terça-feira, 5 de outubro de 2010

VIGESSIMO PRIMEIRO CAPITULO DE LUCIANNA



VIGESSIMO PRIMEIRO CAOPITULO DE LUCIANNA.


Enquanto Lucianna, revelava a sua aspereza, do outro lado Luciano estava em casa a remexer um bau cheio de livros velhos, que desde que Maria Clara morreu, nunca mais nenhuma pessoa havia mexido naquilo ali.
Calmamente ele folheava um, contemplava um outro, mas de repente ele encontrou um livro de capa preta, que demasiadamente lhe chamou  a atenção. ele pegou, observou, começou a folhear, rever as coisas cuidadosamente, como quem buscava alguma coisa perdida. Sem querer encontrou entre aquelas páginas, uma fotografia amarelada e, pois a olhar, a admirara demoradamente e a pensar consigo mesmo:
- Parece que eu já vi esta menina, estou em duvida apenas por que esta foto além de muito velha, me parece muito amarelada, muito  idosa, mas tenho quase que certeza que eu conheço esta pessoa, mas que criança bela, ele se punha a admirar, e olhando mais petinho ainda dos olhos continuou:- mas, se te ver agora certamente não a reconhecerei, mas de uma coisa podes ter certeza, eu te conheço, até parece comigo, se eu fosse mulher eu diria que essa foto foi a Maria clara que mandou tirar de mim e não teve como ela me mostrar. estou encantado com esta gracinha que aqui está. Esta foto esta me chamando atenção]ão e mexendo comigo, vou mostrar a Nhá MInda, para ver se ele-a ajuda a descobrir quem é esta beldade.
Saiu dali correndo chamando pela velha que estava no quintal lavando roupas, que ao vê-la foi logo perguntando, todo afobado:
- Nhá Minda, quem  é esta pessoa ?
A velha nem sequer olhou para a fotografia que já estava amarelada e respondeu:
- Atrás não tem o nome dela ?
Virando  o revesso da foto ele leu:

" Lucianna Martins, hoje aos 90 dias de vida, foste colocada a porta de um desconhecido, por Leonardo o seu pai verdadeiro, que junto a mim, geramos e eu como mãe te carreguei por 09 meses, este não aceitou que criássemos, e por não concordar com a idéia me suicidei, cortando os meus pulsos, mas a deixei viva por que um dia eu sei que a verdadeira historia seja contada, comentada e descoberta, tu e o teu irmãozinho Luciano Martins
               Carinhosamente:
               A infeliz Maria Clara Martins "

Após ler o que estava escrito no revesso da foto, olhou demoradamente para a velha e falou:
- É da minha mãe quando era pequenina.
- Deixa eu ver, então, ela não tinha foto de pequenina.
E ele recusando-se disse:
- Não, então não é preciso tu ver, tu conheceste ela.
- Mostra-me Luciano, insistiu ela outra vez.
- Não. Tu conheceste a minha mãe. Depois eu te mostro e tu ver, respondeu ele saindo rapidamente para casa, onde pôs a ler e reler o manuscrito do revesso da fotografia.
Sentou na cama e ficou tristonho ali a imaginar:
- Entendo que por mais que as pessoas mintam um dia a verdade aparece, e isso tranqüiliza a tudo e a todos, e somente agora aprece que eu vou entender o por que do meu pai e Nhá Minda, brigarem tanto para agente não namorar, por que na verdade somos irmãos e os professores teem razão quando fazem aquela bagunça na sala de aula e dizem que agente se parece demais, e agora meu Deus, como é que a Lucianna, vão compreender isso. E o pior de tudo isso, é que ela foi desprezada não pela minha mãe, mas pelo meu pai, e a minha mãe morreu por causa disso. E a Nhá Minda, nem para me revelar logo isso, e deixando eu namorar a minha irmã um tempão. Mas, faz de conta que eu não sei de nada. Deixai as águas do Mar pular e borbulhar. Mas que vida complicada essa minha, meu Deus do céu. Eu tão novo e cheio de novidades pelas asas, por que isso ? Como é que vou dizer a ela ?E o meu pai ? Será que ela vai se unir com ele ? E o pior é que vivem mentindo para nós esses 14 anos todos.
E Luciano ficou abismado olhando para a fotografia, quando Leonardo entra casa a dentro e vendo a fisionomia do menino assustado indaga:
- O que tens filho, parece com a fisionomia assustado ?
E o menino respondeu :
- Está tudo tranqüilo, não estou sentindo nada.
O menino deitou o corpo na cama e Leonardo falou:
- Encontrei um amigo teu que andava atrás de ti ?
- Não, senhor, quem era ?
- não conheço, sei que ela mora lá pra baixo.
- Deve ser o Fernando, tínhamos marcado para nos encontrar as oito e já são quase dez. Mas, aproveitando a oportunidade, vou te avisar que vou dá uma voltinha e vou demorar, vou perturbar as filhas dos outros.
- Tu é que sabe filho.
- Claro que eu sei, respondeu ele, e deu uma enorme gargalhada.
- Não vai jantar logo ? Perguntou Leonardo
- Sim.
Instantes depois quando jantavam, o menino cortou o silencio e interrompeu o pai dizendo:
- Pai, quero te fazer uma pergunta segredissima, disse o menino segurando a pontinha da orelha.
- Pergunte logo, e deixe de rodeios Luciano.
- Quando a mãe faleceu, ele teve apenas eu ?
Sem que olhasse nos olhos do filho respondeu baixinho, quase em um resmungo:
- Sim, somente tu, por que ?
- Por nada. Eu queria tanto ter uma irmanzinha.
- É, mas Deus não quis, a tua mãe morreu em conseqüência de parto, quando dava luz a te.
- Coitadinha, eu deveria ter ido junto com ela.
- Pare de falar asneira, Luciano.
- Pai, quem morre da morte que mamãe, morreu é morte matada ou morte morrida ?
- Não existe isso, filho .
- E quando a pessoa se mata.
Luciano parou de mastigar e colocando a colher no prato disse:
- A sua mãe faleceu em conseqüências de erros médicos, naquele tempo eram parteiras que acompanhavam as mulheres durante a gravidez.
- E o senhor lembra quem cuidou de mamãe, durante a gravidez ?
- Lembro, lembro sim, claro que me lembro.
- Quem foi ?
- foi....foi....foi...,
- Foi quem pai ?
- Foi a dina Rosa Nuda.
- Quem é Rosa Nuda, ela mora aonde, na capital ?
- Não filho, a dona Rosa mora no bairro do Cruzeiro,ali próximo do abrigo, aquela casa verde.
- já sei, quer dizer que foi ela que fez eu chorar, ou seja ela me deu as primeiras palmadinhas ?
- Foi, não estas acreditando ?
- Acredito sim.
E passando a mão na cabeça tornou:
- Dona Nuda, é aquela velhinha de cabeça de nevem de algodão, se ela me agarrou, ela deve saber alguma coisa sobre a morte da minha mãe, agora estou curioso é para saber sobre a morte de Maria Clara Martins, uma mãe que tive e não conheci. jamais pude imaginar que a vida fosse reservar a mim esse montão de problemas, mas isso não vai ficar assim, eu tenho que saber por que motivo a minha mãe veio a se suicidar, eu entendo que ninguém vai morrer de graça.
- O que foi filho, que ficaste pensativo ?
e o menino disfarçou:
- Enchi a barriga demais.
E Leonardo sem que desconfiasse de nada ergueu os braços e exclamou:
- Graças a Deus meu filho, já houve tempo em que eu e a tua mãe, dividíamos uma xícara de café, agora imaginas em que situação agente estava.
- Deixe isso pra lá pai, não venha recordar misérias.
- Misérias, filho ?
- Sim, ou mais que isso.
depois de alguns minutos Luciano levantou-se da mesa e disse:
- Pai vou sair.
- Aonde vais ? quis saber.
- Vou ali.
- Aonde ?
- Falar com um amigo.
- Meu filho, tu vai atras de amigo, ou vai atras da filha do Quincas ?
- Vou falar com um amigo, pode deixar que quando eu for na cassa da minha namorada, eu não te engano, tu és sabedor que eu me prejudico mas não minto para ti.
Ele apenas balançou a cabeça, como quem concordava com o que o filho dizia.
Montou em uma bicicleta e saiu em direção a Praça da Bandeira, mas antes de chegar na Praça Lélis Santos, encontrou Fernando e foi logo dizendo:
- Curte a tua fossa, mané . Deixou o pivete roubar a tua namorada.
- O que eu vou fazer ? Respondeu perguntando o amigo.
- ficar na fossa.
- Pra lá tu vai.
- é o nosso caminho sabia ?
Fernando apenas sorriu, enquanto Luciano comentou:
- agora, quem vai agarrar a Milena sou eu.
- Pra mim tanto faz.
- Ô meu amigo, estou com brincadeira, eu quero mesmo é que ela volte para te, e os dois se unem.
- Bobeira sua.
- Não és mais afim dela ?
- Sim, eu sou.
- Então.
- Mas, a minha alma, pede para eu não querer mais ela.
- ,Por que ?
- Mesmo, resmungou Fernando.
- Por que ela namora o Alexandre ?
- Nada disso, por que ela mostrou-se uma mu7lher de facilidades.
- Não fica nervoso, Fernando.
- Eu não estou nervoso.
- Pensei.
- Lucianna, não vai sair hoje ?
- Eu e a minha namorada estamos no maior problema, o nosso caso é um caso complicado, até parece os partidos politcos brasileiros.
- Por que, hein ?
o Meu amigo, o caso é muito longo, depois eu te conto, estes muros que cercam esta Praça, tem ouvidos.
- Alguma coisa de mau ?
- Não, São coisinhas desagradáveis, mas não esquente a cuca.
- agora quem fala para tu não esquentar a cuca sou eu, o seu fim vai ser casar com aquela menina, pelo menos tu encosta no pai dela e não precisa trabalhar.
- Tu achas que se eu casar com ela não precisarei trabalhar ?
- Claro que não.
- Tu pensa assim ? Sabes de uma coisa, vamos lá pra a Praça da Bandeira que é melhor para agente conversar.
E saíram sorrindo e zombando de tudo e de todos na direção do local escolhido.
O tempo seco e o vento forte, polui-a a cidade com suas nuvem de gases, em ruas que não estão asfaltadas.
A Praça da Bandeira enfeitada com suas luzes coloridas, era palco de diversão para a mocidade Arariense que exibem seus patins, suas bicicletas de ultimas gerações.
Os dois amigos sentaram ali, e observavam aqueles outros jovens que sobem nas muretas e bancos, simplesmente desrespeitando os decretos municipais.
Sério Luciano indagou:
- Fernando, tu que moras no bairro do Cruzeiro, conheces uma senhora de nome Rosa Nuda ?
E o amigo respondeu pensando alto:
- Rosa Nuda...Nuda... Rosa...
E Luciano tornou:
- Sim, é uma senhora pelo que parece bem idosa, ela era parteira .
- Ah, sei quem é, ela é uma velhinha bem baixinha, tem os olhos azuis, cabelos compridos quase ao meio da costa, esta sempre com um vestido branco, é essa ?
- Não sei, pelo que falas deves ser, adora fazer trico, é ela mesmo Luciano, é a única Nuda que mora lá embaixo.
- Deve ser ela mesma.
E Fernando tornou:
- Por que,m hein ?
- Eu queria falar com ela.
E Fernando tornou:
- A minha mãe tem bastante amizade com ela, é a nossa vizinha, é uma pessoa agradável, é a vovó que todo neto queria ter. Desculpe a minha curiosidade, mas o que queres com ela ?
- Um caso muito particular.
- aparece lá, só que ela já está um pouco surda, tem-se que falar gritando também aquela velha já rezou missa pra eleger um Papa.
Cabisbaixo, Luciano tornou a perguntar:
- Fernando, és capaz de acreditar que eu pareço com a Lucianna?
O amigo sorriu, olhou para o rosto dele e disse:
- Não, não. Ela é muito mais bonita e, sorriu.
Os dois amigos ficaram ali por muito tempo falando cada um dos seus problemas, recordaram do tempo em que estudaram juntos no Colégio arariense, e as novidades em que Fernando vira na terra de  Nélson Rodrigues.
Naquela noite Lucianna, não encontrou o namorado por que não saiu de casa e nem a Milena, apareceu na Praça para exibir os seus dotes de donzela adolescente.
- Vou embora, esta tarde; disse Luciano.
- Tudo bem, respondeu o amigo, percebendo que ele levantou-se.
Fernando, foi embora, separam-se, e no caminho para casa Luciano pensou:
-A Rosa Nuda, é vizinha do Fernando, então já tem meio caminho andado, e ai eu vou saber se somos mesmo maninhos. Neste tempo todo estou sendo enganado pelo meu pai e pela mulher que me criou, mas ela deveria ter me revelado se é verdade que possuo uma irmã. Mas, da verdade quem deve saber mesmo é a a enfermeira.
Quando Luciano chegou em casa, Leonardo já dormia, ele entrou pelo portão sem que fizesse ruido, deitou e dormiu.
Na madrugada quando tudo estava silencio ele pôs- se a sonhar com a mãe:
- Meu filho, a minha alma sente uma tristeza enorme de não me ter conhecido, estou ainda mais triste por que esse tempo todo o teu pai e dona Herminda sempre te enganaram, e assim como enganam a Lucianna, não aceite isso meu filho, tome uma atitude, que se fosse agora eu tomaria e jamais me mataria, eu só fiz isso por que o Leonardo me separou da minha filha.
despertando o meni chamou aflito:
- Pai...pai...pai Léo.
- O que foi....o que aconteceu ? Veio saber ele assustado.
Sem falar nenhuma palavra para o pai, o menino começou a chorar.
Leonardo insistiu:
- Fala meu filho, o que foi que aconteceu ? Estás sentindo alguma coisa ?
- Não, não.
- Então.
- Estava sonhando, pesadelo.
- Sonhar é coisa normal de quem dorme, rapaz.
- estava sonhando com a minha mãe.
- Isso é besteira tua.
- Sonhei mesmo, pai.
- Vai deitar que tu não sonhas mais com ela.
Ele arrumou-se na cama e dormiu outra vez.

No dia seguinte.......
Lucianna, encontra-se com Milena na rua e indaga:
- E o Fernando ?
- Não sei, não quero saber dele, estou com o Fernando e agora a vida é outra, Lu.
- Puxa, tu namoras o Alexandre.
- Eu sei  bem o que tu vai dizer, acontece que gosto dele, sou consciente que as pessoas ficam falando que ele é muito brincalhão, mas ele vai mudar, e ajudarei a se transformar em uma pessoa conceituada nesta terra.
- Tens razão.
- E o Luciano ?
- O Luciano eu preciso saber o que está acontecendo, agente marcou de se encontrar e ele deu furo, o que não é normal, ainda não vi ele faz uns dias e isso não é normal, quando eu voltar para casa vou ligar para ele para agent4e sair junto, agora coleguinha eu vou te pedir um favor, volta para o Fernando ele gosta demais de ti.
- Vamos ver.
Depois de algumas palavrinhas as duas se despediram com beijinhos.
Era umas nove e meia da manhã, ela entra em casa e encontra o velho quincas, que pergunta:
- Saíste daqui as sete horas, são mais de nove e agora que aparece, por acaso falaste para a Júlia aonde ias ?
- Porque tenho que dizer aonde vou, e afinal de contas quem é Júlia, para querer saber aonde vou ou ficar dominando os meus passos. eu não quero papo com essa pessoa, e não fica fiscalizando os meus passos.
Eufórico ele respondeu:
- Fiscalizo sim, aquilo que é meu eu fiscalizo, é o meu dever fiscalizar.
- Mas, fique sabendo que não admito ser fiscalizada.
- Lucianna, ralhou ele.
- eu não fui fazer na rua nada que estás pensando, se eu quiser falar com o meu namorado basta eu ligar para ele, que é o que eu vou fazer daqui a pouco, não existe fenomenbo humano que separa duas pessoas quando elas se amam, sabia ?
- Menina ?!
- Por que me reprende se estou sendo sincera ?
- Vou me retirar daqui para nao te bater.
E saiu em direção a cozinha deixando-a estaica no corredor. Mas, logo em seguida Ela se aproximou do telefone e discou:
- Alô.
- Quem esta falando, perguntaram do outro lado da linha.
Lucianna, colocou um pano na boca do telefone e fechou as narinas com os dedos para disfarçar a voz e perguntou:
- O Luciano, está ?
- Quem deseja falar com ele ?
- Eu, Maria Bernarda, somos amigos da escola, chame-o, por gentileza.
E da beira da cerca do quintal que separava as duas casas ele gritou:
- Lucisano, telefone para te.
- Quem é, quis saber, lá do fundo da casa.
- Uma fulana de tal chamada de Maria Bernarda.
- Maria bernarda, repetiu ele calmamente.
E veio entrando na casa de Herminda pelos fundos.
Aproximou a boca do telefone e perguntou baixinho:
- Quem é ?
- Oi amor, tudo bem ?
- Eu perguntei quem é?  perguntou sério.
- Não me conheces mais ?
- Lucianna, repetiu mais baixo ainda.
- Sou eu mesma querido.
- O  que desejas ?
Lucianna, olhou para um lado e para o outro e respondeu :
- O que tens, que está sumido ?
- Problema.
- Aonde nos encontramos hoje ? Quis saber ela.
Distraída ao telefone ela não percebeu que Quincas, estava na porta e continuou:
- Pode marcar,
- Como pode marcar, fala meu querido, marque.
- Tu que marcas .
- eu não marco mais, já duas vezes que marco e tu dá furo.
- Mas, agora prometo que não darei
- Vou sair daqui de casa as oito da noite, ta bom ?
- Está.
- Então um beijo.
- Outro, respondeu ele.
E quando ela arriou o telefone no gancho, Quincas perguntou:
- Para quem estavas telefonando ?
Ela virou-se rapidamente, avistou o pai e empalideceu e nada respondeu.


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