terça-feira, 5 de outubro de 2010

DECIMO SEXTO CAPITULO DE LUCIANNA




No dia seguinte...
Bem cedo, Luciano bateu na porta de Herminda para tomara café.
Alegre como raramente ele aparecia na casa da mãe adotiva, ela ficou curiosa e, indagou:
- O que tens que estás tão alegre hoje ?
- Nhá Minda, nem podes imaginar o que passei, no dia de ontem.
- Como posso imaginara, antigamente eu ainda arriscava, mas agora que vives a correr atrás da filha do aurífice, nem mesmo sei o que falar.
Sorrindo ele respondeu:
-Nhá Minda, passei por momentos apertados ontem, o velho nos agarrou,  e pediu até pelo amor de Deus para que eu me saia da filha dele, e disse mais, que me enfiava uma bala na cara. Nhá Minda, acredita que ele tem essa coragem toda ?
Arregalando os olhos ela indagou:
- Como é que é essa conversa Luciano ? Eu não estava ligada no assunto.
- Então esqueça Nhá Minda,respondeu ele.
Séria a velha resmungou outra vez:
- Bala...Amor de Deus...Coragem.
- Esqueça Nhá Minda.
- Esquecer coisa nenhuma, eu vou falar ao Leonardo, nós vamos ter que te separar dessa menina, de qualquer modo a qualquer maneira, embora isso venha a prejudicar os teus princípios sentimentais.
- Como é que é ?
A velha silenciou e ele tornou:
- Será que existe alguma coisa entre eu e a Lucianna, que estamos proibidos de nos amar ? Eu vou querer saber.
- Não sei se existe, ou se existiu; respondeu ela.
E caminhando pelo imenso quintal da casa, o menino tornou a indagar, mais de longe.
- Nhá Minda, tu aceita, eu trazer aquela menina aqui ?
Ela respondeu repentinamente:
- Não. na minha casa eu não quero aquela mulher.
- Por que ?
- Problema meu.
Luciano olhou demoradamente para a velha que tornou a interrogar:
- Te assustaste com o que lhe respondi ?
Ele permaneceu calado enquanto Hermina falou:
- Jamais esse namorico de vocês, podem continuar, nem eu e, nem o Leonardo queremos a união de você com aquela mulher e aquela família dela, tu sabes que aquele velho não vale coisa nenhuma. Largue aquela menina, ainda mais, que ele já prometeu até bala para ti.
alegre ele respondeu;
- Nhá Minda, eu não posso abandonara a Lucianna, essas polemicas, essas ameaças são a rotina de uma vida amorosa juvenil e, fortalece mais agente, isso é um mundo fantasioso que o pai constrói quando ele não quer que a filha dele namore aquele garoto que ele não conhece; e colocando a mão sobre o rosto continuou: - acontece que tu e o meu pai, tem uma imagem completamente distorcida da Lucianna, só a conhece de visão e de longe, nunca levou uma conversa com ela, agora fica nessa.
- Luciano, Luciano, quem me avisa amigo é, respondeu ela.
Momentos depois ele a beijou carinhosamente e disse:
- Nhá Minda, eu vou sair, não precisa deixar almoço para mim, eu não sei dizer a que horas eu volto, entendeu ?
E saiu caminhando tranqüilamente em direção a casa em que morava Leonardo, enquanto herminda acompanhava-o, com o olhara e imaginava consigo mesma:
- Luciano, eu não quero que tu namores com ela por que eu tenho ciumes de te. Se tu fosses o meu filho de sangue, poderia dar o que dá, que eu te separaria dela, a menina que tu namoras e és verdadeiramente apaixonado, é a tua própria irmã, e colocando a mão sob o queixo continuou a imaginar:
- Não quero mais está viva quando este assunto for descoberto, tomara que eu esteja já nu fundo da terra quando este menino descobrir, se ele descobrir, que a mãe dele foi morta pelo Leonardo, seria bom que o Leonardo, fosse aos poucos esclarecendo ao filho o por que do repudio a esse namoro, e depois de um bom tempo ali sozinha, concluiu o pensamento : - quer saber de uma coisa, deixa isso pra lá, esse namorico pode ser fase e acabar logo, vou é cuidar no meu serviço. e com um pedaço de pano velho sobre o ombro, caminhava de um alado para o outro da casa, limpando os moveis.
Em sua casa, Lucianna, continuava trancada em seu quarto, como se estivesse enclausurada a cumprir um castigo.
As vezes Ilvã a chamava:
- Lucianna, abra a porta desse quarto.
- Não posso, respondia ela.
- Lucianna, Lucianna ?!
Ela levantou-se calmamente,  e encostou atrás da porta e ficou apenas a ouvi a voz da mãe adotiva, que aumentava o tom  a cada momento em que era desobedecida pela filha.
- Lucianna, insistiu em chamar.
- O que queres comigo que não me deixa ter sossego, já não basta a tortura de ontem ?
- Lucianna?!
- Pare de gritar o meu nome, esqueça que eu existo, vá atrás do meu pai, ele está lá na joalheria, vai te esconder para não me proteger da tortura, sai daqui pelo amor de Deus, eu não abrirei a porta do meu quarto, eu não vou abri.
- Lucianna?!
- Sai da porta do meu quarto já disse, eu não vou abri.
Pacientemente, Ilvã falou:
- Será que tu não estás conhecendo a minha voz ? O que ela está pensando que eu vou ficar aqui o tempo inteiro ?
e calmamente tornou a chamar;
- Lucianna ?! Luciannnnnnnnnnnn...na.
A garota não respondeu absolutamente nada, atirou-se sobre a cama, cobriu o corpo com o lençol, tampou os ouvidos para que não ouvisse mais nenhuma expressão da mãe.
Ilvã saiu dali, foi ao telefone e, chamou Quincas que momentos depois chegou perguntando;
- O que está acontecendo ?
- Essa menina não está querendo abri a porta, cansei de chamar, ela responde e não abre a porta.
e caminhando em direção ao quarto da filha, ele a chamou desperadamente:
- Lucianna !?
e ela nada respondeu.
- Lucianna?! tornou ele.
Percebendo o estado de silencio, e falou virando-se para a esposa:
- Naturalmente, não deve mais ter ninguém aí, ela já deve ter saído.
- Não ela está ai, respondeu a esposa balançando a cabeça afirmativamente.
- E por que ela não está querendo responder ? Indagou ele.
Ilvã disse séria:
- Talvez o silencio dela seja um modo de vingança, muitas pessoas dão o silencio como resposta para as coisas, fazem das perguntas das pessoas coisas insignificantes.
- Não estou querendo saber disso, nesta casa quem manda sou eu, quem fala alto sou eu, e não aceito cara feia aqui, ou qualquer tipo de repudio contra os meus atos, quem não estiver se dando bem ou se transforma ou vai embora.
Ouvindo as expressões duras do velho, ela levantou-se descalça e foi-se aproximando da estante para que ouvisse melhor, ai então pegou um caderno de recordações que ela tinha, como se fosse um diário para escrever alguma coisa. Ele chamava:
- Lucianna?!
E ela tranqüilamente escrevia:
" Eu queria ter o poder de me transformar seja no que fosse. Queria sentir o calor da alegria que nem a mais pura água seria capaz de exterminar,mas infelizmente a felicidade não é para todos, e entre tantos infelizes ainda estou eu, por que o tempo passa e eu não tenho direito a um sossego, mal mal ouço o pequenino som da atualidade. eu queria que a minha sensibilidade infantil transportasse para tantas outras pessoas o romantismo que ainda não tenho, e o sentimento dessas tantas outras pessoas a este velho que tive a sorte de ter como genitor. Eu queria ser como o poeta que tem um mundo de fantasias em um pedaço de papel, por que o poeta não é preciso chorar para se emocionar, o poeta emociona-se antes de chorar, eu queria simplesmente pronunciar, chorar e sorrir ao mesmo tempo sem que os olhos curiosos de alguém fossem capaz de perceber.
Tanta coisa eu queria poder fazer, mas infelizmente não posso e tenho somente que escrever, para não perder o desejo e, ao ler alimentar este sonho, que está constantemente a perturbar o meu sonho. fico feliz e admirada quando vejo uma criança gesticular, sinto que ela está querendo dizer alguma coisa, mas a sua voz ainda continua presa, na garganta e por isso ela apenas gesticula. tudo para mim tem um significado, uma tradução importante, e é por isso que respeito e preservo os sentidos e os sentimentos de todos os seres humanos, enquanto os meus são violados, violentados e torturados.
São os sentimentos que nos fazem conhecer alguem, por que ningem conhece uma outra pessoa simplesmente com um bom dia, ou uma boa tarde ou uma boa noite, mas sim pela razão, pela inteligencia, que cadas ser humano possui e é o que o diferencia dos outros animais. Por que a razão depende do amor, e essa razão nos é dada por Deus, que acionou os sentidos,  e estes comove as cordas celebrais, deixando-as, tensas, tenras e vibrantes.
Tenho absolutamente certeza que nada do que escrevi aqui é falso, e nem tão pouco estou fazendo uma pulsilanimia e sim para deixar gravada,  a forte dor de uma criatura privada, sem direito a amar. não quero que isto me sirva de documento  mais tarde, senão aí,  sim estaria sendo covarde e, para aqueles que estão mortos jamais poderemos provar alguma coisa. e mortos são todos aqueles que vivem por verem os outros viver, mortos são todos aqueles alienados a modas, a charmes a artes.
Mortos são todos que sempre estão usando e abusando da tortura e a covardia como arma de vingança, como instrumento de civilização. São aqueles que usam o tormento como modernismo, são os que usam da calunia e da mentira para a sua defesa pessoal, enfim são essas pessoas que não se importa com os problemas nem das pessoas e nem do nosso País e, nem da nossa casa ou mesmo da nossa família. Mortos, são aqueles que não usam o bom senso para analisar as emoções de cada um, ou mesmo os que acreem em poderes sobrenaturais. Mas, a vida é assim mesmo, é uma estrada, um mundo cheio de planalto e planícies, uma revolução de idéias, que chega a perturbar o corpo frágil. Um derivado de mesclas.
Masclas que me complicam, que em determinado momento chego a imaginar que nem mesmo a água do Mar é azul, e sim azul é a minha frágil visão, ou talvez a minha cor, a cor da minha pele, as cores dos nomes dos maiores poetas, escritores e compositores da Musica Popular Brasileira, as cores do sentimentalismo de uma menina mulher, como eu. Azul, é a cor do romantismo, que ama o romântico. É a cor de Gonçalves Dias, o maior poeta romantioco, ou a cor de tantos outros amigos que ora me rodeia, pode ser a cor da verdade, que estou a expressar constantemente.
Não existe outro meio de eu me desabafar, por isso comovida escrevo este diário, pela alegria de ainda poder escrever, por que muitas vezes me expressei sozinha, como se estivesse a sonhar com a minha própria felicidade. quantas vezes procurei uma pessoa para dialogar e não encontrei, e punha-me a filosofar  solitariamente como alguém que está abandonado ? Nem mesmo os beijos do meu pai quando recebia quando pequenina,  satisfazia o meu ego. Não sei, sou muito menina, muito nova, mas com torturas jamais conseguiremos orientar está juventude, nós que somos os meninos e as meninas de hoje e seremos os homens e mulheres do amanhã, os pais e as mães de famílias de uma geração que virá,  que nem tenho idéia de como será recebida. Há momento que imagino comigo que a vida é feita de momentos, é feita de instantes, de pedaços de fundamentos. O caracter de certas pessoas é como um dicionário sem páginas. e essas mesmas pessoas, são as mesmas que vivem a torturar, a desrespeitar, a malhara ironizar, e chega om tempo em que ela não tendo do que zombar, zomba do seu prorpio mal.
Vou para por aqui, por que o dia será longo e, vários são os registros que cercam este acontecimento"
e tranqüilamente colocou o caderno diário na estante.
Lucianna ficou trancada no quarto até o momento de ir para a escola. Não quis almoçar e nem tão pouco trocou qualquer palavras com os pais. depois de sair do quarto sentou-se na poltrona da sala de visitas, colocou meias e sapatos. ainda arrumava-se para ir á escola quando foi surpreendida pelo velho dizendo:
- Aonde estavas que chamávamos e não respondia ?
- Aonde ue poderia esta ?
- Não sei, se por acaso soubesse não estaria lhe perguntando, disse ele. Ela continuou calada enquanto ele tornou:
- Estás de mal com o mundo, que não queres mais nem falar comigo?
ela levantou-se calmamente da poltrona e saiu tranqüilamente para a escola, enquanto ele dirigiu-se para o quarto aonde estava Ilva, dizendo:
- Eu falei com a Lucianna, e ela não me falou absolutamente nada, retirando-se para o colégio, será que isso é um dos modos dela vingar-se de mim, não dando respostas as minhas interrogações ?
- Penso que sim , respondeu ela.
E ele tornou:
- Na verdade essa menina está nos dando dor de cabeça, mas Ilvã, nos que vivíamos tranqüilamente, sem contrastes e sem indagações, sem qualquer tipo de pertubação, estamos enfrentando isso agora, após termos tomado essa criança como filha.
- Mas, eu te avisei.
Enquanto eles dialogavam a menina na porta da escola, estava apenas pensando no namorado que naquele dia não foi á escola. Os colegas a sentiram muito agitada e impaciente, por que ela andava de um lado a outro da calçada o que não era comum. Percebendo o seu desconforto Germano, colega de turma e amigo de Alexandre, aproximou-se dela e disfarçou:
- Temos prova hoje, Lucianna ?
- Que eu saiba não, respondeu ela.
E ele tornou:
- Na minha concepção parece que estou lhe vendo nervosa e impaciente ?
- É a vida.
- Que vida ?
Antes que ele pudesse responder, Alexandre surgiu rapidamente no meio deles cumprimentando, espichou o braço para que se tocassem mão a mão. ela ficou parada, enquanto ele perguntou:
- Por que não falas comigo ?
- Chega Alexandre, será que não percebes que eu não gosto de te ? Puxa, não basta aquele telefonema falso que desta à minha casa dizendo que era o meu namorado e, por cima de tudo dando o nome de Luciano ?
- Eu, quem disse que foi eu ? Jamais alguém tem prova que fui eu que fiz aquilo, o Germano está de prova, eu nunca andei com nenhum cartão telefônico no bolso.
Áspera ela respondeu:
- Está bem , agora sai de minha frente seu gabola, marginal transvestido de estudante, desgraçado que está a complicar a minha vida, afasta-te de mim caluniador quem te chamou aqui ? Qual é a mulher que vai querer-te mexeriqueiro ?
Ele nada respondeu para ela, apenas limitando-se a ouvir tais expressões duras que ela dizia e Germano o amigo tentando acama-la.
Germano disse:
- não fique assim Lucianna, tens razão quando briga, por que o seu pai recebeu um telefonema anonimo, e o mesmo se passava por Luciano e, não era o dito cujo, mas tenho certeza, que esse telefonema não foi dado pelo Alexandre.
- Eu nem sei o telefonema da casa dela, nem sabia que eles possuem telefone, disse Alexandre.
- Está legal seu descarado, mas que telefonaram lá pra casa, telefonaram e não tiveram a coragem de dizer quem era, ou revelar o seu verdadeiro nome.
- Calma Lucianna, disse Germano.
- como poderei ficar calma se o meu pai, quase me bateu por essa safadeza, somente por que não quero esse vagabundo, ele vai fazer isso ?
- Não foi ele Lucianna, eu te garanto.
- Então foi tu ?
- Eu, que necessidade, teria eu de fazer isso contigo ?
Colocando a mão na cabeça ela tornou:
- O meu bom senso não cansa de dizer que foi esse marginal, que fizera aquilo, se eu fosse um homem neste momento Alexandre eu sairia na porrada contigo, e és um cara tão sem vergonha que ainda vem falar comigo, seu cretino.
sorrindo ele falou:
- Esse teu orgulho, acaba logo, logo.
- Tomara que acabe logo, mas fique sabendo que mesmos endo tu o único palhaço fantasiado de homem, ainda assim eu não vou te querer, para mim tu és uma mulher.
- O que ? indagou ele arregalando os olhos.
E ela tornou:
- Covarde, arranca-te daqui, eu não te chamei para junto de mim, sai daqui, eu estou esperando o meu namorado, tu és tão jovem e tão sem vergonha, quando tu vai adquirir vergonha, cara ?
E virando-se para germano falou:
- estou é tu, uma pessoa tão boa se misturar com uma peça dessa.
- O que vou fazer, ele não é melhor, mas também não é pior do que qualquer uma outra pessoa.
- Tu deve andar é com ela Germano,respondeu Alexandre saindo caminhando na direção da escola.
Enquanto ela dizia a Germano:
- Se os meus olhos fossem balas eu já teria matado esse moleque, gabolinha que só ele, ele tem que procurar uma menina do mesmo nível do dele, sabe o que eu quero, é ver é esse pestinha queimar no inferno.
- Não fale assim Lucianna, todos nós temos direito a um amor.
- Claro Germano eu já tenho o meu amor.
-Tu tens a tua opinião de vida e eu tenho a minha, ele tem a dele, mas continuo dizendo que não foi ele que telefonou, sabes de uma coisa, eu vou entrar na escola, por que faz muito calor.
- Vai firme e tranqüilo, eu estou esperando o Luciano, se ele não vier á escola, eu também não vou entrar e não vou assistir aula nenhuma, e certamente vou atrás dele para agente se encontrar aonde ele estiver.
Percebendo germano se distanciando ela pensou alto:
- Cambada de falsários, imagina que não sei que foi vocês que armaram aquilo.
e sentando-se, cruzou as perrtnas e pôs-se a alisar os cabelos que desarrumavam-se com o incontrolável vento que soprava de leste a oeste.


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