vontade de tomar.
- Mas, já estou indo buscá-lo, chefe, repetiu ela, demonstrando um sentimento de culpa.
- Não quero mais, dona Paula, será que terei de repetir outras vezes ?
- Está bem.
Ele tirou os óculos de aro negro e tomando um pedaço de papel escreveu como se fosse um bilhete e entregando a secretária ordenou:
- Entregue este papel, a esse rapaz que está aqui embaixo e o faça subir.
Assim ela  fêz.
Após lê o bilhete, Leonardo, exclama:
- Estou feliz e, subiu as pressas as escadaria e, encontrando Lindolfo disse:
- Obrigado.
ele respondeu:
- Etás empregado.
- Certeza ?
- Absolutamente.
- Parece que agora terei a chance que precisava para recomeçar a minha vida.
- Podes, começar a trabalhar no Tear, somente amanhã, pela manhã.
- Está bem,respondeu Leonardo, e após agradecer Lindolfo, voltou para casa.
Com risos nos lábios ele adentrou em casa e não resistiu a surpreza e logo contou à vizinha e amiga Hermínda. Amiga e colaboradora gratuita.






      

Nenhum comentário:

Postar um comentário