terça-feira, 5 de outubro de 2010

livro - ESSÊNCIA DAS COISAS - poesias e poemas





ESSENCIA DAS COISAS
AUTOR: José Maria Sousa Costa
Poesias


SE EU MORRESSE AMANHÃ, DE MANHÃ.


Se eu morresse amanhã
De manhã
Levaria ira, desgraça e ódio
Uma dor que sobe ao pódio
Como as dores da minha irmã.
Mas,
Como não morrerei amanhã
De manhã
Liberto-me do ódio
           Da ira, da desgraça
E que do céu jorre todas as graças
Dos que sobreviverão, mais um amanhã.
O amanhã, é o retrato de uma outra vida
Admirada de uma nova retratação
Retratada por uma outra geração.
E aos poetinhas ainda não nascidos
Cantarei
Como canto à minha irmã
Pois não morrerei amanhã,
De manhã.




FACE

Quando contemplar-lhe face a face
Imagino encontrar o mesmo rosto
E que não tenha eu perdido o posto
Para o aventureiro do disfarce.

Quero olhar-te e beijar-lhe tanto
Como sempre quis um dia
E que essa coisa que me irradia
Não me venha servir de pranto.

Espero encontrar a mesma voz
Ter ainda o mesmo riso
E no meu ego o mesmo aviso
Que face a face diremos nós,
Faremos do poder uma ciência
Onde do amor
Se cultivará a inteligencia.



PAIXÃO


Fere-me um vácuo
             dormente
             delirante
deixando arrastar-se
    entre carnes frias
      um rasgo ferino
         de uma faca
              alucinante, 
                     onde
queima a pele e fere
            a garganta.

A ferro frio, a fogo
de uma louca paixão
é o eco da alma aflita
              pobre
              varrida
              falecida
como é triste essa devassa condenação.

Alguém chamará por ti
Mesmo em tê-la  por triste sorte
              uma dor cruel
              cruel como a morte.

É doloroso
o lamento em si
elevado a cruz da condenação
               pelo caminho da paixão.




              PELE

Essa pele morena
Cheirosa e cativante
Essa cor emocionalç e explosiva
Por favor fita-me e diga
O que embeleza esse corpo belo
                      Altivo.

O que usas que atrai a tantos
                      Nessa pele
Nesse pêlo de criança ?

Confesse e da-me esperança
Sem que eu possa cair aos prantos
Uma pele tão lisa
               tão bela
               tão calma
Da cor do pecado novo
Saindo do fundo do povo.

É essa pelo atraente
Igual a alma
Que reveste uma mulher formosa
Cheirosa e gostosa.


TRANSCENDENTAL


Derrama o frio quando teu corpo
Nu rossa no meu
E volta o arrepio
Desse ser alusivo, na ânsia
De querer deitar e fazer.

Fazer cópula
Amar sem exagerar
E com meu ego
Esse teu eu alimentar.

Então diga ao prazer que vivo
Rossando, esfregando
Às vezes chamando, para
Querer, deitar e fazer.



PRAZER



        Você
Que anseia ser mulher
Tem que sentir a dor   
                     Pavor
Provar um amargor
E o lado quente de um fulgor.

Tem que dobrar o seu quiser
Romper os odores
Analisar o querer ansioso
E rosnar, e rossar
               E na chama
                   No seu fogo
                   No seu lodo
Envolver o seu todo.

       Você
Que vai ser mulher
Tem que aperfeiçoar a alma
Tem que manter a calma
E cuidar dos cheiros
             dos cabelos
             dos chamegos
E das pontas dos dedos.

               Tem que cuidar de tudo
                                       dos anéis
                                         dos bordéis
                                           das orelhas
               De uma ferida atraente
                            felina e querida
Que não veda jamais.




          POLVILHE DE UM CANTOR


Malicias e frescura
Gostosa aventura
Ocaso de outono
Polvilhe de um verão
                      Gritos
                             Desmaios em vão
                                                  No chão.

De todos os conceitos
Com vários preconceitos
Aceita-se
O canto de louvor
Na glória e no amor
Que pavor !

            Dobra-se as mãos
           Cai-se entre panos
          Rasga-se
        Esgota-se os danos
      Tudo escorre em vão.

                                    Perde-se o talento entre gotas
                                    Morde-se
                                    Chupa-se
                                    Como uma louca
                                    Uiva-se como fosse loba
                                                 Num grito fofo,
Ou em um gemido louco.



 
DEVASSA



Prenda a voz grave contra os meus tímpanos
Sacode o teu desvairo contra a realidade
Deixa intensamente o cheiro maldito
Que no realismo exala
E corrói a tua carne.

Não deixe a publico o teu aroma embriaga
Nem na pele o teu cheiro felino
Com a pele fria e as carnes quentes
Causa-me uma dor aguda
Alucinante.

Mas,...
Se os teus desejos atormentar-me tanto
Prenda-os, como caos humanos
Que arrasta-se
       Condena-se
Rasga as vitimas
Que devassos cantos, os seus loucos planos.

Porem, teu louco orgulho prevalece
E a calunia
    A inveja
Tudo o que detrói um corpo, desaparece.




ESCÂNDALO


Vem
Atire-se sobre o meu corpo
Aperte-me contra os teus seios
Sufoca-me com os teus desejos
Arrepia o meu pelo
Abafa a minha voz
            Meu grito
E arrebenta os meus ouvidos.

Vem
Encoste em mim, assim
Não, de frente mesmo
Morda o meu orgão de gosto e fala
Estoura o meu ego
Me faça um gatinho
E me arranhe devagarinho.

Me enche de fado
Deixa eu por este orgão macio
E explorar esse pedaço de luz.

Me faça gozar
Deixar terminar
Me faça rolar
Que eu lhe faço gemer
Ou, role comigo, assim...assim,
E faça da vida um prazer.



IMAGINE

Imagine
Se eu parasse para te olhar
Não conheceria os teus olhos
                            teu corpo
                            teu aroma
Tua força talvez.

Imagine
Se eu caminhasse em tua direção
Alimentaria os meus calos
                  as minhas sinas
                  as minhas cismas
E até confessaria os meus pecados.

Imagine

Se colassemos boca a boca
Eu sugaria todo o seu frescor
Arranharia o teu corpo
E sanaria a minha dor.

Imagine
Se eu tomasse a tua mão
Confessaria que eu te amo
E olharia nos teus olhos
E deixaria no teu ego
A semente da sobrevivencia




CAMINHO DAS ÁGUAS


Derrama do alto, um líquido solto
Embebendo o meu corpo e a minha alma
Não sei se cai dos céus
Ou dos ares que se arrastam
Em forma de garoa
Deixando o meu sangue e minha tese louca.
Arrasta-se de lá, ergue-se de cá
Deita serra abaixo, e escorre pelo chão
Clama alto, como fosse guerra
E suicida a todos em mistura de pão.
Deita a tatuagem, em rastro de poluição
Frustrando vidas e alimentando a raça
De uma arrasadora perturbação.
Esse liquido, essa cor
Se, aroma, embebida por areia fofa
Não ressuscita a vida que falece
De um ser vivo que cai em volta.
Esse liquido que cai, não sei de onde
Não sei de onde sai, e nem quem consome
Sei que das plantas não mata a fome
Mas quando se clama:
- Pegue e tome.




COMO TU ÉS BELA
    

         Essa voz bela
         Essa voz pura
         Esse riso formoso
          Maravilhoso
Quanta prudência, quanta tendência
Como tu és bela.

Teu corpo
Tua sedução
Teu suave aroma
Tua boca pequena
Teus ósculos.

Teus olhos pequenos
Esses beijos que te enfeitam,
                          Te exalta, bela....tão bela mulher.
Voz brilhante
De brilho sereno
Teu cabelo
Liso, negro
Como asa de grauna
Que alegre canta quando o mar espuma.
                          Voz potente como primavera
                        Aroma doce como mel
                      Como és bela, e comigo aqui fica
                    Responda
Como te sacrificas ?



UMA VEZ TRISTONHO


Estou longe e não consigo te esquecer
Por um minuto queria poder te abraçar
Não quero que digas, não vivas comigo
Mas, lembras de mim, que sonho contigo
Tristonho e esta não é a ultima vez
Quero ver-te, abraçar-te, quero a sua
Mão, que beijarei com bravura.

Mas,
Distante não posso beijar-te
Só posso mesmo, é sonhar
Mas dia virão que nos cruzaremos
E podemos matar essa dor
De nome saudade.

Veja bem,
Assim como as águas pulam nos Mares
Sei que verei pelos lares caminhando
Em passos brandos
Para ouvi o meu canto.



FRUSTRAÇÃO


Cansei de olhar em seus olhos
E perceber a falsidade
                 O fingimento
                  A dor.
                  A dor
De uma incompetência
Fértil de moral.
                    Cansei de olhar teus gestos
                                            teus atos
                                          tuas ações
E perceber que por trás da incompetência
Esconde-se a puta
                   Que luta
Pelo amor com muita prudência.
Cansei...cansei de ouvi teus gritos estericos
Teu tudo esquezofrenetico, tua voz
Cansei de ter-lhe como donzela.
Perdi o teu cheiro, teu aroma, tua cor
Perdi o jeito de ser amável
E com certeza sempre duvidei do teu amor
Do teu povo e do que finges ter.
Cansei,
Cansei de ilusões, de sonhos
                               de teorias
                              promessas
                            agonias
                          poesias
e de queixas.
cansei, cansei por tudo o que eu sei.




DOCE É MORRER, MORRER AMANDO

Doce é a vida
          o amor
          a cortesia
          as fantasias
doce é morrer, morrer amando.

                        Amando pai, mãe
                         Irmãos e corações.

                         Doce é o amor
                         Amar tudo, até a alma.

Morrer, é acabar-se em vão
Sem amor
Sem cortesia
Sem carinho
e sem coração.

Doce mesmo é morrer
Morrer revivendo tudoo
Os gestos, as águas, as cores
Doce é amar e sentir saudade
Por que, amar é escravizar a alma
Por que doce é morrer amando.



BELA


Bela como a luz
Resplandecente como o Sol
Brilhante como uma estrela
Assim, é o rosto dela.
                           Fascinante,
                           Maravilhoso
                           É o olhar, o sorriso,
Conquistador o seu aroma
E com exubero tom de amar
Te enfeita, e te exalta bela
                                    Bela mulher.

com esses olhos verdes
Essa pele que a reveste
Com os longos cachos que te embeleza
Comove-me a um desejo louco
De amar, esses olhos bonitos, estrelados
Que me fazem eternamente apaixonados.



ESTRELA


E as estrelas que ainda são estrelas
Deixa fugir o brilho, quando estira-se ao leito
Pedindo ao véu, que a cubra
E esse véu sou eu, sou eu.
E a estrela caindo, estira-se
Esperando um afago,
E ela rola e rola de emoção.
E essa emoção, escorre glade abaixo
Nascidas das expontaneidades das glândulas
Que sorrindo, interpreta
Até exterminar.
E a estrela deitada geme
                               Sorrir
                     Caída assina
O gosto que deitada sente.
E a estrela ósculada
Lábios grossos
Deita-me comovido em vê-la
Tão possante, como verdadeira estrela.




FLUXO


E vem
E como um rio desemboca
De mansinho.

E sem carinho
como um pássaro faz seu ninho
e como um copo desemboca
Na ponte que transporta
Pela porta, que importa a vida

A vida de cor santa quando escorre
Marca o tempo sem ter ira
E com fluxo ou refluxo
tudo corre por um caminho
E quando isso acontece
tudo apodrece
Alguém chia.

E passa sangue, passa água
Até o pensamento de um guia
E quando passa, passa em forma de romaria
Numa vida atrevida, redimida.

Com fluxo ou refluxo
Tudo passa no dia a dia
Do seu caminho em delírio
Tudo fica fofo, sente-se mofo, podre,
E pálida transforma-se em lírio
Me irrito
      Agito
           Irradio
E quando cheia, exalando areia, tudo arreia,
E no ar, aquele mal cheiro.

Fico torta, como girassol, reino vegetal
Esperando que desça mais e mais
E que na mulher falte jamais
A água do ciclo menstrual.



FASCINAÇÃO


Eu te amo, e sei esperar com paciência
Quando os teus olhos vejo deslumbrantes
E o teu aroma, e a tua voz acochegante
Vive, e aumenta a minha potencia.

Essa forçal coisa, causa-me delírio
                              Causa-me ânsia
                                         Desejo e vida
                                                        E  paixão,
Eu me comovo perdido na ilusão
De um amor fiel, uma sedução.

E digo:
Vem saciar-me com os teus beijos
E matar de mim, uma sombria carência
Uma coisa tortura-me, a tua ausência.

E se das narinas perder teu cheiro
                             E esse encanto
                                 Esse amor
                                       Essa missão
Que, não seja em mim uma vã, fascinação.




ECO


Como se eu fosse um passáro
Que pela de galho em galho
Tomo a pena
E com  emoção profunda
Deixo no papel aparecer a cena
Que marca o meu coração no fundo.
Como se eu fosse o mar
Que asperadamente salta
E embeleza  os olhares
Dos homens que  falam,pelos sentimentos
Inspirando os melhores momentos.
Como se eu fosse um rio
Onde por eles escorrem chamas
Que alimenta estas canções
Que voluntariamente comove,corações.
Ou como o rio que corre para o mar
Ou mesmo o pássaro
Que  se expõe no ar
E é envolvido pelo seu cantar.




PIRÂMIDE



Você me inicia
Me causa arrepios
Me aquece todo
E sinto no pelo um frio
Nas carnes um desvario
E uma vontade louca
De ama você.

Sabe, você tem  um jeito estranho
Umas ações que chama,minha atenção
São gestos que comovem o meu destino
Alegra   sentidos
E me faz pensar em você.

Você me dá inicio numa vida
Me abastece de afago
Enche os meus ouvidos
Com a língua.

Comove a minha alma
Empalidece a  minha calma
Faz-me sentir dores
Que não quero ter
E nem compõe os amores.

Abastece o meu ego
Transforme o meu corpo em gás
Agite as suas pernas
Sacode os teus braços
Não me chame de louco
Que eu te faço pari calada.



DECEPÇÃO


Você
Cheio de sonhos
Carregado de projetos.
Você
Com todos os poderes
Com mil objetos
Analisando a todos
Erguei o seu rosto.
Você
Que desejava tudo
Que fazia modas
Vendia sorte
E desafiava a morte.
Você
Que tinha o seu nome
Nele vendia normas
E com o seu porte
Explorava os pobres.
Você
Cheio de ordens
Já imaginou se chegasse de repente a noite
E procurasse alguém
Alguém que você maltratou também
Só, só por ter lhe pedido pão ?
O pão que tinhas e abandonou ?
O pão fértil, que jogou no lixo ?
Ou se de repente entrasse em um local escuro
E pedisse luz para alguém
Esse alguém, de quem a luz você cortou ?
E se caminhando mais além
Encontrasse uma criança franzina, como  a que maltratou
Somente por   ?
E se essa criança te levasse a um jardim florido, colorido,
Como reagirias ?
Como te sentirias ?




COMO EU TE AMO


Como eu te amo
Como amo o Sol
                 A lua
                  A noite
Mas, os açoites são muitos
Mas, te amo.
Amo a formosura só tua
Amo a luz espalhada em teu sorriso
Amo a tua voz sensível
Que se alastra em mim
Como voo, que se espalha pelo ar..
Amo o teu leito
                      A chuva
                      Teus cabelos
                      Teus olhos, enfim
Como eu te amo.
Você me cativas, com os teus lábios
Doces, doce de manhã
Como qualquer maçã.
                               Te amo, e me recusas
                               Como fosse a terra
                               Carregada de serra
                                Para divulgar o meu canto
                                                                         De raça
                                                                          De paz.
Te amo e me abandonas
Deixando-me assim como as águas
                                                   Ventos
                                                    Mares
                                                     Rios
Céus e terras
Luas e estrelas.



    CORPO


Quero o seu corpo para me libertar
Quero os seus lábios para eu chupar
Te quero assim, neste momento
Nesta noite escura
Onde nu, contemplamos corpo e alma.
Quero o teu corpo para ser meu amor
Não me deixes só
Esfregando, afagando no seu ombro
Quero cochilar, e até sonhar.
Vem na escuridão da noite
Não temes o noturno da maldade
Quero o seu corpo de ágil nobreza
Eu me chamo, reclamo
Na certeza de ser uma princesa
Com esse cabelo tão leve
E, tão branco como a neve.
Eu te procuro
Não me negues o teu ser
Para eu não morrer
E poder pousar e teu padecer.



MARIA


Me chama de amor
Me faz recitar um canto que sane esta dor
Me chama de amor
Me aceitas de volta
Me ajude a compor.
Me mostra o teu ser
E aperte o meu corpo.
Maria, cadê a poesia
Que com rimas, fizeram melodias ?
Maria, Maria
Cadê o amor prometido
         O beijo escondido
          O aperto assasssino ?
Olha que emoção
Que canto de ternura
Olha que golpe
Como sofre, o meu coração.
Como pode agente ser criança
Como pode agente ter lembrança
De alimentar um amor, com tamanha esperança.




MACULA


Teu rosto molhado por águas ardentes
Queima-lhes a face fazendo chorar
As lágrimas caem dos olhos dormentes
Pulando, saltando como água do mar.

Teu rosto ferido, deixa-te pálida
Ferindo-lhe a alma, uma vida agitada
É a vida sofrendo com a caminhada
Caminhada triste e solitária.

E esses olhos tristes, me faz comovido
Cativando os sentidos, com lembranças
Desde as crianças, mas com emoções
Que desejo carrega-las como herança.

E o teu corpo ferido, caem em prantos
Recordando tempos, com melodia
E hoje tranquilo, te mostro meus cantos
Todos em formas de poesias.




TE AMO


Força
Noturno
Ah! como eu te amo
Neve
Inimigo
Solo
Ah!como amo os meus inimigos, seus sorrisos.
Véu celeste
Noite
Dia
Sol
Vegetal
Melodia
Dia de Sol
Inspira-me uma poesia.
Tudo é vida
Tudo é rosa
Tudo é silencio
O que eu confesso aos meus filhos
Das alegrias e nostalgias
Que tanto amor me inspirou ?




LUIZA


Vem cá
Me faz um amante moreno
Me diga qual a razão
Da noite banhar-se com eterno sereno.
Vem cá
Emancipa a minha vida
Me afaga estas dores
Coro-me com as flores
De uma poesia sem rancores.
Me diz por que choras tanto
Se as dores que sinto
Não sentes iguais
E, nem tão pouco os sinais.
Vem cá
 Me dá tua mão
Vem, compor cantando
Amando
Gostando
Eu te consolo por que és minha
Só minha, Minha Luiza.



CORDAS VOCAIS


Rasga-me as carnes
                Os sons
Fende-se as mucosas
                Os gemidos
E quando o maestro dá o tom
Sinto arrepios
Ouvindo estribilho.
Ergo a cabeça
E no céu uma estrela exibe o seu brilho
Como se um trem não enxergasse, o fértil trilho.
E esses gemidos vão-se carne a dentro
Como uma gilete que parte
                                      Entra
                                      Penetra
E maltrata quando a dor alvoraça.
Ali tudo surge, desenvolve-se como fosse cais
Onde sem regime
         Sem parede
Vão-se pelas cordas vocais.
E as cordas estalam
                  Falam
                  Explodem
E quando os ouvidos, contemplam ecos
Eu me arremeço, me viro, me entorto
E quando a dose é dupla fico assanhado
Torrido, como um cão danado.



              LUA E SOL


Lá onde o sol se esconde
Nasce emoções que observamos
Coisas que amamos e admiramos.
Coisas belas, naturais, como o sol
As estrelas, a lua
Que foca a terra como fosse lanterna
Engolindo a escuridão que nos rodeia.
Lua, lua eterna bailarina
Amante dos cavaleiros de lágrimas caídas
Queimantes e queimadas
Onde tudo aquece e se alvoraça.
Lua, dos amores feito tatuagem
Que corta e rasga carne viva
Com o sabor do teu brilho natural.
Sol, amante das dores, das cores, dos amores
Que partem sem pronunciar sílabas.




ESSÊNCIA DAS COISAS


Como uma luz a vejo exposta
E ao lado estático
Contemplo essa b beleza
Essa cadencia que a compõe.
No leito
Me deslumbra e como uma luva
Envolvo,comovido pelos arrepios
Onde puxo e repuxo até vomitar.
Eu me torturo e gosto
Coloco na boca que morde
E morde, e morde até não dá mais.

Com paciência alguém se estira
Tudo se arrisca, estala-se
Eu me cultivo
Meus nervos deslizam, estiram
Depois tudo cessa
A emoção passa depressa
E ninguém mais se expressa.



JUNHO


Só por você
Atravessei um país pelos ares
Cortei estrelas
E naveguei olhares
E quando quis
Pensei  em você.

Só por você
Eu peço um guardanapo à aeromoça
Vejo você quase moreno tosco
Rolando a vida como amor fosco.

Só por você
A minha aura canta, todo dia
O ar aquece as manhãs sombrias
E eu cochicho, amor
Ou passo a língua ao pé do ouvido.

Só por você...quero o Sol
Só por você, eu quero o mar
Só por você eu pego um avião em pleno dia
E fujo pelo ar.

Amar no Sol, no Mar
Amar no sol, no mar, no ar
Só por você
A escuridão da noite cai mais lenta
O beijo selo flui naturalmente
E a boca confessa naturalmente.

Eu, você, nós dois
Trancado num hotel
Debaixo dos lençóis
Fazendo gozo nele
Sem respirar depois.



PAULISTA


Meia luz, meu olhar, meu vício, meu fascínio
As balas que as crianças mordem
Ardem nas vistas, fitas, pistas
E faz silenciar em poucos, as canções, a ordem.
Pelas vistas, filas, vilas ou favelas
Nos paredões do Masp, Trianons, parques
Brotos, cospem chicletes
"Minas", viram tietes
Sonhando com as novelas
E todo o olhar é predador, discreto, neles.
Botas, meias, coturnos, pés descalços, sobre a grama
A cada esquina da Paulista
Um tese, olhar de medo, na grana.
Tudo acontece sob o Masp,
De um olhar,
a piscadela de garotos de programa.
De uma festa,
Ao convite pra deitar em sua cama.
De um corpo nu,
A uma bota sem fivela.
De um nome próprio,
A um apelido de pivete.
Tudo acontece na Paulista,
O beijo, o selo, olhar, o medo
A mística, a forma artística,
As bandeiras das torcidas
O porre, a cara, a tara, a garra,
E as porradas da polícia,
Nas Paulista.



A  CIDADE


Bela
Adormecida com  um Mearim gigante
De campos verdes
ruas planas e avenidas
De casarões e contemplar  o céu.

Minha cidade
Eu me embriago com o libido matinal
Das tuas flores
Dos teus campos, dos teus vales
Com a sutileza que lhe é peculiar.

E nas calçadas
Cadeiras, expostas para sentar e conversar
Falar de amores
De poemas, de outras coisas
Dos teus poetas, que renasce sempre mais.

Ó quanta beleza natural
Matas, igarapés, rios e pontes
Pirilampos a brilhar...iluminar.

Se a noite cai
Boleros a deslumbrar esta cidade
Vozes estalam entre corpos sem maldade
E o cio agita,
O pudor das ilusões.

Ah ! minha cidade
Teus paredões, tuas calçadas calçadas
Teus verdes campos, teu  Campo Santo
Teu Rio amado
E a Ponte de Itapuã
A nos ligar.

Ligar a cidade
Juntar o teu céu azul
com um horizonte brando
E de mãos dadas
Vamos juntos caminhar,
E aprender a amar eternamente
Sempre,
Esta cidade.




DESCE  DAÍ


Menino que deita
E esquece do tempo
Desce daí
E caminha ao vento.

E faça do seu olhar distante
Uma esperança.

Boca pequena, pra me iludir
Olhos pequenos, fecham ao sorrir
Expõe os teus sonhos, nessa dança
Que um dia hão de florir.





BAILARINA


Como se as nuvens fossem palco
como se as ondas fossem tácitas
Fazendo espuma
Num girar de carrocel
De uma sinfonia mágica
Murmuradas,
A flautas de papel.

Como e as pernas fossem densas
Tal qual o meu lápis de cor
E deslizante e cambiante
Tal qual liquidificador.

Fossem mais brandas que marinas
Entre aplausos e sorrisos
Excêntricas
Como duas linhas
De uma tenra bailarina.



CONVERSA


Toda noite você liga...e eu também
Até hoje não entendi
O que você quer, meu bem.

Expõe sentimentos e...fala de nós
Em outros momentos...você muda de voz
Diz que está de braços abertos, se eu voltar
Mas, não tem coragem, de me separar.

Às vezes nas brigas, me agride, ofendido
Palavras que doem
Sobre o amor perdido.

Na solidão da rede e na madrugada
Diz que me quer
Mesmo escondido para ser amado
As flores do jardim da nossa casa
Floriu de vez
Será que vale apenas
Eu tentar outra vez.



ADMIRAÇÃO




Eu chego à beira da praia
Olho para o mar
E vejo uma vastidão azul
Que perde-se em minha visão
e dizem que é amor.

Eu vejo ao cair da tarde
Pela vastidão da minha visão
Um amarelão a céu aberto
A se decompor
E dizem que é amor.

Lá do alto
Quase no topo da serra
Onde quase o céu se encerra
Onde tudo deveria ser sempre verde
Que bom, se assim fosse este planeta
Verde pra pensar
Verde pra respírar
E dizem que : tudo é amor



VINHO


Jorrar seu vinho em minha cara
Escoar desejos, esporrar na aura
Sentir prazer ou fazer libido
Uma nau que tenha calma
e que transforme a alma.

Deixar sair pelos poros do seu baixo
Invadir a garganta
E encher a boca dessa coisa amarga
Dessa tara que escorre pelos seios
Desse liquido, dessa farsa.

Se jorrares a gota a gota
Talvez os prantos, invade os mantos
E o que vaza pela boca
Talvez nem seja um vinho-santo
Mas, o sumo do teu corpo
Que, me desvaira tanto.

Se traíres seu amante, com seu vinho
As coxas, os peitos, os pêlos
Se agitam num movimento de carinho
O que não for gozo, atrito, vinho-amigo
É a voz do seu útero
Para o meu umbigo.



CURUMIM


Cu...ru...mim
cu...ru...mim
Cheiro de jasmim
Sorriso de menina, assim.

Caminhar, caminhar
Como o vento sobre as águas do mar
E eu a navegar...navegar
Nas ondas do teu olhar.

Meu nau, sem vela é você
Meu porto, meu  ais
Aroma que o sorriso traz
Perfumes astrais
águas azuis
Das ondas, do barco
ancorado no meu cais.



PORTAL  DA COR


Quando voce atravessar o portal da cor
Vou me sentir cheio de amor
Parece que as linhas, estalam esquadors de papéis
Olhos a centilar como pedras entre anéis
Escapam arrogancias dos seus pés
Capta-se leveza dos faróis dos carrocéis.

Desce os corpos da mesma favela
Numa mistura de pele na mesma panela
E busca o sabor do mesmo tacho
Arrisca-se quando fala-se da mesma raia
Disperso num compasso sem tregua na mesma praia.

Quando voce atravessar o portal da cor
Voce degusta um abstrato no horizonte
Quando voce atravessar o portal da cor
Roga-se a Mãe Africa um nome, uma ponte.

Fende-se uma tregua com a mesma regua
Inverte-se em "bios" com outras regras
Ou se apressa os passos na direção
Em forma de compasso sem espaço
Na mesma estação.

Quando voce atravessar o portal da cor
Esuqeça as regras, os excessos, a mesma furta-cor.



ESQUADROS


A luz dos teus olhos
Já não me assusta mais
Nem o teu cheiro 'cioso'
De caça ou de caçador.

Se, na transversal dos teus mares
Eu cruzar c'os teus lençóis
Nas paralelas dos olhos d'água
Terei os sóis e,

Mesclarei o teu retrato
Ao brilhar do espelho d'água
E aportarei no teu cais
Uma nau de girassois.

CANÇÃO




Me abra o teu sorriso
inspire em mim, ó deusa
Uma canção,
Musa dos desejos
P'ra sonhar emoções
Pra vida que eu te quero
Ó corações.

P'ra arte de inspirar
na hora de beijar
Não feche os olhos
Há emoções que vai, que vem, que fogem.



ESSAS


Uma canção
Ou uma história de amor
Assim.

Que vem do coração
Expõe aqui.

Para os teus olhos negros
Para os teus lábios verdes
Para a emoção que cai,
Em mim.



SENTIMENTO


Outras canções
Certas paixões se cantam,
Hinos de amor
Outros calor, levantam
Dão Glória ao Senhor
Glória e louvor
Expande-se.

Rima-se dor
Rima-se amor, portanto.


Outras canções
Para o teu coração se vão,
Certos caminhos,
Certos delírios são...
Causa de dor...então,
Rima-se dor
Rima-se amor e,
Cantas e cantas.



COLORINDO A VILA



Surgiu,
na ponta da areia, o encanto
Deslumbrante deste manto.

Afogou as cachoeiras
Passeou-se pela ilha
E balançou minha Palmeira.


Vou inundar
As vielas desta Vila

Com um sorriso

A esperar.




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